NOSSA VISÃO - 01/04/2019
Retrospectiva
Depois do
grande desentendimento entre o Executivo e o presidente do Legislativo, o
mercado apresentou comportamento altamente volátil, com receio do
comprometimento do avanço da reforma da Previdência. O ministro Paulo Guedes,
participando de reunião na Comissão de Assuntos Econômicos do Senado afirmou
que poderia deixar o governo caso a reforma não fosse aprovada.
Depois disso
ficou decidido que caberá ao ministro Paulo Guedes a coordenação das
articulações políticas com o Congresso para tramitar a proposta da reforma da
Previdência. Foi também escolhido o
relator da proposta, o deputado Marcelo Freitas, que afirmou esperar conclui-la
até o final do primeiro semestre.
Em relação à
economia internacional, na zona do euro, foi divulgada a prévia da inflação do
consumidor em março, que retrocedeu em relação a fevereiro. Enquanto nesse mês
ela havia sido de 1,5%, em março caiu para 1,4% na base anual, bem abaixo da
meta de 2% do BCE.
Nos EUA, nova
estimativa do PIB do quarto trimestre de 2018 apurou o crescimento a uma taxa
anualizada de 2,2% frente ao terceiro trimestre. Assim o PIB em 2018 cresceu
2,9%.
Para os mercados
de ações internacionais, a semana que passou foi de recuperação. Enquanto o
Dax, índice da bolsa alemã subiu 1,42%, o FTSE-100, da bolsa inglesa avançou 0,99%.
Já o índice S&P 500, da bolsa norte-americana subiu 1,20%, enquanto o Nikkey
225, da bolsa japonesa caiu 1,95%.
Em relação à
economia brasileira, o IPC-S, depois de ter avançado 0,61% na terceira
quadrissemana de março, terminou o mês crescendo 0,65%. O IGP-M, por sua vez, depois
de ter subido 0,88% na terceira prévia de fevereiro, terminou março com avanço
de 1,26%.
Já o IPC-15,
registrou alta de 0,54% em março, após ter avançado 0,34% em fevereiro. O
resultado ficou acima das expectativas do mercado.
Quanto à ata
da reunião do Copom, os membros do colegiado reconheceram que o ritmo da
atividade econômica ficou abaixo do esperado no quarto trimestre e que a
inflação deve subir nos próximos meses, mas apresentar recuo depois.
E conforme o
IBGE, a taxa de desemprego no Brasil ficou em 12,4% no trimestre encerrado em
fevereiro, com mais de 13 milhões de pessoas desempregadas.
Para a bolsa
brasileira, foi também uma semana de recuperação, com o Ibovespa subindo 1,79%.
No ano a variação positiva é de 8,57% e em doze meses de 11,77%. O dólar, por
sua vez, subiu 0,39% na semana e o IMA-B Total caiu 0,01%.
Comentário Focus
No Relatório Focus de 29 de março, a média
dos economistas que militam no mercado financeiro estimou que o Índice Nacional
de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subirá 3,89% em 2019, como na semana
anterior. Para 2020 a estimativa é de que suba 4,00%, também como na semana
anterior.
Para a taxa Selic, o relatório informou que,
no fim de 2019 a taxa Selic estará em 6,50%, como na última pesquisa e em 2020
em 7,50%, como na pesquisa anterior.
Já para o desempenho da economia previsto
para este ano, o mercado estimou a evolução do PIB em 1,98%, frente a 2,00% na
semana anterior. Para 2020 a estimativa é que o PIB cresça 2,75%, frente a 2,78%
na semana anterior.
Para a taxa de
câmbio, a pesquisa mostrou que a cotação da moeda americana deverá estar em R$
3,70 no final do ano, como no último relatório e em R$ 3,75 no final de 2020, de
novo como na semana anterior.
Para o
Investimento Estrangeiro Direto, as expectativas são de um ingresso de US$ 81,89
bilhões em 2019, frente a US$ 81 bilhões na última pesquisa e de US$ 83,38
bilhões em 2020, como na pesquisa anterior.
Perspectiva
Nesta semana,
na zona do euro, teremos a divulgação da inflação do consumidor em março e das
vendas no varejo, além da taxa de
desemprego em fevereiro.
Nos EUA, teremos
a divulgação das vendas no varejo em fevereiro e da taxa de desemprego em março.
No Brasil,
além dos dados parciais de inflação e do IPCA de março, teremos a divulgação da
produção industrial em fevereiro.
No exterior, o
evento mais importante será a divulgação do relatório de emprego em março e no Brasil
será a divulgação do IPCA de março, num momento em que a inflação está um pouco
mais elevada por conta de pressões nos preços dos alimentos e dos transportes.
Em relação às
aplicações dos RPPS aconselhamos o investimento de 25% dos recursos em fundos
de investimento em títulos públicos que possuem a gestão do duration, produto a
ser acompanhado com a devida atenção.
Para os vértices médios
(IMA-B 5, IDkA 2A e IRF-M Total) recomendamos ainda uma exposição de 30% e para
os vértices de curto prazo, representados pelos fundos DI, pelos referenciados
no IRFM-1 e pelos CDBs a alocação agora sugerida é de 15%.
Permanece a
recomendação de que, com a devida cautela e respeitados os limites das
políticas de investimento e as exigências da nova resolução editada pelo CMN, é
oportuna a avaliação de aplicações em produtos que envolvam a exposição ao
risco de crédito (FIDC e FI Crédito Privado, por exemplo).
Quanto à renda
variável, continuamos a recomendar a exposição máxima de 30%, também por conta
da melhora da atividade econômica neste ano, que já se refle em um melhor
comportamento dos lucros das empresas e, portanto, da Bolsa de Valores e também
pelo fato da importância do produto como fator de diversificação de portfolio,
em um momento em que as taxas de juros dos títulos públicos não mais suprem a
meta atuarial.
Dessa forma,
mantivemos em 10% a sugestão de alocação em fundos multimercado e reduzimos de
5% para 2,5% a alocação em FII e FIP, respectivamente, dada a pouca
disponibilidade de produtos no mercado. Em compensação e tendo-se em vista o
potencial de valorização do segmento com a eleição de candidato pró-mercado
elevamos a recomendação do investimento em ações de 10% para 15%.
Para aqueles
clientes que já contam com investimento de 5% tanto em FII, quanto em FIP,
recomendamos que o teto de investimento em ações se mantenha em 10%.
Por fim, cabe
lembrarmos que as aplicações em renda fixa, por ensejarem o rendimento do
capital investido, devem contemplar o curto, o médio e o longo prazo, conforme
as possibilidades ou necessidades dos investidores. Já as realizadas em renda
variável, que ensejam o ganho de capital, as expectativas de retorno devem ser
direcionadas efetivamente para o longo prazo.
* Aos clientes que
investem em FIDC / Crédito Privado / Fundo Debênture, utilizar como limite
máximo o percentual destinado ao Médio Prazo.
** Aos clientes que
investem em Fundos de Participações e Fundos Imobiliários em percentual
superior a 2,5% em cada, reduzir a exposição de 15% aos Fundos de Ações na
proporção desse excesso.
Indicadores Diários -29/03/19
Índices de Referência - Fevereiro/2019