NOSSA VISÃO - 16/09/2019
Retrospectiva
A semana
manteve o movimento de valorização nos principais mercados acionários, na
medida em que o noticiário animava os investidores.
Em meio à
disputa comercial entre EUA e China, o país asiático anunciou isenções
tarifárias para 16 itens da pauta de produtos importados dos EUA. A medida
ocorreu às vésperas de uma reunião planejada entre negociadores comerciais dos
dois países para conter o aumento tarifário que ocorre desde o ano passado. Na
sequencia, os EUA anunciaram que o governo americano concordou em adiar de 01
para 15 de outubro o aumento de tarifas sobre US$ 250 bilhões de importações
chinesas, como um "gesto de boa vontade", atendendo a um pedido do
vice-primeiro-ministro da China, Liu He.
Nos EUA,
destaque para os dados de vendas no varejo, que saltaram 0,4% em agosto frente
a julho, conforme divulgado pelo Departamento do Comércio, e acima das
expectativas que previam aumento de 0,2% nas vendas, indicando que os gastos
dos consumidores devem continuar apoiando um ritmo moderado no crescimento
econômico local.
Na zona do
Euro ocorreu a reunião do banco central europeu (BCE, na sigla em inglês), que
tomou importante decisão monetária para apoiar a economia da região em meio às
incertezas com o conflito comercial entre EUA e China. O BCE anunciou um corte
na taxa de depósitos de -0,4% para -0,5%, além de reativar o programa de compra
de ativos que havia encerrado em dezembro passado. O plano contempla a compra de
?
20 bilhões por mês em títulos do governo e
bônus corporativos a partir de 01 de novembro. O presidente do BCE, Mario
Draghi, disse que o BCE agiu em resposta a inflação muito abaixo da meta de
2,0% ao ano, além de um abrandamento maior do crescimento da economia local.
No Japão, foi
divulgado que o PIB local do segundo trimestre cresceu 0,3% na comparação com o
trimestre de janeiro a março, abaixo da leitura preliminar que indicava ganho
de 0,4%. A fraqueza da economia global e o agravamento do protecionismo
comercial adicionam certa pressão sobre o banco central japonês (BOJ, na sigla
em inglês) para que tome medidas expansionistas na próxima reunião, marcada
para esta semana.
Para os mercados
de ações internacionais, a semana foi de alta nas principais bolsas de valores.
Enquanto o Dax, índice da bolsa alemã, subiu 2,27% e o FTSE-100, da bolsa
inglesa, avançou 1,17%, o índice S&P 500, da bolsa norte-americana, valorizou
0,968% e o Nikkei 225, da bolsa japonesa, cresceu 3,72%.
Em relação à
economia brasileira, destaque para a divulgação do Índice de Atividade
Econômica do Banco Central (IBC-Br), considerado a prévia do PIB, que
apresentou retração de 0,16% em julho, em relação ao mês anterior. O índice
passou de 138,33 pontos para 138,11 pontos, atingindo o menor patamar para o
indicador desde maio deste ano, quando a pontuação foi de 137,86.
Na contra mão
da desaceleração da economia divulgada pelo Bacen, foi noticiado pelo IBGE que
o volume do setor de serviços cresceu 0,8% em julho, na comparação com o mês
anterior, e a melhor taxa mensal desde dezembro/2018. Ainda assim, o nível de
atividade do setor de serviços permanece no patamar de fevereiro de 2011,
distante do registrado antes da recessão.
Para a bolsa
brasileira a semana foi de valorização nos preços das ações. O Ibovespa avançou
0,55% na semana, acumulando valorização no ano de 17,77% e 37,22% em doze meses.
O dólar comercial encerrou a sessão de sexta-feira cotado a R$ 4,0925 na compra
R$ 4,0938 na venda. Na semana, a moeda norte-americana teve uma valorização de 0,19%.
Já o IMA-B Total encerrou a semana com crescimento de 0,05%, acumulando ganhos
no ano de 16,86%.
Relatório Focus
No Relatório
Focus divulgado hoje, a média dos economistas que militam no mercado financeiro
estimou que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subirá 3,45%
em 2019, uma redução ante os 3,54% da semana anterior. Para 2020 a estimativa foi
reduzida para 3,80%, ante 3,82% da semana anterior. O resultado continua abaixo
da meta de inflação fixada pelo CMN para este ano, de 4,25%.
Para a taxa
Selic, o mercado financeiro manteve suas projeções, com o relatório informando
que, ao final de 2019, a taxa Selic estará em 5,00%. Para 2020, a previsão foi
cortada para 5,00%, o que indica expectativa de estabilidade da taxa básica de
juros ao logo do ano que vem.
