NOSSA VISÃO - 05/08/2019
Retrospectiva
No segundo dia
de agosto, o presidente dos EUA, Donald Trump acentuou a "guerra" com a China
ao anunciar nova tarifa de 10% sobre importações desse país, no valor de US$
300 bilhões, que ainda não foram taxados anteriormente. Segundo ele, os EUA
irão taxar a China até que um acordo comercial seja fechado.
Em represália,
conforme o anúncio divulgado hoje e que está mexendo com os mercados globais, a
China permitiu que a moeda local fosse negociada abaixo de 7 por dólar, pela
primeira vez em 11 anos. O Banco central culpou a queda na taxa cambial ao
protecionismo comercial dos EUA.
Em relação à
economia internacional, na zona do euro, foi divulgado que as vendas no varejo
mudaram o rumo em junho e subiram 1,1% comparado a maio. Frente a um ano antes
as vendas varejistas aumentaram 2,6%.
Nos EUA, as
encomendas à indústria subiram 0,6% em junho, impulsionadas pela demanda por
maquinário e equipamentos de transporte. Já a taxa de desemprego se estabilizou
em 3,7% nesse mês e foram criadas 164 mil vagas de trabalho não rural, quando
171 eram esperadas.
Em sua reunião
ordinária de política monetária, o FED decidiu reduzir a taxa de juros da faixa
entre 2,50% e 2,25% ao ano, para 2% e 2,25% ao ano. No comunicado sinalizou que
pode não necessitar promover mais cortes.
Para os mercados
de ações internacionais, a semana que passou foi de quedas, com o
recrudescimento da disputa comercial EUA x China. Enquanto o Dax, índice da
bolsa alemã caiu 4,41% e o FTSE-100, da bolsa inglesa 1,88%, o índice S&P
500, da bolsa norte-americana recuou 3,10% e o Nikkey 225, da bolsa japonesa 2,64%.
Em relação à
economia brasileira, o IPC-S encerrou julho com alta de 0,31%, depois de ter registrado
deflação de 0,02% no mês anterior. Já o IGP-M desacelerou a alta para 0,40% em
julho, depois de subir 0,80% em junho.
De acordo com
o IBGE, a taxa de desemprego no Brasil ficou em 12% no trimestre encerrado em
junho, com 11,5 milhões de pessoas desempregadas. Um ano antes a taxa de
desemprego era de 12,4%. Quanto á produção industrial nesse mês, a queda foi de
0,6% ante maio.
O Copom, em
nova reunião realizada na semana que passou decidiu reduzir a taxa Selic de
6,50% para 6% ao ano, o menor nível histórico. Foi o primeiro corte após dez
reuniões. No comunicado afirmou que a consolidação do cenário benigno para a
inflação prospectiva deverá permitir ajuste adicional no grau de estímulo.
Para a bolsa
brasileira, a semana foi uma semana de ligeira baixa. O Ibovespa recuou 0,14%, reduzindo
a variação acumulada no ano para 16,83% e a de doze meses para 26,08%. O dólar,
por sua vez, avançou 2,64% na semana e o IMA-B Total caiu 0,13%.
Relatório Focus
No Relatório Focus de 02 de agosto, a média
dos economistas que militam no mercado financeiro estimou que o Índice Nacional
de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subirá 3,80% em 2019, como na semana
anterior. Para 2020 a estimativa é de que suba 3,90%, também como na semana
anterior.
Para a taxa Selic, o relatório informou que,
no fim de 2019 a taxa Selic estará em 5,25%, frente a 5,50% na pesquisa anterior
e em 2020 em 5,50%, como na pesquisa anterior.
Já para o desempenho da economia previsto
para este ano, o mercado estimou a evolução do PIB em 0,82%, como na semana
anterior. Para 2020 a estimativa é que o PIB cresça 2,10%, também como na
semana anterior.
Para a taxa de
câmbio, a pesquisa mostrou que a cotação da moeda americana deverá estar em R$
3,75 no final do ano, como no último relatório e em R$ 3,80 no final de 2020, também
como na semana anterior.
