NOSSA VISÃO - 24/06/2019
Retrospectiva
Um dia antes
que se iniciasse o fim de semana mais longo, na semana que passou, tanto o
banco central norte-americano, quanto o brasileiro, deram motivos para que a
bolsa tivesse uma boa alta e os juros de mercado uma boa queda em ambos os
mercados financeiros.
Nos EUA o FED
manteve a taxa básica de juros na faixa entre 2,25% e 2,50% ao ano, mas
sinalizou a possibilidade de cortes futuros ainda este ano e prometeu agir para
sustentar o crescimento econômico. Os
rendimentos dos títulos do tesouro americano caíram abaixo de 2% ao ano, fato
que não ocorria desde 2016 e os índices das bolsas atingiram níveis recorde.
No Brasil, o
Banco Central manteve a taxa Selic em 6,50% pela décima vez seguida, mas
sugeriu que há espaço para a queda dos juros desde que a aprovação da reforma
da previdência evolua de forma concreta. Paralelamente, o grupo de economistas
que mais acertaram as previsões contidas na Pesquisa Focus, o chamado Top 5,
com a inflação baixa e a atividade econômica muito fraca passou a ver a taxa
básica mais baixa tanto neste ano, quanto no próximo.
Em relação à
economia internacional, na zona do euro, após revisão foi confirmada a
desaceleração da inflação anual do consumidor em 1,2% no mês de maio, resultado
muito abaixo da meta de 2% do BCE.
Nos EUA, como
dissemos, o comitê de política monetária do FED manteve a taxa básica de juros
inalterada.
Para os mercados
de ações internacionais, a semana que passou foi novamente de altas. Enquanto o
Dax, índice da bolsa alemã subiu 2,01% e o FTSE-100, da bolsa inglesa 0,84%, o índice
S&P 500, da bolsa norte-americana avançou 2,20% e o Nikkey 225, da bolsa japonesa
0,67%.
Em relação à
economia brasileira, o IPC-S teve deflação de 0,05% na terceira quadrissemana
de junho, depois de ter subido 0,04% na segunda. Já o IGP-M acelerou um pouco
mais a alta a 0,75% na segunda prévia de junho, depois de ter subido 0,73% no
mesmo período do mês anterior.
Para a bolsa
brasileira, foi também outra semana de alta. O Ibovespa subiu 4,05%, atingindo
nova pontuação recorde em termos nominais. No ano a variação positiva é de 16,07%
e em doze meses de 44,41%. O dólar, por sua vez, caiu 1,44% na semana e o IMA-B
Total subiu 1,67%.
Comentário Focus
No Relatório Focus de 21 de junho, a média
dos economistas que militam no mercado financeiro estimou que o Índice Nacional
de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subirá 3,82% em 2019, frente a 3,84% na semana
anterior. Para 2020 a estimativa é de que suba 3,95%, contra 4,00% na semana
anterior.
Para a taxa Selic, o relatório informou que,
no fim de 2019 a taxa Selic estará em 5,75%, como na pesquisa anterior e em
2020 em 6,50%, também como na pesquisa anterior.
Já para o desempenho da economia previsto
para este ano, o mercado estimou a evolução do PIB em 0,87%, frente a 0,93% na
semana anterior. Para 2020 a estimativa é que o PIB cresça 2,20%, como na
semana anterior.
Para a taxa de
câmbio, a pesquisa mostrou que a cotação da moeda americana deverá estar em R$
3,80 no final do ano, como no último relatório e em R$ 3,80 no final de 2020, também
como na semana anterior.
Para o
Investimento Estrangeiro Direto, as expectativas são de um ingresso de US$ 85 bilhões
em 2019, frente a US$ 84,30 bilhões na última pesquisa e de US$ 84,28 bilhões
em 2020, frente a US$ 84,36 bilhões na pesquisa anterior.
Perspectiva
Nesta semana,
na zona do euro, teremos a divulgação da estimativa da inflação do consumidor
em junho.
Nos EUA, teremos
a divulgação de nova estimativa do PIB do primeiro trimestre de 2019 e dos
pedidos de bens duráveis em maio.
No Brasil, serão
divulgados os dados parciais de inflação, inclusive do IPCA 15, bem como a ata
da última reunião do Copom e da taxa de desemprego em maio.
No exterior, a
confirmação do PIB do primeiro trimestre do ano dos EUA e no Brasil a última
apuração da taxa de desemprego são os eventos mais importantes.
Em relação às
aplicações dos RPPS aconselhamos o investimento de 25% dos recursos em fundos
de investimento em títulos públicos que possuem a gestão do duration, produto a
ser acompanhado com a devida atenção por conta das posições assumidas pelo
gestor.
Para os vértices médios
(IMA-B 5, IDkA 2A e IRF-M Total) recomendamos uma exposição de 30% e para os
vértices de curto prazo, representados pelos fundos DI, pelos referenciados no
IRFM-1 e pelos CDBs a alocação agora sugerida é de 15%.
Permanece a
recomendação de que, com a devida cautela e respeitados os limites das
políticas de investimento e as exigências da nova resolução editada pelo CMN, é
oportuna a avaliação de aplicações em produtos que envolvam a exposição ao
risco de crédito (FIDC e FI Crédito Privado, por exemplo).
Quanto à renda
variável, recomendamos uma exposição máxima de 30%, por conta da melhora do
ambiente econômico neste ano, que já se refle em um melhor comportamento dos
lucros das empresas e, portanto, da Bolsa de Valores e também pelo fato da
importância do produto como fator de diversificação de portfolio, em um momento
em que as taxas de juros dos títulos públicos não mais superam a meta atuarial.
Para a
alocação em fundos multimercado a nossa sugestão é de 10% dos recursos e de 2,5%
a alocação em FII e FIP, respectivamente, dada a pouca disponibilidade de
produtos no mercado enquadrados para os RPPS. Para o investimento em ações, a
nossa recomendação é de 15% dos recursos, tendo-se em vista o potencial de
crescimento das empresas neste e nos próximos anos, como já dissemos, em uma
conjuntura de baixa inflação e taxas de juros nas mínimas históricas. Muito
embora ainda esteja no campo das expectativas, a implementação das reformas
estruturais demandadas pelo mercado em muito também poderão influenciar o
comportamento positivo das ações, no futuro.
Para aqueles
clientes que já contam com investimento de 5% tanto em FII, quanto em FIP,
recomendamos que o teto de investimento em ações se mantenha em 10%.
Por fim, cabe
lembrarmos que as aplicações em renda fixa, por ensejarem o rendimento do
capital investido, devem contemplar o curto, o médio e o longo prazo, conforme
as possibilidades ou necessidades dos investidores. Já as realizadas em renda
variável, que ensejam o ganho de capital, as expectativas de retorno devem ser
direcionadas efetivamente para o longo prazo.
* Aos clientes que
investem em FIDC / Crédito Privado / Fundo Debênture, utilizar como limite
máximo o percentual destinado ao Médio Prazo.
** Aos clientes que investem em Fundos de
Participações e Fundos Imobiliários em percentual superior a 2,5% em cada,
reduzir a exposição de 15% aos Fundos de Ações na proporção desse excesso.
Indicadores Diários -21/06/19
Índices de Referência -Maio/2019