Nossa Visão - 05/02/2018
Retrospectiva
Para o
ministro Henrique Meirelles, a intenção do governo é aprovar a reforma da
Previdência como ela está e esta semana será decisiva para decidir se ocorrerão
novas concessões. Já o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, disse
no meio da semana passada que, se a reforma da Previdência não for votada em
fevereiro, não irá mais colocar o assunto em pauta. Integrará a agenda do próximo
presidente.
Em relação à
economia internacional, na zona do euro, a agência Eurostat informou que dados
preliminares indicam que o PIB do quarto trimestre de 2017 avançou 0,6% sobre o
trimestre anterior. No conjunto do ano o PIB cresceu 2,5%.
A taxa de
desemprego de dezembro, por seu turno, permaneceu em 8,7%, enquanto a inflação
do consumidor em janeiro recuou de 1,4% em dezembro, para 1,3% na base anual.
Nos EUA, a
criação de vagas de trabalho não agrícola atingiu a marca de 200 mil postos,
quando a expectativa era de 160 mil. A taxa de desemprego, de 4,1% permaneceu
na mínima de 17 anos e a renda média por hora trabalhada subiu 0,3%, depois de
sólido ganho de 0,4% em dezembro.
Já o banco
central americano, o FED, em sua primeira reunião do ano e a última sob a
presidência de Janet Yellen, manteve inalterada a taxa de juros, mas disse que
espera que a inflação suba neste ano, um indício de uma aceleração na alta dos
juros no futuro.
Nos mercados
de ações internacionais a semana foi de baixas. Enquanto o Dax, índice da bolsa
alemã recuou 4,16%, o FTSE-100, da bolsa inglesa caiu 2,90%, o índice S&P
500, da bolsa norte-americana 3,85% e o Nikkey 225, da bolsa japonesa, 1,51%.
Em relação à
economia brasileira, dos indicadores parciais de inflação, o IPC-S acelerou ainda
mais e apresentou inflação de 0,69% no fim de janeiro, depois de ter registrado
0,59% na terceira quadrissemana. Já o IPC-Fipe apresentou ligeira desaceleração
para 0,52%, depois de ter registrado 0,49% na terceira quadrissemana. E por
fim, o IGP-M avançou 0,76% em janeiro, frente a 0,89% em dezembro.
Quanto à taxa
de desemprego, o IBGE informou que ela foi de 11,8% no trimestre encerrado em
dezembro, quando 12,3 milhões de pessoas estavam desempregadas.
E foi também
divulgado na semana anterior, o déficit primário de R$ 32,3 bilhões em dezembro
que levou o déficit no ano de 2017 para R$ 110,5 bilhões, R$ 52,6 bilhões
abaixo da meta estipulada.
Para a bolsa
brasileira, foi uma semana de queda, com o Ibovespa recuando 1,74%. Mesmo assim
ainda acumula alta de 10% no ano e de 29,39% em doze meses. O dólar, por sua
vez, subiu 1,94%, levando a queda no ano para 3,08%. O IMA-B Total, por sua vez,
caiu 0,29% na semana, acumulando alta de 3,25% no ano.
Comentário Focus
No Relatório Focus recém-divulgado, a média
dos economistas que militam no mercado financeiro estimou que o Índice Nacional
de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subirá 3,94% em 2018, frente a 3,95% na semana
anterior. Para 2019 a estimativa é de que suba 4,25%, também como na semana
anterior.
Para a taxa Selic, o relatório informou que,
para o fim de 2018 a taxa Selic estará em 6,75%, como na última pesquisa e 7,89%
no final de 2019, frente a 7,88 na última pesquisa.
Já para o desempenho da economia previsto
para este ano, o mercado estimou a evolução do PIB em 2,70%, frente a 2,66% na
semana anterior. Para 2019 a estimativa é que o PIB cresça 3%, como na semana
anterior.
Para a taxa de
câmbio, a pesquisa mostrou que a cotação da moeda americana estará em R$ 3,30, no
fim de 2018, como no último relatório e em R$ 3,40 no final de 2019, como na
semana anterior.
Para o
Investimento Estrangeiro Direto, as expectativas são de um ingresso de US$ 80
bilhões em 2018 e 2019.
Perspectiva
Nesta semana,
na zona do euro, teremos a divulgação das vendas no varejo em dezembro.
Nos EUA,
teremos a divulgação da confiança do consumidor em janeiro.
No Brasil, teremos
os resultados parciais da inflação, o IPCA e de janeiro, as vendas no varejo em
dezembro e a primeira reunião do Copom no ano.
Enquanto no
exterior a agenda é de poucas divulgações, no Brasil, teremos além da
divulgação da inflação de janeiro, a reunião do Copom em que nova redução da
taxa Selic pode ser decidida, embora já se vislumbre a inflação em patamar já
mais elevado que em 2017, além do fracasso até aqui na condução da reforma
previdenciária.
Quanto às
aplicações financeiras dos RPPS, por conta dos ganhos já obtidos com os
investimentos em fundos e títulos de prazo mais longo, inclusive com os avanços
em janeiro e com as dificuldades na continuação da aprovação das reformas econômicas
e do ajuste fiscal, continuamos a recomendar uma exposição ao vértice de longo
prazo, representado pelo IMA-B Total em 15%. E consideramos de 10%, a exposição
em fundos de investimento em títulos públicos que possuem a gestão do duration,
produto a ser acompanhado com a maior atenção.
Para os vértices médios
(IMA-B 5, IDkA 2A e IRF-M Total) a nossa recomendação é de uma exposição de 15%.
Já para os vértices de curto prazo, representados pelos fundos DI, pelos
referenciados no IRFM-1 e pelos CDBs a alocação sugerida é de 30%. Lembramos
que para evitar o desenquadramento aos limites da Resolução CMN nº 4.604/2017,
o percentual máximo de alocação em fundos DI passa a ser de 40%.
Permanece a
recomendação de que, com a devida cautela e respeitados os limites das
políticas de investimento e as exigências da nova resolução editada pelo CMN, é
oportuna a avaliação de aplicações em produtos que envolvam a exposição ao
risco de crédito (FIDC e FI Crédito Privado, por exemplo), em detrimento das
alocações em vértices mais longos.
Quanto à renda
variável, continuamos a recomendar a exposição máxima de 30%, por conta da
crescente melhoria das expectativas com a atividade econômica no próximo ano,
que deverá refletir em um melhor comportamento dos lucros das empresas e,
portanto, da Bolsa de Valores. Assim, já incluídas as alocações em fundos
multimercado (10%) que com a nova resolução ficaram maiores, continua a mesma em
fundos de participações - FIP (5%) e em fundos imobiliários FII (5%), sendo que
a alocação em ações, com o novo perfil dos fundos multimercado passou a ser de
10%.
Por fim, cabe
lembrarmos que as aplicações em renda fixa, por ensejarem o rendimento do
capital investido, devem contemplar o curto, o médio e o longo prazo, conforme
as possibilidades ou necessidades dos investidores. Já as realizadas em renda
variável, que ensejam o ganho de capital, as expectativas de retorno devem ser
direcionadas efetivamente para o longo prazo.
Indicadores Diários - 02/02/2018
Índices de Referência - Dezembro/2017