NOSSA VISÃO - 13/05/2019

Retrospectiva

Como o presidente Trump havia anunciado, o aumento tarifário de 10% para 25% sobre US$ 200 bilhões em produtos importados da China começou a vigorar na última sexta-feira. Em resposta, a China elevará tarifas sobre US$ 60 bilhões em produtos americanos a partir de primeiro de junho. Hoje, Trump declarou que o país asiático não deveria impor retaliações contra produtos americanos ou as coisas apenas ficariam piores.

Em relação à economia internacional, na zona do euro, as vendas no varejo ficaram estáveis em março em comparação com o mês anterior e avançaram 1,9% na comparação anual. Quanto à ata da última reunião do BCE, a manutenção dos juros nos patamares atuais deverá prosseguir, pelo menos até o final do ano.

Nos EUA, a inflação do consumidor em abril foi menor que a prevista, ao registrar aumento de 0,3%, por conta da alta dos preços da gasolina, dos aluguéis e custos com saúde. O índice havia avançado 0,4% em março.

Para os mercados de ações internacionais, a semana que passou foi mais de quedas. Enquanto o Dax, índice da bolsa alemã caiu 2,84%, o FTSE-100, da bolsa inglesa recuou 2,40%, o índice S&P 500, da bolsa norte-americana 2,18% e o Nikkey 225, da bolsa japonesa 4,11%.

Em relação à economia brasileira, o IPC-S subiu 0,57% na primeira quadrissemana de maio, depois de ter subido 0,63% na última de abril. O IPC-Fipe, por sua vez, subiu 0,20% na primeira semana de maio, depois de ter subido 0,29% em abril. Já o IGP-M avançou 0,58% na primeira prévia de maio, após ter aumentado 0,62% na primeira leitura de abril.

Quanto ao IPCA, a alta de abril foi de 0,57%, depois de ter avançado 0,75% em março. No ano a alta acumulada é de 2,09% e de 4,94% em doze meses. Por sua vez, o INPC de abril subiu 0,60%, ante 0,77% em março. No ano acumulou 2,29% e 5,07% em doze meses.

Conforme o IBGE, as vendas no varejo brasileiro cresceram 0,3% em março, em comparação a fevereiro. Em relação a março de 2018 as vendas de março caíram 4,5%.

Na última quarta-feira, o Copom manteve, pela nona vez seguida, a taxa Selic em 6,5% ao ano. Mostrou-se cauteloso diante da desaceleração da economia e da incerteza sobre as reformas econômicas do governo.

Para a bolsa brasileira, foi também uma semana de baixa. O Ibovespa caiu 1,82% nesse período. No ano a variação positiva é de 7,25% e em doze meses de 10,61%. O dólar, por sua vez, subiu 0,48% na semana e o IMA-B Total subiu 0,83%. 

Comentário Focus

No Relatório Focus de 10 de maio, a média dos economistas que militam no mercado financeiro estimou que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subirá 4,04% em 2019, como na semana anterior. Para 2020 a estimativa é de que suba 4,00%, também como na semana anterior.

Para a taxa Selic, o relatório informou que, no fim de 2019 a taxa Selic estará em 6,50%, como na última pesquisa e em 2020 em 7,50%, como na pesquisa anterior.

Já para o desempenho da economia previsto para este ano, o mercado estimou a evolução do PIB em 1,45%, frente a 1,49% na semana anterior. Para 2020 a estimativa é que o PIB cresça 2,50%, como na semana anterior.

Para a taxa de câmbio, a pesquisa mostrou que a cotação da moeda americana deverá estar em R$ 3,75 no final do ano, como no último relatório e em R$ 3,80 no final de 2020, como na semana anterior.

Para o Investimento Estrangeiro Direto, as expectativas são de um ingresso de US$ 83,29 bilhões em 2019, frente a US$ 82 bilhões na última pesquisa e de US$ 84,36 bilhões em 2020, frente a US$ 85 bilhões na pesquisa anterior.



Perspectiva

Nesta semana, na zona do euro, teremos a divulgação de nova estimativa do PIB do primeiro trimestre de 2019, da produção industrial em março e de nova estimativa da inflação do consumidor em abril.

Nos EUA, teremos a divulgação das vendas no varejo e da produção industrial em abril.

No Brasil, serão divulgados os dados parciais de inflação, a ata da última reunião do Copom e o IBC-Br de março.

No exterior, o evento mais importante da semana será a divulgação de nova estimativa do PIB do primeiro trimestre da zona do euro, além do acompanhamento próximo da "guerra" comercial EUA x China. E no Brasil será a ata da última reunião do Copom, em que a manutenção da taxa Selic em 6,50% foi decidida, além das tratativas das reformas.

Em relação às aplicações dos RPPS, aconselhamos o investimento de 25% dos recursos em fundos de investimento em títulos públicos que possuem a gestão do duration, produto a ser acompanhado com a devida atenção por conta das posições assumidas pelo gestor.

Para os vértices médios (IMA-B 5, IDkA 2A e IRF-M Total) recomendamos uma exposição de 30% e para os vértices de curto prazo, representados pelos fundos DI, pelos referenciados no IRFM-1 e pelos CDBs a alocação agora sugerida é de 15%.

Permanece a recomendação de que, com a devida cautela e respeitados os limites das políticas de investimento e as exigências da nova resolução editada pelo CMN, é oportuna a avaliação de aplicações em produtos que envolvam a exposição ao risco de crédito (FIDC e FI Crédito Privado, por exemplo).

Quanto à renda variável, recomendamos uma exposição máxima de 30%, por conta da melhora da atividade econômica neste ano, que já se refle em um melhor comportamento dos lucros das empresas e, portanto, da Bolsa de Valores e também pelo fato da importância do produto como fator de diversificação de portfolio, em um momento em que as taxas de juros dos títulos públicos não mais superam a meta atuarial.

Para a alocação em fundos multimercado a nossa sugestão é de 10% dos recursos e de 2,5% a alocação em FII e FIP, respectivamente, dada a pouca disponibilidade de produtos no mercado enquadrados para os RPPS. Para o investimento em ações, a nossa recomendação é de 15% dos recursos, tendo-se em vista o potencial de crescimento das empresas neste e nos próximos anos, como já dissemos, em uma conjuntura de baixa inflação e taxas de juros nas mínimas históricas. Muito embora ainda esteja no campo das expectativas, a implementação das reformas estruturais demandadas pelo mercado em muito também poderão influenciar o comportamento positivo das ações, no futuro.

Para aqueles clientes que já contam com investimento de 5% tanto em FII, quanto em FIP, recomendamos que o teto de investimento em ações se mantenha em 10%.

Por fim, cabe lembrarmos que as aplicações em renda fixa, por ensejarem o rendimento do capital investido, devem contemplar o curto, o médio e o longo prazo, conforme as possibilidades ou necessidades dos investidores. Já as realizadas em renda variável, que ensejam o ganho de capital, as expectativas de retorno devem ser direcionadas efetivamente para o longo prazo.


* Aos clientes que investem em FIDC / Crédito Privado / Fundo Debênture, utilizar como limite máximo o percentual destinado ao Médio Prazo.

** Aos clientes que investem em Fundos de Participações e Fundos Imobiliários em percentual superior a 2,5% em cada, reduzir a exposição de 15% aos Fundos de Ações na proporção desse excesso. 

Indicadores Diários -10/05/19



Índices de Referência -Abril/2019