Nossa Visão - 20/08/2018

Retrospectiva

Em relação à economia internacional, na zona do euro, a segunda revisão do PIB do segundo trimestre, de acordo com a agência Eurostat, apontou um crescimento de 0,4% no período e de 2,5% na base anual. O resultado foi melhor do que estimavam os analistas.

Já a produção industrial em junho, caiu 0,7% frente a maio, resultado pior do que o esperado. Por outro lado, a inflação do consumidor acelerou para 2,1% na base anual, em julho e ficou acima da meta do Banco Central Europeu, que é de 2%.

Quanto à crise turca, o temor mais recente é de que possa haver um efeito dominó provocado pela fuga de capitais do país e pelo colapso da moeda, que acaba alimentando preocupações de que empresas e bancos turcos não possam pagar suas obrigações. Restaria ao FMI ajudar.

Nos EUA, as vendas no varejo avançaram 0,5% em julho, frente a junho e subiram mais do que o previsto. Quanto à produção industrial o crescimento de 0,1% em julho, também frente a junho, ficou aquém das estimativas dos analistas, que apontavam um crescimento de 0,3%.

Para os mercados de ações da Europa, a semana passada foi de quedas, ainda com os temores sobre a Turquia. Enquanto o Dax, índice da bolsa alemã recuou 1,72%, o FTSE-100, da bolsa inglesa caiu 1,41%. O índice S&P 500, da bolsa norte-americana subiu 0,59%, e o Nikkey 225, da bolsa japonesa recuou 0,12%.

Em relação à economia brasileira, o IPC-S, depois de ter subido 0,20% na primeira quadrissemana de agosto, subiu 0,19% na segunda. Já o IGP-M, depois de ter subido 0,53% na primeira  prévia do mês, acelerou a alta para 0,67% na segunda prévia.

Conforme o Banco Central, o IBC-Br cresceu 3,29% em junho, recuperando as perdas com a greve dos caminhoneiros e encerrou o segundo trimestre com queda de 0,99% e o semestre com alta de 0,89%.

Para a bolsa brasileira, foi uma semana de queda, com o Ibovespa recuando 0,63%. Assim, o ganho acumulado no ano se transformou numa perda de 0,59%. En doze meses houve um avanço de 10,65%. O dólar, por sua vez, subiu 2,38% elevando a alta no ano para 19,07%. O IMA-B Total, por sua vez subiu 1,52% na semana, acumulando alta de 4,46% no ano.

Comentário Focus

No Relatório Focus recém-divulgado, a média dos economistas que militam no mercado financeiro estimou que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subirá 4,15% em 2018, como na semana anterior. Para 2019 a estimativa é de que suba 4,10%, também como na semana anterior.

Para a taxa Selic, o relatório informou que, para o fim de 2018 a taxa Selic estará em 6,50%, como na última pesquisa e em 8% no final de 2019, também como na pesquisa anterior.

Já para o desempenho da economia previsto para este ano, o mercado estimou a evolução do PIB em 1,49%, como na semana anterior. Para 2019 a estimativa é que o PIB cresça 2,50%, também como na semana anterior.

Para a taxa de câmbio, a pesquisa mostrou que a cotação da moeda americana estará em R$ 3,70, como no último relatório e em R$ 3,70 no final de 2019, novamente como na semana anterior.

Para o Investimento Estrangeiro Direto, as expectativas são de um ingresso de US$ 68,00 bilhões em 2018, como na última pesquisa e de US$ 72 bilhões, frente a US$ 74 bilhões na pesquisa anterior.

Perspectiva

Nesta semana, na zona do euro, teremos a divulgação do PMI industrial e de serviço de agosto e a divulgação da ata da última reunião do BCE.

Nos EUA teremos a divulgação da ata da última reunião do FED, do PMI industrial e de serviços de agosto e dos pedidos de bens duráveis em julho.

No Brasil, teremos a divulgação dos resultados parciais da inflação, inclusive do IPCA 15.

No exterior, ganham destaque as atas das últimas reuniões do BCE e do FED, bem como a evolução da crise turca. No Brasil, além da divulgação de novas pesquisas eleitorais, o IPCA-15 poderá dar uma ideia do efeito do dólar valorizado na evolução dos preços internos.

Em relação à alocação dos recursos financeiros dos RPPS, aconselhamos a manutenção de 15% na exposição aos fundos de investimento em títulos públicos que possuem a gestão do duration, produto a ser acompanhado com a devida atenção.

Para os vértices médios (IMA-B 5, IDkA 2A e IRF-M Total) passamos recomendar uma exposição de 30% e não mais de 20%. E para os vértices de curto prazo, representados pelos fundos DI, pelos referenciados no IRFM-1 e pelos CDBs diminuímos a alocação sugerida de 35%, para 25%.

Permanece a recomendação de que, com a devida cautela e respeitados os limites das políticas de investimento e as exigências da nova resolução editada pelo CMN, é oportuna a avaliação de aplicações em produtos que envolvam a exposição ao risco de crédito (FIDC e FI Crédito Privado, por exemplo).

Quanto à renda variável, continuamos a recomendar a exposição máxima de 30%, também por conta da melhora da atividade econômica neste ano, que já se refle em um melhor comportamento dos lucros das empresas e, portanto, da Bolsa de Valores e também pelo fato da importância do produto como fator de diversificação de portfolio, em um momento em que as taxas de juros dos títulos públicos não mais suprem a meta atuarial.

Dessa forma, mantivemos em 10% a sugestão de alocação em fundos multimercado e reduzimos de 5% para 2,5% a alocação em FII e FIP, respectivamente, dada a pouca disponibilidade de produtos no mercado. Em compensação e tendo-se em vista o potencial de valorização do segmento com a eleição de candidato pró-mercado elevamos a recomendação do investimento em ações de 10% para 15%.

Para aqueles clientes que já contam com investimento de 5% tanto em FII, quanto em FIP, recomendamos que o teto de investimento em ações se mantenha em 10%.

Por fim, cabe lembrarmos que as aplicações em renda fixa, por ensejarem o rendimento do capital investido, devem contemplar o curto, o médio e o longo prazo, conforme as possibilidades ou necessidades dos investidores. Já as realizadas em renda variável, que ensejam o ganho de capital, as expectativas de retorno devem ser direcionadas efetivamente para o longo prazo.

Indicadores Diários - 17/08/2018

Índices de Referência - Julho/2018