Nossa Visão - 11/12/2017
Retrospectiva
O presidente
Temer acertou, em reunião com as lideranças da Câmara na última quinta-feira,
somente colocar em votação a nova versão da reforma da Previdência na semana
entre os dias 18 e 22 de dezembro, a última do ano de atividade legislativa no
Congresso. No domingo, admitiu a possibilidade de a reforma ser votada apenas
em 2018.
No setor
externo, na zona do euro, as vendas no varejo recuaram em outubro 1,1% sobre
setembro, embora a atividade empresarial tenha se expandido fortemente em
novembro, conforme revelou o PMI, que atingiu os 57,5 pontos no mês, depois de
ter registrado 56 pontos em outubro.
Já uma nova
estimativa do PIB do terceiro trimestre do ano, apontou uma expansão de 0,6% no
período, sobre o trimestre anterior e de 2,6% frente ao ano anterior.
Nos EUA, os
pedidos industriais recuaram 0,1% em outubro, frente ao mês anterior, quando a
expectativa era de uma queda de 0,4%. Por sua vez, a taxa de desemprego se
manteve em 4,1% em novembro, quando foram criados 228 mil empregos não rurais,
frente uma expectativa de 200 mil.
Nos mercados
de ações internacionais a semana foi de altas. Enquanto o Dax, índice da bolsa
alemã subiu 2,27% e o FTSE-100, da bolsa inglesa, 0,46%, o índice S&P 500,
da bolsa norte-americana, depois de atingir nova máxima, subiu 0,35% e o Nikkey
225, da bolsa japonesa caiu 0,03%.
Em relação à
economia brasileira, dos indicadores parciais de inflação, o IPC-S subiu 0,39%
na primeira medição de dezembro, após alta de 0,36% em novembro. Já o IPCA de
novembro apresentou avanço de 0,28% sobre o mês anterior, acumulando alta de
2,5% no ano e de 2,80% em doze meses.
Em sua última
reunião de 2017, o Copom reduziu a taxa básica de juros, a Selic, pela décima
vez no ano, desta feita para 7% ao ano, o menor nível da história. O Banco Central
deixou claro que os passos seguintes estarão mais sensíveis a eventuais
mudanças no cenário de riscos, mas que nova queda da taxa poderá ocorrer na
próxima reunião, em 2018.
Para a bolsa
brasileira, foi uma semana de alta, com o Ibovespa subindo 0,65% e acumulando
alta de 20,76% no ano e de 20,22% em doze meses. O dólar, por sua vez, subiu 0,54%,
levando a alta no ano para 0,68%. O IMA-B Total, por sua vez, caiu 0,05% na
semana, acumulando alta no ano de 11,89%.
Comentário Focus
No Relatório Focus recém-divulgado, a média
dos economistas que militam no mercado financeiro estimou que o Índice Nacional
de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subirá 2,88% em 2017, frente a 3,03% na
semana anterior. Para 2018 a estimativa é que suba 4,02%, como na semana anterior.
Para a taxa Selic, o relatório informou que,
para o fim de 2018 a taxa Selic estará também em 7%, como na última pesquisa.
Já para o desempenho da economia previsto
para este ano, o mercado estimou a evolução do PIB em 0,91%, frente a 0,89% na
semana anterior e para 2018 elevou de 2,60% para 2,62%.
Para a taxa de
câmbio, a pesquisa mostrou que a cotação da moeda americana estará em R$ 3,25, no
fim de 2017, como na pesquisa anterior e para o final do próximo ano em R$ 3,30,
também como no último relatório.
Para o
Investimento Estrangeiro Direto, as expectativas são de um ingresso de US$ 80
bilhões em 2017, como na pesquisa anterior. Para 2018, as estimativas foram mantidas
em um ingresso de US$ 80 bilhões.
Perspectiva
Nesta semana,
na zona do euro, teremos a reunião do BCE para nova deliberação sobre as taxas
de juros e a divulgação da produção industrial em outubro.
Nos EUA,
teremos a divulgação da inflação do consumidor, das vendas no varejo e da
produção industrial em novembro, além da última reunião do FED no ano.
No Brasil,
além dos resultados parciais da inflação, teremos a divulgação das vendas no
varejo em outubro.
No exterior as
atenções estarão voltadas para a última reunião do FED no ano, onde uma nova
elevação dos juros pode ser decidida e no Brasil o mercado estrará atento às
negociações envolvendo a reforma da Previdência, além da divulgação da ata da
última reunião do Copom.
Quanto às
aplicações financeiras dos RPPS, por conta dos ganhos já obtidos com os investimentos
em fundos e títulos de prazo mais longo e com as dificuldades na continuação da
aprovação das reformas econômicas, recomendamos uma exposição ao vértice de
longo prazo, representado pelo IMA-B Total em 15%. E consideramos de 10%, a
exposição em fundos de investimento em títulos públicos que possuem a gestão do
duration, produto a ser acompanhado com a maior atenção.
Para os vértices médios
(IMA-B 5, IDkA 2A e IRF-M Total) a nossa recomendação é de uma exposição de 15%.
Já para os vértices de curto prazo, representados pelos fundos DI, pelos
referenciados no IRFM-1 e pelos CDBs a alocação sugerida é de 30%. Lembramos
que para evitar o desenquadramento aos limites da Resolução CMN nº 4.604/2017,
o percentual máximo de alocação em fundos DI passa a ser de 40%.
Permanece a
recomendação de que, com a devida cautela e respeitados os limites das
políticas de investimento e as exigências da nova resolução editada pelo CMN, é
oportuna a avaliação de aplicações em produtos que envolvam a exposição ao
risco de crédito (FIDC e FI Crédito Privado, por exemplo), em detrimento das
alocações em vértices mais longos.
Quanto à renda
variável, continuamos a recomendar a exposição máxima de 30%, por conta da
crescente melhoria das expectativas com a atividade econômica no próximo ano,
que deverá refletir em um melhor comportamento dos lucros das empresas e,
portanto, da Bolsa de Valores. Assim, já incluídas as alocações em fundos
multimercado (10%) que com a nova resolução ficaram maiores, continua a mesma em
fundos de participações - FIP (5%) e em fundos imobiliários FII (5%), sendo que
a alocação em ações, com o novo perfil dos fundos multimercado passou a ser de
10%.
Por
fim, cabe lembrarmos que as aplicações em renda fixa, por ensejarem o rendimento
do capital investido, devem contemplar o curto, o médio e o longo prazo,
conforme as possibilidades ou necessidades dos investidores. Já as realizadas
em renda variável, que ensejam o ganho de capital, as expectativas de retorno
devem ser direcionadas efetivamente para o longo prazo.
Indicadores Diários - 08/12/2017
Índices de Referência - Novembro/2017