Nossa Visão - 18/12/2017
Retrospectiva
E a tentativa
de aprovação da reforma da Previdência acabou adiada para fevereiro. Para o
presidente da Câmara, Rodrigo Maia, a votação nessa data será possível caso o
governo consiga o convencimento da sociedade e dos parlamentares. Alertou, no
entanto, de que após o dia 20 de fevereiro, ficará impossível vota-la por conta
do calendário eleitoral.
No setor
externo, na zona do euro, a produção industrial em outubro cresceu 3,7%, na
base anual, quando as expectativas apontavam um crescimento de 3,2%. Já na
reunião do BCE, na última quinta-feira, foi deliberado que a taxa básica
permanecerá em 0% e a taxa de depósito em -0,4%. Ficou mantida a redução de 60
par 30 bilhões de euros mensais, a compra de ativos pelo BCE, a partir de
janeiro de 2018.
Nos EUA, as
vendas no varejo subiram 0,8% em novembro, sobre outubro, quando os analistas
esperavam um aumento de 0,3%. A inflação do consumidor em novembro, por sua
vez, foi de 0,4%, o que levou a alta de um ano para 2,2%, já acima da meta do
FED.
Em sua última
reunião do ano, o FED decidiu, sem surpresas, elevar a taxa básica de juros do
intervalo entre 1% a 1,25% ao ano, para 1,25% a 1,5% ao ano, na mesma
oportunidade a autoridade monetária aumentou a previsão de crescimento da
economia americana em 2018, para 2,5%, com a taxa de desemprego recuando para
3,9%.
Nos mercados
de ações internacionais a semana foi mista. Enquanto o Dax, índice da bolsa
alemã recuou 0,38%, o FTSE-100, da bolsa inglesa subiu 1,31% e o índice S&P
500, da bolsa norte-americana 0,92%. Já o Nikkey 225, da bolsa japonesa caiu 1,13%.
Em relação à
economia brasileira, dos indicadores parciais de inflação, o IPC-Fipe subiu 0,39%
na primeira medição de dezembro, após alta de 0,29% em novembro. Já o IGP-M
teve alta de 0,73% na primeira prévia de dezembro, por conta do avanço nos
preços tanto no atacado, quanto no varejo, depois de recuar 0,02% no mesmo
período de novembro.
Quanto às
vendas no varejo, a queda de 0,9% em outubro, frente ao mês anterior foi a pior
para o mês desde 2008. A expectativa era de uma alta de 0,2%. No acumulado do
ano a alta é de 1,4% e de 0,3% em doze meses.
Para a bolsa
brasileira, foi uma semana de queda, com o Ibovespa recuando 0,17% e acumulando
alta de 20,56% no ano e de 24,35% em doze meses. O dólar, por sua vez, subiu 1,13%,
levando a alta no ano para 1,81%. O IMA-B Total, por sua vez, caiu 0,03% na
semana, acumulando alta no ano de 11,85%.
Comentário Focus
No Relatório Focus recém-divulgado, a média
dos economistas que militam no mercado financeiro estimou que o Índice Nacional
de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subirá 2,83% em 2017, frente a 2,88% na
semana anterior. Para 2018 a estimativa é que suba 4,00%, frente a 4,02% na
semana anterior.
Para a taxa Selic, o relatório informou que,
para o fim de 2018 a taxa Selic estará também em 7%, como na última pesquisa.
Já para o desempenho da economia previsto
para este ano, o mercado estimou a evolução do PIB em 0,96%, frente a 0,91% na
semana anterior e para 2018 elevou de 2,62% para 2,64%.
Para a taxa de
câmbio, a pesquisa mostrou que a cotação da moeda americana estará em R$ 3,29, no
fim de 2017, frente a R$ 3,25 na pesquisa anterior e para o final do próximo
ano em R$ 3,30, também como no último relatório.
Para o
Investimento Estrangeiro Direto, as expectativas são de um ingresso de US$ 80 bilhões
em 2017, como na pesquisa anterior. Para 2018, as estimativas foram mantidas em
um ingresso de US$ 80 bilhões.
Perspectiva
Nesta semana,
na zona do euro, teremos a inflação do consumidor em novembro e a confiança do
consumidor em dezembro.
Nos EUA,
teremos a divulgação de nova estimativa do PIB do terceiro trimestre e dos
indicadores antecedentes de novembro.
No Brasil,
além dos resultados parciais da inflação, teremos a divulgação do IBC-Br de
outubro e do Relatório Trimestral de Inflação pelo Banco Central.
No exterior as
atenções estarão voltadas para a última revisão do PIB americano e no Brasil, o
mercado estrará atento a divulgação do Relatório de Inflação do Banco Central e
sua expectativa quanto a inflação e juros.
Quanto às aplicações
financeiras dos RPPS, por conta dos ganhos já obtidos com os investimentos em
fundos e títulos de prazo mais longo e com as dificuldades na continuação da
aprovação das reformas econômicas, recomendamos uma exposição ao vértice de
longo prazo, representado pelo IMA-B Total em 15%. E consideramos de 10%, a
exposição em fundos de investimento em títulos públicos que possuem a gestão do
duration, produto a ser acompanhado com a maior atenção.
Para os vértices médios
(IMA-B 5, IDkA 2A e IRF-M Total) a nossa recomendação é de uma exposição de 15%.
Já para os vértices de curto prazo, representados pelos fundos DI, pelos
referenciados no IRFM-1 e pelos CDBs a alocação sugerida é de 30%. Lembramos
que para evitar o desenquadramento aos limites da Resolução CMN nº 4.604/2017,
o percentual máximo de alocação em fundos DI passa a ser de 40%.
Permanece a
recomendação de que, com a devida cautela e respeitados os limites das
políticas de investimento e as exigências da nova resolução editada pelo CMN, é
oportuna a avaliação de aplicações em produtos que envolvam a exposição ao
risco de crédito (FIDC e FI Crédito Privado, por exemplo), em detrimento das
alocações em vértices mais longos.
Quanto à renda
variável, continuamos a recomendar a exposição máxima de 30%, por conta da
crescente melhoria das expectativas com a atividade econômica no próximo ano,
que deverá refletir em um melhor comportamento dos lucros das empresas e,
portanto, da Bolsa de Valores. Assim, já incluídas as alocações em fundos multimercado
(10%) que com a nova resolução ficaram maiores, continua a mesma em fundos de
participações - FIP (5%) e em fundos imobiliários FII (5%), sendo que a alocação
em ações, com o novo perfil dos fundos multimercado passou a ser de 10%.
Por fim, cabe lembrarmos
que as aplicações em renda fixa, por ensejarem o rendimento do capital
investido, devem contemplar o curto, o médio e o longo prazo, conforme as
possibilidades ou necessidades dos investidores. Já as realizadas em renda
variável, que ensejam o ganho de capital, as expectativas de retorno devem ser
direcionadas efetivamente para o longo prazo.
Indicadores Diários - 18/12/2017
Índices de Referência - Novembro/2017