NOSSA VISÃO - 16/07/2018
Retrospectiva
Com o término da Copa do Mundo, as atenções do mercado financeiro se
voltam agora para a parte final do governo Temer e para as próximas eleições no
país. A pauta-bomba recém aprovada no Congresso Nacional durante a votação da
LDO de 2019 já provoca reações, como a da secretária-executiva do Ministério da
Fazenda, ao afirmar que a equipe econômica não vai cumprir parte das medidas
aprovadas pelos parlamentares. É esperar
para ver.
Em relação à economia internacional, na zona do euro, a produção
industrial de maio registrou alta de 1,3% em relação ao mês anterior, quando os
analistas previam alta de 1,2%. Na comparação anual a alta foi de 2,4%.
Nos EUA, a inflação do consumidor em maio subiu 0,1% frente ao mês
anterior e 2,9% na comparação anual. O nível mais alto desde fevereiro de 2012.
O núcleo do CPI, que exclui a variação de preços da energia e dos alimentos
subiu 2,3%, o patamar mais alto desde janeiro de 2017.
Para os
mercados de ações internacionais, a semana passada foi de altas. Enquanto o
Dax, índice da bolsa alemã subiu 0,36%, o FTSE-100, da bolsa inglesa avançou 0,58%,
o índice S&P 500, da bolsa norte-americana 1,50% e o Nikkey 225, da bolsa japonesa
3,71%.
Em relação à
economia brasileira, dos indicadores parciais de inflação, o IPC-S subiu 0,67% na
segunda quadrissemana de julho, depois de ter subido 1,01% na primeira. Já o IGP-M desacelerou a alta para 0,41% na
primeira prévia de julho, após o efeito da greve dos caminhoneiros perder
força.
O IGP-10 de
julho, por sua vez, avançou 0,78%, depois de subir 0,74% em junho, pressionado
pelos aumentos do grupo Habitação, principalmente pela energia elétrica.
Quanto às
vendas no varejo, a queda de 0,6% em maio, frente abril veio dentro do
esperado, assim como a alta de 2,7% na base anual. Também o encolhimento de
3,8% em maio do setor de serviços veio dentro do esperado, por conta da greve
dos caminhoneiros.
Para a bolsa
brasileira, foi mais uma semana de recuperação, com o Ibovespa subindo 2,11%. Assim,
a perda acumulada no ano se reverteu e agora existe uma alta de 0,25%. O dólar,
por sua vez, caiu 1,32% e agora sobe 17,13% no ano. O IMA-B Total, por sua vez subiu
0,23% na semana, acumulando alta de 2,26% no ano.
Comentário Focus
No Relatório Focus recém-divulgado, a média
dos economistas que militam no mercado financeiro estimou que o Índice Nacional
de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subirá 4,15% em 2018, frente a 4,17% na semana
anterior. Para 2019 a estimativa é de que suba 4,10%, como na semana anterior.
Para a taxa Selic, o relatório informou que,
para o fim de 2018 a taxa Selic estará em 6,50%, como na última pesquisa e em 8%
no final de 2019, também como na pesquisa anterior.
Já para o desempenho da economia previsto
para este ano, o mercado estimou a evolução do PIB em 1,50%, frente a 1,53% na
semana anterior. Para 2019 a estimativa é que o PIB cresça 2,50%, como na
semana anterior.
Para a taxa de
câmbio, a pesquisa mostrou que a cotação da moeda americana estará em R$ 3,70, como
no último relatório e em R$ 3,68 no final de 2019, frente a R$ 3,60 na semana
anterior.
Para o
Investimento Estrangeiro Direto, as expectativas são de um ingresso de US$ 70
bilhões em 2018, como na última pesquisa e de US$ 74,65 bilhões em 2019, frente
a US$ 75,30 bilhões na pesquisa anterior.
Perspectiva
Nesta semana,
na zona do euro, teremos a divulgação da inflação do consumidor em junho.
Nos EUA teremos
a divulgação das vendas no varejo e da produção industrial em junho, bem como
do Livro Bege.
No Brasil, além
da divulgação dos resultados parciais da inflação, em especial do IPCA-15, conheceremos
o IBC-Br de maio.
No exterior, a
inflação do consumidor da zona do euro e o Livro Bege são as principais
divulgações e no Brasil, o IBC-Br , que deverá mostrar a queda da atividade
ainda por conta da greve, bem como o IPCA-15.
Quanto às
aplicações financeiras dos RPPS, diante do cenário externo volátil, com a
continuada valorização do dólar que também impactará na inflação local e dada a
queda na atividade econômica, que deverá ter importante impacto na arrecadação
fiscal do setor público consolidado, além das incertezas com as eleições
presidenciais, é grande a possibilidade de retornos negativos com os subíndices
da família IMA e IDKA, principalmente os
de prazo mais longo. Assim, achamos por bem sugerir aumento de 10% para 15% na
exposição em fundos de investimento em títulos públicos que possuem a gestão do
duration, produto a ser acompanhado com a devida atenção.
Para os vértices médios (IMA-B
5, IDkA 2A e IRF-M Total) recomendamos uma exposição de não mais 25% e sim de
20% e para os vértices de curto prazo, representados pelos fundos DI, pelos
referenciados no IRFM-1 e pelos CDBs aumentamos a alocação sugerida de 20%,
para 35%. Lembramos que para evitar o desenquadramento aos limites da Resolução
CMN nº 4.604/2017, o percentual máximo de alocação em fundos DI passou a ser de
40%.
Permanece a
recomendação de que, com a devida cautela e respeitados os limites das
políticas de investimento e as exigências da nova resolução editada pelo CMN, é
oportuna a avaliação de aplicações em produtos que envolvam a exposição ao
risco de crédito (FIDC e FI Crédito Privado, por exemplo), em detrimento das
alocações em vértices mais longos.
Quanto à renda
variável, continuamos a recomendar a exposição máxima de 30%, por conta da
melhora da atividade econômica neste ano, que já se refle em um melhor
comportamento dos lucros das empresas e, portanto, da Bolsa de Valores e também
pelo fato da importância do produto como fator de diversificação de portfolio,
em um momento em que as taxas de juros dos títulos públicos não mais supre a
meta atuarial. Assim, já incluídas as alocações em fundos multimercado (10%)
que com a nova resolução ficaram maiores, continua a mesma em fundos de
participações - FIP (5%) e em fundos imobiliários FII (5%), sendo que a alocação
em ações, com o novo perfil dos fundos multimercado passou a ser de 10%.
Por fim, cabe
lembrarmos que as aplicações em renda fixa, por ensejarem o rendimento do
capital investido, devem contemplar o curto, o médio e o longo prazo, conforme
as possibilidades ou necessidades dos investidores. Já as realizadas em renda
variável, que ensejam o ganho de capital, as expectativas de retorno devem ser direcionadas
efetivamente para o longo prazo.
** Aos clientes que
investem em FIDC / Crédito Privado / Fundo Debênture, utilizar como limite
máximo o percentual destinado ao Médio Prazo.
Indicadores Diários - 13/07/2018
Índices de Referência - Junho/2018