Nossa Visão - 05/03/2018
Retrospectiva
Segundo
matéria do jornal a Folha de São Paulo, publicada no último dia 27, a reforma
da Previdência saiu de férias por tempo indeterminado. O governo jogou a toalha
admitindo que não tem os votos para aprová-la. Assim teremos pelo menos mais
uma no de situação fiscal se deteriorando, o que nos garante uma reforma mais
dura ou a falência mais para a frente, ainda segundo o jornal.
Em relação à
economia internacional, na zona do euro, a taxa de desemprego em fevereiro
recuou para 8,6%, na base anual, depois de ter registrado 1,3% no mês anterior.
E quanto à inflação do consumidor também em fevereiro, a agência Eurostat informou
que ela ficou em 1,2% sobre o mesmo período do ano anterior.
Nos EUA, a
segunda estimativa do PIB do quarto trimestre de 2017 revelou que o crescimento
econômico desacelerou mais que o esperado no período, uma vez que o ritmo mais
forte de gastos do consumidor em três anos atraiu importações e reduziu
estoques. A taxa de evolução do PIB foi de 2,5%, ao invés de 2,6% da primeira
estimativa.
Já os pedidos
de bens duráveis recuaram mais que o esperado em janeiro, arrastados pelo setor
de transportes. A queda esperada era de 2%, mas a efetiva acabou sendo de 3,7%.
Nos mercados
de ações internacionais, a semana passada foi de quedas. Enquanto o Dax, índice
da bolsa alemã recuou 4,57%, o FTSE-100, da bolsa inglesa caiu 2,41%, o índice
S&P 500, da bolsa norte-americana 2,04% e o Nikkey 225, da bolsa japonesa, 3,25%.
Em relação à
economia brasileira, dos indicadores parciais de inflação, o IPC-S depois de
ter registrado alta de 0,26% na terceira quadrissemana de fevereiro, reduziu a
alta para 0,17% na última medição. Já o IPC-Fipe, que registrou queda de 0,23%
na terceira mediação, encerrou fevereiro com deflação de 0,42%. E por fim, o IGP-M,
a inflação do aluguel registrou alta de 0,07% em fevereiro, depois do avanço de
0,76% em janeiro.
Foi divulgado
pelo IBGE que a economia brasileira teve crescimento de apenas 0,1% no quarto
trimestre de 2017, em relação ao anterior, o que fez com que o PIB do ano tenha
evoluído 1% em relação a 2016. Enquanto o setor agrícola cresceu 13% no ano, o
da indústria ficou estável e o de serviços evoluiu 0,3%.
Já a taxa de
desemprego, que era de 11,8% no trimestre encerrado em dezembro, subiu para
12,2% no trimestre encerrado em janeiro, reflexo das demissões sazonais após a
criação de vagas temporárias em final de ano.
Para a bolsa
brasileira, foi uma semana de queda, com o Ibovespa recuando 1,76%. Assim, a
alta acumulada no ano se reduziu para 12,25% e para 28,41% a de doze meses. O
dólar, por sua vez, subiu 0,61%, levando a queda no ano para 1,41%. O IMA-B
Total, por sua vez, subiu 0,55% na semana, acumulando alta de 4,16% no ano.
Comentário Focus
No Relatório Focus recém-divulgado, a média
dos economistas que militam no mercado financeiro estimou que o Índice Nacional
de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subirá 3,70% em 2018, frente a 3,73% na semana
anterior. Para 2019 a estimativa é de que suba 4,24%, frente a 4,25% na semana
anterior.
Para a taxa Selic, o relatório informou que,
para o fim de 2018 a taxa Selic estará em 6,75%, como na última pesquisa e em 8%
no final de 2019, como na última pesquisa.
Já para o desempenho da economia previsto
para este ano, o mercado estimou a evolução do PIB em 2,90%, frente a 2,89% na
semana anterior. Para 2019 a estimativa é que o PIB cresça 3%, como na semana
anterior.
Para a taxa de
câmbio, a pesquisa mostrou que a cotação da moeda americana estará em R$ 3,30, no
fim de 2018, como no último relatório e em R$ 3,38 no final de 2019, frente a
R$ 3,39 na semana anterior.
Para o
Investimento Estrangeiro Direto, as expectativas são de um ingresso de US$ 80
bilhões em 2018 e 2019.
Perspectiva
Nesta semana,
na zona do euro, teremos a divulgação do PMI composto de fevereiro e nova
estimativa do PIB do quarto trimestre de 2017.
Nos EUA,
teremos a divulgação do Livro Bege e da criação de vagas de trabalho não
agrícola em fevereiro.
No Brasil, teremos
a divulgação dos resultados parciais da inflação, do IPCA de fevereiro e da
produção industrial em janeiro.
No exterior a principal
divulgação será a dos dados relativos ao mercado de trabalho em fevereiro, com
especial atenção ao ritmo de crescimento dos salários. Lembramos que foi esse
dado que provocou fortes turbulências nos mercados em janeiro, o que poderá
novamente ocorrer e no Brasil, teremos a divulgação do IPCA de fevereiro, como
o mais importante indicador.
Quanto às
aplicações financeiras dos RPPS, continuamos a recomendar uma exposição ao
vértice de longo prazo, representado pelo IMA-B Total em 15%. E consideramos de
10%, a exposição em fundos de investimento em títulos públicos que possuem a
gestão do duration, produto a ser acompanhado com a maior atenção.
Para os vértices médios
(IMA-B 5, IDkA 2A e IRF-M Total) a nossa recomendação é de uma exposição de 15%.
Já para os vértices de curto prazo, representados pelos fundos DI, pelos
referenciados no IRFM-1 e pelos CDBs a alocação sugerida é de 30%. Lembramos que
para evitar o desenquadramento aos limites da Resolução CMN nº 4.604/2017, o
percentual máximo de alocação em fundos DI passa a ser de 40%.
Permanece a
recomendação de que, com a devida cautela e respeitados os limites das
políticas de investimento e as exigências da nova resolução editada pelo CMN, é
oportuna a avaliação de aplicações em produtos que envolvam a exposição ao
risco de crédito (FIDC e FI Crédito Privado, por exemplo), em detrimento das
alocações em vértices mais longos.
Quanto à renda
variável, continuamos a recomendar a exposição máxima de 30%, por conta da
crescente melhoria das expectativas com a atividade econômica no próximo ano,
que deverá refletir em um melhor comportamento dos lucros das empresas e,
portanto, da Bolsa de Valores. Assim, já incluídas as alocações em fundos
multimercado (10%) que com a nova resolução ficaram maiores, continua a mesma em
fundos de participações - FIP (5%) e em fundos imobiliários FII (5%), sendo que
a alocação em ações, com o novo perfil dos fundos multimercado passou a ser de
10%.
Por fim, cabe
lembrarmos que as aplicações em renda fixa, por ensejarem o rendimento do
capital investido, devem contemplar o curto, o médio e o longo prazo, conforme
as possibilidades ou necessidades dos investidores. Já as realizadas em renda
variável, que ensejam o ganho de capital, as expectativas de retorno devem ser
direcionadas efetivamente para o longo prazo.
Indicadores Diários - 05/03/2018
Índices de Referência - Janeiro/2018