Nossa Visão - 26/03/2018

Retrospectiva

Em relação à economia internacional, na zona do euro, tanto o PMI industrial, quanto o de serviços recuaram em relação ao mês anterior e abaixo das estimativas dos economistas. Isso revelou que as empresas da zona do euro encerram o primeiro trimestre de 2018 com o crescimento mais lento em um ano.

 

Nos EUA, os pedidos de bens duráveis registraram alta de 3,1% em fevereiro, acima do esperado pelos analistas. E quanto à reunião do FED, a decisão foi a de elevar a taxa básica do patamar entre 1,25% e 1,50% ao ano para o entre 1,50% e 1,75%. Em suas estimativas trimestrais os membros do FED avaliaram que deverão ocorrer mais duas elevações da taxa neste ano.

Nos mercados de ações internacionais, a semana passada foi de baixas. Enquanto o Dax, índice da bolsa alemã recuou 4,06%, o FTSE-100, da bolsa inglesa caiu 3,38%, o índice S&P 500, da bolsa norte-americana 5,95% e o Nikkey 225, da bolsa japonesa, 4,20%.

Em relação à economia brasileira, dos indicadores parciais de inflação, o IPC-S depois de ter registrado alta de 0,12% na segunda mediação de março, avançou para 0,14% na terceira medição. Já o IPCA-15, dada a queda nos preços dos alimentos, registrou o seu nível mais baixo em 18 anos para o mês. Com um avanço de 0,10% frente ao mês anterior.

Nesse contexto, o Copom decidiu reduzir a taxa Selic de 6,75% para 6,50% e surpreendeu o mercado anunciando que nova redução de 0,25% pode ser possível em março, o que encerraria o ciclo de queda da taxa Selic.

Quanto à atividade econômica, o Banco Central anunciou que o IBC-Br recuou 0,56% em janeiro, frente a dezembro, porém menos do que o esperado.

Para a bolsa brasileira, foi também uma semana de queda, com o Ibovespa recuando 0,60%. Assim, a alta acumulada no ano foi reduzida para 10,44% e de doze meses para 32,14%. O dólar, por sua vez, subiu 0,41%, levando a queda no ano para 0,12%. O IMA-B Total, por sua vez, subiu 0,23% na semana, acumulando alta de 5,08% no ano.

Comentário Focus

No Relatório Focus recém-divulgado, a média dos economistas que militam no mercado financeiro estimou que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subirá 3,57% em 2018, frente a 3,63% na semana anterior. Para 2019 a estimativa é de que suba 4,10%, frente a 4,20% na semana anterior.

Para a taxa Selic, o relatório informou que, para o fim de 2018 a taxa Selic estará em 6,50%, como na última pesquisa e em 8% no final de 2019, também como na pesquisa anterior.

Já para o desempenho da economia previsto para este ano, o mercado estimou a evolução do PIB em 2,89%, frente a 2,83% na semana anterior. Para 2019 a estimativa é que o PIB cresça 3%, como na semana anterior.

Para a taxa de câmbio, a pesquisa mostrou que a cotação da moeda americana estará em R$ 3,30, no fim de 2018, como no último relatório e em R$ 3,39 no final de 2019, também como na semana anterior.

Para o Investimento Estrangeiro Direto, as expectativas são de um ingresso de US$ 77,50 bilhões em 2018, frente a US$ 80 bilhões na última pesquisa e de US$ 80 bilhões em 2019.


Perspectiva

Nesta semana, na zona do euro, teremos a divulgação da confiança do consumidor em março.

Nos EUA, teremos a divulgação da última revisão do PIB do quarto trimestre de 2017 e os gastos do consumidor em fevereiro.

No Brasil, teremos a divulgação dos indicadores parciais de inflação, do IGP-M de março, além da taxa de desemprego em fevereiro.

Tanto no exterior quanto no Brasil, por conta de feriados na semana, a agenda de divulgação de indicadores econômicos é mais fraca, estando reservada para a próxima semana a divulgação de indicadores de maior relevância.

Quanto às aplicações financeiras dos RPPS, recomendamos uma exposição ao vértice de longo prazo, representado pelo IMA-B Total em 15%. E consideramos de 10%, a exposição em fundos de investimento em títulos públicos que possuem a gestão do duration, produto a ser acompanhado com a maior atenção.

Para os vértices médios (IMA-B 5, IDkA 2A e IRF-M Total) a nossa recomendação é de uma exposição de 15%. Já para os vértices de curto prazo, representados pelos fundos DI, pelos referenciados no IRFM-1 e pelos CDBs a alocação sugerida é de 30%. Lembramos que para evitar o desenquadramento aos limites da Resolução CMN nº 4.604/2017, o percentual máximo de alocação em fundos DI passa a ser de 40%.

Permanece a recomendação de que, com a devida cautela e respeitados os limites das políticas de investimento e as exigências da nova resolução editada pelo CMN, é oportuna a avaliação de aplicações em produtos que envolvam a exposição ao risco de crédito (FIDC e FI Crédito Privado, por exemplo), em detrimento das alocações em vértices mais longos.

Quanto à renda variável, continuamos a recomendar a exposição máxima de 30%, por conta da crescente melhoria das expectativas com a atividade econômica no próximo ano, que deverá refletir em um melhor comportamento dos lucros das empresas e, portanto, da Bolsa de Valores. Assim, já incluídas as alocações em fundos multimercado (10%) que com a nova resolução ficaram maiores, continua a mesma em fundos de participações - FIP (5%) e em fundos imobiliários FII (5%), sendo que a alocação em ações, com o novo perfil dos fundos multimercado passou a ser de 10%.  

Por fim, cabe lembrarmos que as aplicações em renda fixa, por ensejarem o rendimento do capital investido, devem contemplar o curto, o médio e o longo prazo, conforme as possibilidades ou necessidades dos investidores. Já as realizadas em renda variável, que ensejam o ganho de capital, as expectativas de retorno devem ser direcionadas efetivamente para o longo prazo.


Indicadores Diários - 23/03/2018


Índices de Referência - Fevereiro/2018