Nossa Visão - 10/09/2018

Retrospectiva

Em relação à economia internacional, na zona do euro, enquanto as vendas no varejo em julho recuaram 0,2% sobre abril, a segunda revisão do PIB da região confirmou um crescimento de 0,4% no segundo trimestre de 2018, em relação ao primeiro.

Nos EUA, as encomendas à indústria caíram 0,8% em julho, devido à fraca demanda por aeronaves. Já a criação de novas vagas de trabalho não agrícola, em agosto, superou a estimativa de 193 mil novos postos e atingiu a marca de 201 mil. A taxa de desemprego, por sua vez, permaneceu em 3,9%.

Para os mercados de ações da Europa, a semana passada foi novamente de baixas. Enquanto o Dax, índice da bolsa alemã recuou 3,27%, o FTSE-100, da bolsa inglesa caiu 2,08%. O índice S&P 500, da bolsa norte-americana, por sua vez cedeu 1,03% e o Nikkey 225, da bolsa japonesa 2,44%.

Em relação à economia brasileira, o IPC-S, depois de ter subido 0,07% em agosto, subiu 0,13% na primeira quadrissemana do mês de setembro.

Já o IPCA de agosto recuou 0,09%, a menor taxa para o mês em dez anos. Assim, o IPCA acumulado no ano foi de 2,85% e de 4,19% em doze meses. O INPC, por sua vez, ficou estável nesse mês e acumula alta de 2,83% no ano e de 3,64% nos últimos doze meses.

Conforme o IBGE, a produção industrial brasileira recuou 0,2% em julho, frente a junho e acumulou uma alta de 2,5% no ano e de 3,2% em doze meses.

Para a bolsa brasileira, foi uma semana de pequena queda, com o Ibovespa recuando 0,34%. Assim, o ganho no ano se reduziu para 0,02%. Em doze meses houve um avanço de 4,57%. O dólar, por sua vez, subiu 0,26% elevando a alta no ano para 25,33%. O IMA-B Total, por sua vez caiu 0,60% na semana, acumulando alta de 2,42% no ano.

Comentário Focus

No Relatório Focus recém-divulgado, a média dos economistas que militam no mercado financeiro estimou que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subirá 4,05% em 2018, frente a 4,16% na semana anterior. Para 2019 a estimativa é de que suba 4,11%, como na semana anterior.

Para a taxa Selic, o relatório informou que, para o fim de 2018 a taxa Selic estará em 6,50%, como na última pesquisa e em 8% no final de 2019, também como na pesquisa anterior.

Já para o desempenho da economia previsto para este ano, o mercado estimou a evolução do PIB em 1,40%, frente a 1,44% na semana anterior. Para 2019 a estimativa é que o PIB cresça 2,50%, também como na semana anterior.

Para a taxa de câmbio, a pesquisa mostrou que a cotação da moeda americana estará em R$ 3,80, como no último relatório e em R$ 3,70 no final de 2019, novamente como na semana anterior.

Para o Investimento Estrangeiro Direto, as expectativas são de um ingresso de US$ 67,00 bilhões em 2018, como na última pesquisa e de US$ 74 bilhões, também como na pesquisa anterior.

Perspectiva

Nesta semana, na zona do euro, teremos a divulgação da produção industrial em julho, além da realização de nova reunião do BCE para deliberar sobre a taxa de juros.

Nos EUA teremos a divulgação do livro Bege, bem como da inflação do consumidor em agosto e das vendas no varejo e da produção industrial em agosto.

No Brasil, teremos a divulgação dos indicadores parciais de inflação e das vendas no varejo em julho.

No exterior, os principais eventos serão a reunião do BCE e a divulgação do Livro Bege, que relata a atividade econômica mais recente. No Brasil, o cenário eleitoral seguirá dominando, agora de forma ainda mais emocional e teremos a divulgação das vendas no varejo em julho, como dado mais relevante.

Em relação à alocação dos recursos financeiros dos RPPS, aconselhamos a manutenção de 15% na exposição aos fundos de investimento em títulos públicos que possuem a gestão do duration, produto a ser acompanhado com a devida atenção.

Para os vértices médios (IMA-B 5, IDkA 2A e IRF-M Total) recomendamos uma exposição de 30% e para os vértices de curto prazo, representados pelos fundos DI, pelos referenciados no IRFM-1 e pelos CDBs a alocação sugerida é de 25%.

Permanece a recomendação de que, com a devida cautela e respeitados os limites das políticas de investimento e as exigências da nova resolução editada pelo CMN, é oportuna a avaliação de aplicações em produtos que envolvam a exposição ao risco de crédito (FIDC e FI Crédito Privado, por exemplo).

Quanto à renda variável, continuamos a recomendar a exposição máxima de 30%, também por conta da melhora da atividade econômica neste ano, que já se refle em um melhor comportamento dos lucros das empresas e, portanto, da Bolsa de Valores e também pelo fato da importância do produto como fator de diversificação de portfolio, em um momento em que as taxas de juros dos títulos públicos não mais suprem a meta atuarial.

Dessa forma, mantivemos em 10% a sugestão de alocação em fundos multimercado e reduzimos de 5% para 2,5% a alocação em FII e FIP, respectivamente, dada a pouca disponibilidade de produtos no mercado. Em compensação e tendo-se em vista o potencial de valorização do segmento com a eleição de candidato pró-mercado elevamos a recomendação do investimento em ações de 10% para 15%.

Para aqueles clientes que já contam com investimento de 5% tanto em FII, quanto em FIP, recomendamos que o teto de investimento em ações se mantenha em 10%.

Por fim, cabe lembrarmos que as aplicações em renda fixa, por ensejarem o rendimento do capital investido, devem contemplar o curto, o médio e o longo prazo, conforme as possibilidades ou necessidades dos investidores. Já as realizadas em renda variável, que ensejam o ganho de capital, as expectativas de retorno devem ser direcionadas efetivamente para o longo prazo.

Indicadores Diários - 10/09/2018

Índices de Referência - Agosto/2018