Nossa Visão - 07/01/2019

Retrospectiva

E 2019 se iniciou com a posse do presidente eleito, Jair Bolsonaro e dos seus ministros. Com o ano novo, foram renovadas as expectativas da evolução favorável da economia brasileira, a partir das sinalizações emitidas de uma agenda econômica liberal e comprometida com o ajuste das contas públicas.

Nesse contexto, será essencial a adoção de reformas, sendo a principal a da Previdência. De acordo com o ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, ainda não há definição sobre a forma de envio dessa reforma, sendo a mais provável a de encaminhamento, ao Congresso, fatiada em mais de um projeto.

Em relação à economia internacional, na zona do euro, a principal notícia de final de ano foi a desaceleração da inflação em dezembro, mais do que o esperado. Enquanto em novembro os preços ao consumidor subiram 1,9% na base anualizada, em dezembro a alta de 1,6% ficou bem aquém da meta de 2% do Banco Central Europeu.

Nos EUA, as principais notícias de final de ano foram a divulgação da última estimativa de evolução do PIB no terceiro trimestre de 2018, em que o crescimento foi de 3,5% na base anual e o aumento da taxa básica de juros pelo FED, da faixa entre 2% e 2,25%, para a faixa entre 2,25% e 2,50%. Foi o quarto aumento do ano.

Outro fato de destaque nos EUA foi a criação de 312 mil empregos não rurais em dezembro, enquanto se esperava a criação de 176 mil novas vagas. Já a taxa de desemprego que era de 3,7% em novembro, aumentou para 3,9% em dezembro, com mais pessoas procurando trabalho.

Para os mercados de ações internacionais, o ano de 2018 acabou sendo de quedas. Enquanto o Dax, índice da bolsa alemã caiu 18,26% e o FTSE-100, da bolsa inglesa 12,48%, o índice S&P 500, da bolsa norte-americana, recuou 6,24% e o Nikkey 225, da bolsa japonesa 12,08%.

Já na primeira semana de janeiro o Dax subiu 1,98%, o FTSE-100 1,54%, o S&P 500, 1,86% e o Nikkei 225 recuou 2,26%.

Em relação à economia brasileira, o IPC-S terminou 2018 com alta acumulada de 4,32%, depois de registrar alta de 0,29% em dezembro. Já o IGP-M terminou o ano passado com alta de 7,54%, depois da queda de 1,08% em dezembro.

A grande notícia de final de ano no Brasil disse respeito à Balança Comercial do país que encerrou 2018 com superávit de US$ 58,3 bilhões. Embora o resultado tenha sido 13% inferior ao de 2017, foi o segundo resultado mais forte já alcançado desde 1989, início da série histórica.

Para a bolsa brasileira, foi um ano de boa recuperação, com o Ibovespa subindo 15,03%. O dólar, por sua vez, subiu 17,13% no ano e o IMA-B Total 13,06%.

Já na primeira semana de janeiro o Ibovespa subiu 4,50%, o dólar recuou 2,89% e o IMA-B avançou 1,45%.

Comentário Focus

No Relatório Focus de 4 de janeiro, a média dos economistas que militam no mercado financeiro estimou que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subirá 4,01% em 2019, como na semana anterior. Para 2020 a estimativa é de que suba 4,00%, também como na semana anterior.

Para a taxa Selic, o relatório informou que no fim de 2019 a taxa Selic estará em 7,00%, frente a 7,13% na última pesquisa, e em 2020 em 8,00% como na pesquisa anterior.

Já para o desempenho da economia previsto para este ano, o mercado estimou a evolução do PIB em 2,53%, frente a 2,55% na semana anterior. Para 2020, a estimativa é que o PIB cresça 2,50%, como na semana anterior.

Para a taxa de câmbio, a pesquisa mostrou que a cotação da moeda americana estará em R$ 3,80 no final do ano, como no último relatório, e em R$ 3,80 no final de 2020, como na semana anterior.

Para o Investimento Estrangeiro Direto, as expectativas são de um ingresso de US$ 79,50 bilhões em 2019, como na última pesquisa, e de US$ 84,44 bilhões em 2020, como na pesquisa anterior.

Perspectiva

Nesta semana, na zona do euro, teremos a divulgação das vendas no varejo e da taxa de desemprego em novembro, bem como a divulgação da ata da última reunião do BCE.

Nos EUA, teremos a divulgação das encomendas à indústria em novembro, da inflação do consumidor em dezembro e da ata da última reunião do FED.

No Brasil, teremos a divulgação dos dados parciais de inflação e do IPCA de dezembro, além da produção industrial em novembro.

No exterior, as atas das últimas reuniões do BCE e do FED em que nova elevação da taxa básica de juros foi decidida é a divulgação mais importante, e no Brasil a inflação de dezembro são os dados mais relevantes.

Em relação às aplicações dos RPPS, diante de um novo governo que se inicia e das expectativas que o fato gera, por ora aconselhamos o investimento de 25% dos recursos em fundos de investimento em títulos públicos que possuem a gestão do duration, produto a ser acompanhado com a devida atenção.

Para os vértices médios (IMA-B 5, IDkA 2A e IRF-M Total) recomendamos ainda uma exposição de 30% e para os vértices de curto prazo, representados pelos fundos DI, pelos referenciados no IRFM-1 e pelos CDBs a alocação agora sugerida é de 15%.

Permanece a recomendação de que, com a devida cautela e respeitados os limites das políticas de investimento e as exigências da nova resolução editada pelo CMN, é oportuna a avaliação de aplicações em produtos que envolvam a exposição ao risco de crédito (FIDC e FI Crédito Privado, por exemplo).

Quanto à renda variável, continuamos a recomendar a exposição máxima de 30%, também por conta da melhora da atividade econômica neste ano, que já se refle em um melhor comportamento dos lucros das empresas e, portanto, da Bolsa de Valores e também pelo fato da importância do produto como fator de diversificação de portfolio, em um momento em que as taxas de juros dos títulos públicos não mais suprem a meta atuarial.

Dessa forma, mantivemos em 10% a sugestão de alocação em fundos multimercado e reduzimos de 5% para 2,5% a alocação em FII e FIP, respectivamente, dada a pouca disponibilidade de produtos no mercado. Em compensação e tendo-se em vista o potencial de valorização do segmento com a eleição de candidato pró-mercado elevamos a recomendação do investimento em ações de 10% para 15%.

Para aqueles clientes que já contam com investimento de 5% tanto em FII, quanto em FIP, recomendamos que o teto de investimento em ações se mantenha em 10%.

Por fim, cabe lembrarmos que as aplicações em renda fixa, por ensejarem o rendimento do capital investido, devem contemplar o curto, o médio e o longo prazo, conforme as possibilidades ou necessidades dos investidores. Já as realizadas em renda variável, que ensejam o ganho de capital, as expectativas de retorno devem ser direcionadas efetivamente para o longo prazo.

* Aos clientes que investem em FIDC / Crédito Privado / Fundo Debênture, utilizar como limite máximo o percentual destinado ao Médio Prazo.

** Aos clientes que investem em Fundos de Participações e Fundos Imobiliários em percentual superior a 2,5% em cada, reduzir a exposição de 15% aos Fundos de Ações na proporção desse excesso.

Indicadores Diários -04/01/19

Índices de Referência -Novembro/2018