Nossa Visão - 17/09/2018

Retrospectiva

Em relação à economia internacional, na zona do euro, a produção industrial em julho teve queda de 0,8% frente a junho e de 0,1% na comparação anual. Por outro lado, o Banco Central Europeu - BCE, em sua reunião na semana que passou, deixou inalterada a taxa básica de juros, em 0% e a taxa de depósitos em -0,4%.

Nos EUA, as vendas no varejo subiram 0,1% em agosto, em relação a julho, quando a expectativa era de uma alta de 0,4%. Já a inflação do consumidor  nesse mês também ficou abaixo das expectativas com a alta de 0,2% e de 2,7% na base ano.

Também na semana anterior, o FED divulgou o Livro Bege, que revelou, sobretudo, a preocupação das empresas privadas com a dificuldade de repassar aos consumidores o aumento dos preços por conta da imposição de sobretaxas às importações, pelo governo Trump.

Para os mercados de ações internacionais, a semana passada foi de altas. Enquanto o Dax, índice da bolsa alemã avançou 1,38%, o FTSE-100, da bolsa inglesa subiu 0,36%, o índice S&P 500, da bolsa norte-americana, 1,16% e o Nikkey 225, da bolsa japonesa 3,53%.

Em relação à economia brasileira, o IPC-S, depois de ter subido 0,13% na primeira quadrissemana do mês de setembro, subiu 0,19% na segunda, enquanto o IGP-M subiu 0,79% na primeira prévia do mês. O IGP-10, por sua vez avançou 1,20% em setembro, após a elevação de 0,51% um mês antes.

Conforme o IBGE, as vendas no varejo recuaram 0,5% em julho, perante junho, quando se esperava um avanço de 0,2%. Em termos anuais as vendas no varejo brasileiro cresceram 3,2%.

Para a bolsa brasileira, foi uma semana de queda, com o Ibovespa recuando 1,29%. Assim, o ganho no ano se transformou em uma perda de 1,27%. Em doze meses houve um recuo de 0,43%. O dólar, por sua vez, subiu 1,01% elevando a alta no ano para 26,60%. O IMA-B Total, por sua vez subiu 0,03% na semana, acumulando alta de 2,44% no ano.

Comentário Focus

No Relatório Focus recém-divulgado, a média dos economistas que militam no mercado financeiro estimou que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subirá 4,09% em 2018, frente a 4,05% na semana anterior. Para 2019 a estimativa é de que suba 4,11%, como na semana anterior.

Para a taxa Selic, o relatório informou que, para o fim de 2018 a taxa Selic estará em 6,50%, como na última pesquisa e em 8% no final de 2019, também como na pesquisa anterior.

Já para o desempenho da economia previsto para este ano, o mercado estimou a evolução do PIB em 1,36%, frente a 1,40% na semana anterior. Para 2019 a estimativa é que o PIB cresça 2,50%, também como na semana anterior.

Para a taxa de câmbio, a pesquisa mostrou que a cotação da moeda americana estará em R$ 3,83, frente a R$ 3,80 no último relatório e em R$ 3,75 no final de 2019, frente a R$ 3,70 na semana anterior.

Para o Investimento Estrangeiro Direto, as expectativas são de um ingresso de US$ 67,50 bilhões em 2018, frente a US$ 67 bilhões na última pesquisa e de US$ 75,3 bilhões, comparado a US$ 74 bilhões na pesquisa anterior.

Perspectiva

Nesta semana, na zona do euro, teremos a divulgação da inflação do consumidor em agosto, bem como do PMI industrial e de serviços em setembro.

Nos EUA teremos também a divulgação do PMI industrial e o de serviços em setembro.

No Brasil, teremos a divulgação dos indicadores parciais de inflação e do IBC-BR de julho e realização de nova reunião do Copom.

No exterior, a confirmação da inflação do consumidor da zona do euro, em setembro, é o principal evento e no Brasil a reunião do Copom, em que novamente a taxa Selic deve ser mantida em 6,5% ao ano.

Em relação à alocação dos recursos financeiros dos RPPS, aconselhamos a manutenção de 15% na exposição aos fundos de investimento em títulos públicos que possuem a gestão do duration, produto a ser acompanhado com a devida atenção.

Para os vértices médios (IMA-B 5, IDkA 2A e IRF-M Total) recomendamos uma exposição de 30% e para os vértices de curto prazo, representados pelos fundos DI, pelos referenciados no IRFM-1 e pelos CDBs a alocação sugerida é de 25%.

Permanece a recomendação de que, com a devida cautela e respeitados os limites das políticas de investimento e as exigências da nova resolução editada pelo CMN, é oportuna a avaliação de aplicações em produtos que envolvam a exposição ao risco de crédito (FIDC e FI Crédito Privado, por exemplo).

Quanto à renda variável, continuamos a recomendar a exposição máxima de 30%, também por conta da melhora da atividade econômica neste ano, que já se refle em um melhor comportamento dos lucros das empresas e, portanto, da Bolsa de Valores e também pelo fato da importância do produto como fator de diversificação de portfolio, em um momento em que as taxas de juros dos títulos públicos não mais suprem a meta atuarial.

Dessa forma, mantivemos em 10% a sugestão de alocação em fundos multimercado e reduzimos de 5% para 2,5% a alocação em FII e FIP, respectivamente, dada a pouca disponibilidade de produtos no mercado. Em compensação e tendo-se em vista o potencial de valorização do segmento com a eleição de candidato pró-mercado elevamos a recomendação do investimento em ações de 10% para 15%.

Para aqueles clientes que já contam com investimento de 5% tanto em FII, quanto em FIP, recomendamos que o teto de investimento em ações se mantenha em 10%.

Por fim, cabe lembrarmos que as aplicações em renda fixa, por ensejarem o rendimento do capital investido, devem contemplar o curto, o médio e o longo prazo, conforme as possibilidades ou necessidades dos investidores. Já as realizadas em renda variável, que ensejam o ganho de capital, as expectativas de retorno devem ser direcionadas efetivamente para o longo prazo.

Indicadores Diários - 14/09/2018

Índices de Referência - Agosto/2018