Nossa Visão - 05/11/2018

Retrospectiva

Em relação à economia internacional, na zona do euro, o PIB no terceiro trimestre de 2018 cresceu menos que o esperado, ao avançar 0,2% frente ao trimestre anterior, que tinha crescido 0,4%. Na comparação anual a evolução do PIB caiu para de 2,2% para 1,7%.

A taxa de desemprego na região, por sua vez, ficou em 8,1% em setembro, permanecendo no menor patamar desde novembro de 2008, enquanto a primeira prévia da inflação do consumidor em outubro acusou uma alta anual de 2,2%, acima da meta do BCE. 

Nos EUA, a criação de vagas de trabalho não agrícola em outubro atingiu a marca de 250 mil novas contratações, quando se esperava 190 mil. A taxa de desemprego ficou em 3,7%, a taxa mais baixa em 49 anos. Já as encomendas à indústria subiram 0,7% em setembro, em meio a forte demanda por equipamentos de transporte.

Para os mercados de ações internacionais, a semana passada foi de recuperação. Enquanto o Dax, índice da bolsa alemã subiu 2,84%, o FTSE-100, da bolsa inglesa avançou 3,54%, o índice S&P 500, da bolsa norte-americana, 2,42% e o Nikkey 225, da bolsa japonesa 5,00%.

Em relação à economia brasileira, o IPC-S, depois de ter subido 0,54% na terceira quadrissemana de outubro encerrou o mês com alta de 0,48%, sendo que em setembro havia subido 0,45%. Já o IGP-M de outubro subiu 0,89%, após ter subido 1,52% em setembro.

Em relação ao desemprego no Brasil, o IBGE apurou que ele foi de 11,9% no trimestre encerrado em setembro, com 12,5 milhões de pessoas sem trabalho. Ainda no final do primeiro semestre essa taxa era de 12,4%.

E em sua reunião na semana passada, o Copom manteve a taxa Selic em seu piso histórico de 6,5% ao ano e ponderou que houve alguma melhora no balanço de riscos, o que deverá manter taxa nesse patamar por um longo período.

Para a bolsa brasileira, foi outra semana de alta, com o Ibovespa avançando 3,15%. Assim, o ganho acumulado no ano foi de 15,73% e de 19,62% em doze meses. O dólar, por sua vez, subiu 0,60% levando a alta no ano para 11,77%. O IMA-B Total, por sua vez avançou 0,10% na semana, acumulando alta de 10,40% no ano.

Comentário Focus

No Relatório Focus de 01 de novembro, a média dos economistas que militam no mercado financeiro estimou que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subirá 4,40% em 2018, frente a 4,43% na semana anterior. Para 2019 a estimativa é de que suba 4,22%, como na semana anterior.

Para a taxa Selic, o relatório informou que, para o fim de 2018 a taxa Selic estará em 6,50%, como na última pesquisa e em 8% no final de 2019, também como na pesquisa anterior.

Já para o desempenho da economia previsto para este ano, o mercado estimou a evolução do PIB em 1,36%, como na semana anterior. Para 2019 a estimativa é que o PIB cresça 2,50%, também como na semana anterior.

Para a taxa de câmbio, a pesquisa mostrou que a cotação da moeda americana estará em R$ 3,70, frente a R$ 3,71 no último relatório e em R$ 3,80 no final de 2019, como na semana anterior.

Para o Investimento Estrangeiro Direto, as expectativas são de um ingresso de US$ 67 bilhões em 2018, como na última pesquisa e de US$ 70 bilhões, também como na pesquisa anterior.

Perspectiva

Nesta semana, na zona do euro, teremos a divulgação das vendas no varejo em setembro.

Nos EUA não teremos os dados mais relevantes, sendo que no dia 6 próximo haverá eleições para a renovação do congresso e para a escolha de 36 novos governadores de estado.

No Brasil, teremos a divulgação dos dados parciais de inflação, do IPCA de outubro e da ata da última reunião do Copom.

No exterior, as eleições nos EUA é o principal evento. No Brasil, além da ata da última reunião do Copom, o mercado continuará de olho na formação da equipe do novo presidente eleito.

Em relação à alocação dos recursos financeiros dos RPPS, aconselhamos, por enquanto, a manutenção de 15% na exposição aos fundos de investimento em títulos públicos que possuem a gestão do duration, produto a ser acompanhado com a devida atenção.

Para os vértices médios (IMA-B 5, IDkA 2A e IRF-M Total) recomendamos uma exposição de 30% e para os vértices de curto prazo, representados pelos fundos DI, pelos referenciados no IRFM-1 e pelos CDBs a alocação sugerida é de 25%.

Permanece a recomendação de que, com a devida cautela e respeitados os limites das políticas de investimento e as exigências da nova resolução editada pelo CMN, é oportuna a avaliação de aplicações em produtos que envolvam a exposição ao risco de crédito (FIDC e FI Crédito Privado, por exemplo).

Quanto à renda variável, continuamos a recomendar a exposição máxima de 30%, também por conta da melhora da atividade econômica neste ano, que já se refle em um melhor comportamento dos lucros das empresas e, portanto, da Bolsa de Valores e também pelo fato da importância do produto como fator de diversificação de portfolio, em um momento em que as taxas de juros dos títulos públicos não mais suprem a meta atuarial.

Dessa forma, mantivemos em 10% a sugestão de alocação em fundos multimercado e reduzimos de 5% para 2,5% a alocação em FII e FIP, respectivamente, dada a pouca disponibilidade de produtos no mercado. Em compensação e tendo-se em vista o potencial de valorização do segmento com a eleição de candidato pró-mercado elevamos a recomendação do investimento em ações de 10% para 15%.

Para aqueles clientes que já contam com investimento de 5% tanto em FII, quanto em FIP, recomendamos que o teto de investimento em ações se mantenha em 10%.

Por fim, cabe lembrarmos que as aplicações em renda fixa, por ensejarem o rendimento do capital investido, devem contemplar o curto, o médio e o longo prazo, conforme as possibilidades ou necessidades dos investidores. Já as realizadas em renda variável, que ensejam o ganho de capital, as expectativas de retorno devem ser direcionadas efetivamente para o longo prazo.

Indicadores Diários - 01/11/18

Índices de Referência - Setembro/2018