Nossa Visão - 03/12/2018

Retrospectiva

A reunião do G-20 acabou sendo o grande evento da semana que passou, com destaque para a trégua comercial firmada entre os EUA e a China. Trump se comprometeu a não elevar de 10% para 25% tarifas incidentes sobre US$ 200 bilhões em importações da China e em troca esse país se comprometeu a reduzir ou eliminar tarifas de 40% incidentes sobre os carros produzidos nos EUA.

Em relação à economia internacional, na zona do euro, a inflação do consumidor desacelerou de 2,2% na base anual em outubro, para 2% em novembro. Já a taxa de desemprego se manteve em outubro em 8,1%, o nível mais baixo desde novembro de 2008.

Nos EUA, a segunda estimativa do PIB apurada pelo Departamento do Comércio revelou um crescimento de 3,5% no terceiro trimestre de 2018, em relação ao trimestre anterior, abaixo dos 4,2% verificados no trimestre anterior.

Quanto aos gastos dos consumidores em outubro houve um avanço de 0,6% perante setembro, o maior avanço desde março deste ano. O resultado veio acima das expectativas dos analistas que esperavam uma alta de 0,4%.

Para os mercados de ações internacionais, a semana passada foi de recuperação. Enquanto o Dax, índice da bolsa alemã subiu 0,58%, o FTSE-100, da bolsa inglesa avançou 0,39%, o índice S&P 500, da bolsa norte-americana, 3,25% e o Nikkey 225, da bolsa japonesa 4,85%.

Em relação à economia brasileira, o IPC-S, depois de ter subido 0,05% na terceira quadrissemana de novembro, encerrou o mês de novembro com queda de 0,17%. O IGP-M, por sua vez, encerrou novembro com queda de 0,49%, após alta de 0,89% em outubro.

Conforme o IBGE, a PIB brasileiro teve alta de 0,8% no terceiro trimestre deste ano, frente ao segundo e de 1,3% frente ao mesmo trimestre do ano anterior. O consumo das famílias e os investimentos tiveram papel preponderante no período.

Ainda conforme o IBGE, o desemprego no país foi de 11,7% no trimestre encerrado em outubro, sendo que era de 12,3% no encerramento do trimestre anterior, mas 12,4 milhões de pessoas continuam sem emprego.

Para a bolsa brasileira, foi uma semana de alta, com o Ibovespa subindo 3,80%. Assim, o ganho acumulado no ano foi de 17,15% e de 23,86% em doze meses. O dólar, por sua vez, subiu 1,45% levando a alta no ano para 16,79%. O IMA-B Total, por sua vez caiu 0,35% na semana, acumulando alta de 11,22% no ano.

Comentário Focus

No Relatório Focus de 30 de novembro, a média dos economistas que militam no mercado financeiro estimou que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subirá 3,89% em 2018, frente a 3,94% na semana anterior. Para 2019 a estimativa é de que suba 4,11%, frente a 4,12% na semana anterior.

Para a taxa Selic, o relatório informou que, para o fim de 2018 a taxa Selic estará em 6,50%, como na última pesquisa e em 7,75%% no final de 2019, também como na pesquisa anterior.

Já para o desempenho da economia previsto para este ano, o mercado estimou a evolução do PIB em 1,32%, comparado a 1,39% na semana anterior. Para 2019 a estimativa é que o PIB cresça 2,53%, frente a 2,50% na semana anterior.

Para a taxa de câmbio, a pesquisa mostrou que a cotação da moeda americana estará em R$ 3,75, frente a R$ 3,70 no último relatório e em R$ 3,80 no final de 2019, frente a R$ 3,78 na semana anterior.

Para o Investimento Estrangeiro Direto, as expectativas são de um ingresso de US$ 70 bilhões em 2018, como na última pesquisa e de US$ 76 bilhões, também como na pesquisa anterior.

Perspectiva

Nesta semana, na zona do euro, teremos a divulgação das vendas no varejo em outubro e nova estimativa do PIB do terceiro trimestre deste ano.

Nos EUA teremos a divulgação do Livro Bege de novembro, das encomendas à indústria em outubro  e da taxa de desemprego em novembro.

No Brasil, teremos a divulgação dos dados parciais de inflação, do IPCA de novembro e da produção industrial em outubro.

Nos EUA, a divulgação mais importante é a da taxa de desemprego em novembro e no Brasil a inflação de novembro.

Em relação às aplicações dos RPPS, aconselhamos o investimento de 25% dos recursos em fundos de investimento em títulos públicos que possuem a gestão do duration, produto a ser acompanhado com a devida atenção.

Para os vértices médios (IMA-B 5, IDkA 2A e IRF-M Total) recomendamos ainda uma exposição de 30% e para os vértices de curto prazo, representados pelos fundos DI, pelos referenciados no IRFM-1 e pelos CDBs a alocação agora sugerida é de 15%.

Permanece a recomendação de que, com a devida cautela e respeitados os limites das políticas de investimento e as exigências da nova resolução editada pelo CMN, é oportuna a avaliação de aplicações em produtos que envolvam a exposição ao risco de crédito (FIDC e FI Crédito Privado, por exemplo).

Quanto à renda variável, continuamos a recomendar a exposição máxima de 30%, também por conta da melhora da atividade econômica neste ano, que já se refle em um melhor comportamento dos lucros das empresas e, portanto, da Bolsa de Valores e também pelo fato da importância do produto como fator de diversificação de portfolio, em um momento em que as taxas de juros dos títulos públicos não mais suprem a meta atuarial.

Dessa forma, mantivemos em 10% a sugestão de alocação em fundos multimercado e reduzimos de 5% para 2,5% a alocação em FII e FIP, respectivamente, dada a pouca disponibilidade de produtos no mercado. Em compensação e tendo-se em vista o potencial de valorização do segmento com a eleição de candidato pró-mercado elevamos a recomendação do investimento em ações de 10% para 15%.

Para aqueles clientes que já contam com investimento de 5% tanto em FII, quanto em FIP, recomendamos que o teto de investimento em ações se mantenha em 10%.

Por fim, cabe lembrarmos que as aplicações em renda fixa, por ensejarem o rendimento do capital investido, devem contemplar o curto, o médio e o longo prazo, conforme as possibilidades ou necessidades dos investidores. Já as realizadas em renda variável, que ensejam o ganho de capital, as expectativas de retorno devem ser direcionadas efetivamente para o longo prazo.


** Aos clientes que investem em FIDC / Crédito Privado / Fundo Debênture, utilizar como limite máximo o percentual destinado ao Médio Prazo.

Indicadores Diários - 30/11/18

Índices de Referência - Outubro/2018