Para o
Investimento Estrangeiro Direto, as expectativas são de um ingresso de US$ 85
bilhões em 2019, como na última pesquisa e de US$ 85,56 bilhões em 2020, frente
a US$ 85,28. bilhões na pesquisa anterior.
Perspectiva
Nesta semana,
na zona do euro, teremos a divulgação do PMI composto de julho.
Nos EUA, também
teremos a divulgação do PMI composto de julho, ou seja, o índice de atividade
industrial e o de serviços.
No Brasil, serão
divulgados os dados parciais de inflação, o IPCA de julho, as vendas no varejo
em junho e a ata da última reunião do Copom.
Nesta semana,
no exterior, os mercados irão acompanhar atentamente o desenrolar da "guerra"
comercial EUA x China. No Brasil, a atenção do mercado estará voltada para a
retomada dos trabalhos do Congresso Nacional, que deverão ter foco na economia,
com a conclusão da votação da reforma previdenciária.
Em relação às
aplicações dos RPPS aconselhamos o investimento de 25% dos recursos em fundos
de investimento em títulos públicos que possuem a gestão do duration, produto a
ser acompanhado com a devida atenção por conta das posições assumidas pelo
gestor.
Para os
vértices de longo prazo (especificamente o IMA-B Total) passamos agora a
recomendar uma exposição de 10%.
Para os vértices médios (IMA-B 5, IDkA 2A e IRF-M Total) reduzimos
a recomendação para uma exposição de 25% e para os vértices de curto prazo,
representados pelos fundos DI, pelos referenciados no IRFM-1 e pelos CDBs a
alocação agora sugerida é de 10%.
Permanece a
recomendação de que, com a devida cautela e respeitados os limites das
políticas de investimento e as exigências da nova resolução editada pelo CMN, é
oportuna a avaliação de aplicações em produtos que envolvam a exposição ao
risco de crédito (FIDC e FI Crédito Privado, por exemplo).
Quanto à renda
variável, recomendamos uma exposição máxima de 30%, por conta da melhora do
ambiente econômico neste ano, que já se refle em um melhor comportamento dos
lucros das empresas e, portanto, da Bolsa de Valores e também pelo fato da
importância do produto como fator de diversificação de portfolio, em um momento
em que as taxas de juros dos títulos públicos não mais superam a meta atuarial.
Para a
alocação em fundos multimercado a nossa sugestão é de 10% dos recursos e de 2,5%
a alocação em FII e FIP, respectivamente, dada a pouca disponibilidade de
produtos no mercado enquadrados para os RPPS. Para o investimento em ações, a
nossa recomendação é de 15% dos recursos, tendo-se em vista o potencial de crescimento
das empresas neste e nos próximos anos, como já dissemos, em uma conjuntura de
baixa inflação e taxas de juros nas mínimas históricas. Muito embora ainda
esteja no campo das expectativas, a implementação das reformas estruturais
demandadas pelo mercado em muito também poderão influenciar o comportamento
positivo das ações, no futuro.
Para aqueles
clientes que já contam com investimento de 5% tanto em FII, quanto em FIP,
recomendamos que o teto de investimento em ações se mantenha em 10%.
Por fim, cabe
lembrarmos que as aplicações em renda fixa, por ensejarem o rendimento do
capital investido, devem contemplar o curto, o médio e o longo prazo, conforme
as possibilidades ou necessidades dos investidores. Já as realizadas em renda
variável, que ensejam o ganho de capital, as expectativas de retorno devem ser
direcionadas efetivamente para o longo prazo.
* Aos clientes que
investem em FIDC / Crédito Privado / Fundo Debênture, utilizar como limite
máximo o percentual destinado ao Médio Prazo.
** Aos clientes que investem em Fundos de
Participações e Fundos Imobiliários em percentual superior a 2,5% em cada,
reduzir a exposição de 15% aos Fundos de Ações na proporção desse excesso.
Indicadores Diários -02/08/19
Índices de Referência -Junho/2019