NOSSA VISÃO - 29/07/2019
Retrospectiva
O setor
público consolidado brasileiro registrou déficit primário de R$ 12,7 bilhões em
junho, totalmente em linha com as expectativas. No acumulado do primeiro
semestre de 2019, o déficit foi de R$ 5,7 bilhões, comparado ao rombo de R$
14,4 bilhões em igual período de 2018. A melhoria foi fruto do melhor resultado
apresentado até então, por estados e municípios.
Em relação à
economia internacional, na zona do euro, o Banco Central Europeu - BCE manteve
inalterados os juros em sua reunião ordinária. A taxa básica, a de
refinanciamento e a de depósito foram mantidas em 0% e -0,4%, respectivamente. No
comunicado pós reunião, o seu presidente afirmou que a perspectiva econômica
está piorando mais e mais na região.
Nos EUA, foi
divulgada a primeira estimativa do PIB do segundo trimestre de 2019. Houve uma
desaceleração em relação ao primeiro trimestre e a alta foi 2,1% em taxa
anualizada. Os impactos negativos dos investimentos e das exportações foram em
parte compensados por aceleração nos gastos dos consumidores e do governo.
Foram também
divulgadas as encomendas de bens duráveis em junho, que subiram 2% em relação
ao mês anterior, depois de dois meses consecutivos de quedas. Os novos pedidos
de aeronaves tiveram alta expressiva.
Para os mercados
de ações internacionais, a semana que passou foi de recuperação. Enquanto o
Dax, índice da bolsa alemã subiu 1,30% e o FTSE-100, da bolsa inglesa 0,54%, o índice
S&P 500, da bolsa norte-americana avançou 1,65% e o Nikkey 225, da bolsa japonesa
0,89%.
Em relação à
economia brasileira, o IPC-S acelerou para 0,18% na terceira quadrissemana de em
julho, depois de ter registrado avanço de 0,14% na segunda. Já o IPCA-15 subiu
apenas 0,09% em junho, depois de ter avançado 0,06% em junho. O resultado ficou
abaixo das expectativas.
Para a bolsa
brasileira, a semana foi também de baixa novamente. O Ibovespa recuou 0,61%, reduzindo
a variação acumulada no ano para 16,99% e a de doze meses para 28,74%. O dólar,
por sua vez, avançou 0,89% na semana e o IMA-B Total subiu 0,59%.
Relatório Focus
No Relatório Focus de 26 de julho, a média
dos economistas que militam no mercado financeiro estimou que o Índice Nacional
de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subirá 3,80% em 2019, frente a 3,78% na semana
anterior. Para 2020 a estimativa é de que suba 3,90%, como na semana anterior.
Para a taxa Selic, o relatório informou que,
no fim de 2019 a taxa Selic estará em 5,50%, como na pesquisa anterior e em
2020 em 5,50%, comparado a 5,75% na pesquisa anterior.
Já para o desempenho da economia previsto
para este ano, o mercado estimou a evolução do PIB em 0,82%, como na semana
anterior. Para 2020 a estimativa é que o PIB cresça 2,10%, também como na
semana anterior.
Para a taxa de
câmbio, a pesquisa mostrou que a cotação da moeda americana deverá estar em R$
3,75 no final do ano, como no último relatório e em R$ 3,80 no final de 2020, também
como na semana anterior.
Para o
Investimento Estrangeiro Direto, as expectativas são de um ingresso de US$ 85
bilhões em 2019, como na última pesquisa e de US$ 85,28 bilhões em 2020, frente
a US$ 84,20 bilhões na pesquisa anterior.
Perspectiva
Nesta semana,
na zona do euro, teremos a divulgação da primeira estimativa do PIB do segundo
trimestre de 2019, as vendas no varejo em junho e a inflação do consumidor em
julho.
Nos EUA, teremos
a divulgação da taxa de desemprego em julho, as encomendas à indústria em junho
e nova reunião do FED para deliberar sobre a taxa de juros.
No Brasil, serão
divulgados os dados parciais de inflação, a produção industrial e a taxa de
desemprego em junho e teremos nova reunião do Copom para deliberar sobre a taxa
de juros.
No exterior,
nos EUA e no Brasil, os principais eventos na semana serão as reuniões dos
comitês de política monetária dos respectivos bancos centrais. Tanto no Brasil,
quanto lá, o mercado estima que haverá redução da taxa básica de juros. As
chances são realmente boas.
Em relação às
aplicações dos RPPS aconselhamos o investimento de 25% dos recursos em fundos
de investimento em títulos públicos que possuem a gestão do duration, produto a
ser acompanhado com a devida atenção por conta das posições assumidas pelo
gestor.
Para os
vértices de longo prazo (especificamente o IMA-B Total) passamos agora a
recomendar uma exposição de 10%.
Para os vértices médios (IMA-B 5, IDkA 2A e IRF-M Total) reduzimos
a recomendação para uma exposição de 25% e para os vértices de curto prazo,
representados pelos fundos DI, pelos referenciados no IRFM-1 e pelos CDBs a
alocação agora sugerida é de 10%.
Permanece a
recomendação de que, com a devida cautela e respeitados os limites das políticas
de investimento e as exigências da nova resolução editada pelo CMN, é oportuna
a avaliação de aplicações em produtos que envolvam a exposição ao risco de
crédito (FIDC e FI Crédito Privado, por exemplo).
Quanto à renda
variável, recomendamos uma exposição máxima de 30%, por conta da melhora do
ambiente econômico neste ano, que já se refle em um melhor comportamento dos
lucros das empresas e, portanto, da Bolsa de Valores e também pelo fato da
importância do produto como fator de diversificação de portfolio, em um momento
em que as taxas de juros dos títulos públicos não mais superam a meta atuarial.
Para a
alocação em fundos multimercado a nossa sugestão é de 10% dos recursos e de 2,5%
a alocação em FII e FIP, respectivamente, dada a pouca disponibilidade de
produtos no mercado enquadrados para os RPPS. Para o investimento em ações, a
nossa recomendação é de 15% dos recursos, tendo-se em vista o potencial de
crescimento das empresas neste e nos próximos anos, como já dissemos, em uma
conjuntura de baixa inflação e taxas de juros nas mínimas históricas. Muito
embora ainda esteja no campo das expectativas, a implementação das reformas
estruturais demandadas pelo mercado em muito também poderão influenciar o
comportamento positivo das ações, no futuro.
Para aqueles
clientes que já contam com investimento de 5% tanto em FII, quanto em FIP,
recomendamos que o teto de investimento em ações se mantenha em 10%.
Por
fim, cabe lembrarmos que as aplicações em renda fixa, por ensejarem o
rendimento do capital investido, devem contemplar o curto, o médio e o longo
prazo, conforme as possibilidades ou necessidades dos investidores. Já as
realizadas em renda variável, que ensejam o ganho de capital, as expectativas
de retorno devem ser direcionadas efetivamente para o longo prazo.
* Aos clientes que
investem em FIDC / Crédito Privado / Fundo Debênture, utilizar como limite
máximo o percentual destinado ao Médio Prazo.
** Aos clientes que investem em Fundos de
Participações e Fundos Imobiliários em percentual superior a 2,5% em cada,
reduzir a exposição de 15% aos Fundos de Ações na proporção desse excesso.
Indicadores Diários -26/07/19
Índices de Referência -Junho/2019