O mercado
financeiro cortou ainda a estimativa para a taxa de crescimento da economia,
com a expansão do PIB ajustada para 2,00% em 2020, ante 2,07% previstos na
semana anterior. Para 2019 a previsão de expansão foi mantida em 0,87%.
Os
profissionais consultados pelo Bacen elevaram as previsões para o dólar a R$
3,90, tanto para este ano quanto para o final de 2020. Na semana passada, os
mesmos profissionais esperavam o dólar cotado em R$ 3,87 ao final de 2019 e R$
3,85 em 2020.
Para o
Investimento Estrangeiro Direto, caracterizado pelo interesse duradouro do
investimento na economia, as expectativas são de um ingresso de US$ 85,20
bilhões em 2019 e de US$ 85,30 bilhões em 2020, ambos acima das previsões da
semana passada.
Perspectiva
A semana
inicia com o petróleo subindo forte após o ataque a instalações petrolíferas
sauditas, em princípio atribuídas a rebeldes do Iêmen, constituindo uma nova
ameaça ao abastecimento mundial de energia.
A tensão no
Golfo pode constituir mais um vetor negativo a atividade global, em uma semana
que os olhos dos investidores se voltam para as decisões de política monetária
do Federal Reserve (FED, na sigla em inglês), com o mercado firmando aposta de
queda das taxas de juros por lá.
Por aqui
destaque para a reunião do Copom, a sexta do ano, que definirá a taxa básica de
juros da economia. A Selic foi cortada para o patamar recorde de 6,00% ao ano
em julho, e o Bacen preparou o terreno para cortes adicionais. Com a inflação
sob controle, a economia doméstica patinando, e o receio de menor crescimento
na economia global, o mercado espera novo corte esta semana.
Em relação às
aplicações dos RPPS aconselhamos o investimento de 25% dos recursos em fundos
de investimento em títulos públicos que possuem a gestão do duration, produto a
ser acompanhado com a devida atenção por conta das posições assumidas pelo
gestor.
Para os
vértices de longo prazo (especificamente o IMA-B Total) recomendamos uma
exposição de 10%.
Para os vértices médios (IMA-B 5, IDkA 2A e IRF-M Total), a recomendação
é para uma exposição de 25% e para os vértices de curto prazo, representados
pelos fundos DI, pelos referenciados no IRFM-1 e pelos CDBs a alocação sugerida
é de 10%.
Permanece a
recomendação de que, com a devida cautela e respeitados os limites das
políticas de investimento e as exigências da resolução CMN nº 3.922/2010
conforme alterada, é oportuna a avaliação de aplicações em produtos que
envolvam a exposição ao risco de crédito (FIDC e FI Crédito Privado, por
exemplo).
Quanto à
renda variável, recomendamos uma exposição máxima de 30%, por conta da melhora
do ambiente econômico neste ano, que já se refle em um melhor comportamento dos
lucros das empresas e, portanto, da Bolsa de Valores e também pelo fato da
importância do produto como fator de diversificação de portfolio, em um momento
em que as taxas de juros dos títulos públicos não mais superam a meta atuarial.
Para a
alocação em fundos multimercado a nossa sugestão é de 10% dos recursos e de
2,5% a alocação em FII e FIP, respectivamente, dada a pouca disponibilidade de
produtos no mercado enquadrados para os RPPS. Para o investimento em ações, a
nossa recomendação é de 15% dos recursos, tendo-se em vista o potencial de
crescimento das empresas neste e nos próximos anos, como já dissemos, em uma
conjuntura de baixa inflação e taxas de juros nas mínimas históricas. Muito
embora ainda esteja no campo das expectativas, a implementação das reformas
estruturais demandadas pelo mercado em muito também poderão influenciar o
comportamento positivo das ações, no futuro.
Para aqueles
clientes que já contam com investimento de 5% tanto em FII, quanto em FIP,
recomendamos que o teto de investimento em ações se mantenha em 10%.
Por fim, cabe
lembrarmos que as aplicações em renda fixa, por ensejarem o rendimento do
capital investido, devem contemplar o curto, o médio e o longo prazo, conforme
as possibilidades ou necessidades dos investidores. Já as realizadas em renda
variável, que ensejam o ganho de capital, as expectativas de retorno devem ser
direcionadas efetivamente para o longo prazo.
* Aos clientes que investem em FIDC / Crédito Privado / Fundo
Debênture, utilizar como limite máximo o percentual destinado ao Médio Prazo.
** Aos clientes que investem
em Fundos de Participações e Fundos Imobiliários em percentual superior a 2,5%
em cada, reduzir a exposição de 15% aos Fundos de Ações na proporção desse
excesso.
Indicadores Diários -13/09/19
Índices de Referência -Agosto/2019