NOSSA VISÃO - 28/10/2019
Retrospectiva
Mais uma
semana em que o noticiário político e econômico determinou os rumos do mercado,
com o apetite a riscos dos investidores mantendo o ritmo de apreciação dos
preços dos ativos negociados nos mercados financeiros globais.
EUA e China
mantiveram conversas animadoras e avançaram em temas específicos do acordo
tarifário. O gabinete do representante comercial americano emitiu comunicado
informando que as partes estão próximos de concluir algumas seções do acordo da
chamada "fase 1", cujo foco é o tema "propriedade intelectual".
Na região do
Euro, a Câmara dos Comuns do Reino Unido aprovou, por maioria de votos, o
acordo para a saída da união europeia proposto pelo primeiro-ministro do Reino
Unido, Boris Johnson. Porém, não foi aprovado o cronograma de saída, cuja data
está marcada para 31 de outubro. Com isso, o bloco deverá decidir sobre a
extensão do prazo.
O Banco
Central Europeu, o BCE, decidiu manter a política monetária da região
inalterada, com a taxa de refinanciamento mantida em 0% e a de depósito em
-0,50%. A autoridade monetária local também confirmou que retomará seu programa
de alívio quantitativo (QE, na sigla em inglês), através do qual comprará 20
bilhões de euros em ativos mensalmente a partir de 1º novembro.
O índice de
confiança do consumidor da zona do Euro caiu mais que o previsto em outubro,
com recuo em 1,1 pontos, para -7,6 pontos, ante uma leitura de -6,5 pontos em
setembro. Conforme a Comissão Europeia, o índice mantém uma trajetória acima da
média de longo prazo, de -10,7 pontos.
Ainda na zona
do Euro, foi divulgado que o índice de gerente de compras (PMI, na sigla em
inglês) composto, que engloba os setores industrial e de serviços subiu para
50,2 pontos, ante 50,1 pontos em setembro, conforme informou a agência IHS
Markit. Destaque para o setor de serviços do bloco que aumentou de 51,6 em
setembro para 51,8 em outubro.
Para os
mercados de ações internacionais, a semana foi movida também pela safra de
balanços trimestrais divulgados, com destaque para os resultados corporativos
das empresas do setor de tecnologia. Enquanto o Dax, índice da bolsa alemã,
subiu 2,07% e o FTSE-100, da bolsa inglesa, avançou 2,43%, o índice S&P
500, da bolsa norte-americana, valorizou 1,22% e o Nikkei 225, da bolsa
japonesa, cresceu 1,37%.
Do lado
doméstico, em semana de agenda fraca, foi divulgado que o Índice de Confiança
do Comércio - ICOM, da FGV, passou para 98,4 pontos, ante 97,2 pontos em
setembro. Conforme a FGV, a melhora recente no mercado de trabalho adicionado
de novas rodadas de liberação de recursos do FGTS deve manter o cenário de
recuperação gradual no curto prazo.
Destaque para
a aprovação em segundo turno (60 votos a 19), pelo Senado Federal, da reforma
da previdência. Com a votação, o texto da reforma vence os dois turnos
necessários na Câmara dos Deputados e no Senado Federal, e deverá ser
promulgado pelo Congresso Nacional em sessão simbólica até meados de novembro
para então entrar em vigor.
Para a bolsa
brasileira a semana foi de ganhos nos preços das ações, seguindo o movimento
das principais praças. O Ibovespa avançou 2,52% na semana, acumulando
valorização no ano de 22,16% e 25,25% em doze meses. O dólar comercial encerrou
a sessão de sexta-feira cotado a R$ 4,0094 na venda. Na semana, a moeda
norte-americana recuou 2,67%. Já o IMA-B Total encerrou a semana com valorização
de 0,42%, acumulando ganhos no mês de 2,70% e no ano de 22,78%.
Relatório Focus
No Relatório
Focus revelado hoje, a média dos economistas que militam no mercado financeiro estimou
que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subirá 3,29% em
2019, uma elevação ante os 3,26% da pesquisa anterior e interrompendo uma larga
sequencia de previsões em queda. Para 2020 a estimativa foi reduzida para 3,60%,
ante 3,66% da pesquisa anterior. O resultado continua distante da meta de
inflação fixada pelo CMN para este ano, de 4,25%.
Para a taxa
Selic, o mercado financeiro manteve suas apostas em relação à taxa de juros,
informando que ao final de 2019 a taxa estará em 4,50%, mesma taxa da semana
anterior. Para 2020, a previsão foi reduzida para os mesmos 4,50% deste ano,
ante 4,75% da semana anterior.
A expectativa
de crescimento da economia medido pelo PIB em 2019 passou de 0,88% para 0,91%, a
segunda alta consecutiva conforme o documento revelado hoje. Há quatro semanas,
a estimativa de alta era de 0,87%. Para 2020, o mercado financeiro manteve a
previsão de expansão do PIB em 2,00%. Quatro semanas atrás, estava no mesmo
patamar. Em setembro, o Bacen atualizou, por meio do Relatório Trimestral de
Inflação (RTI), sua projeção para o PIB em 2019, de alta de 0,8% para elevação
de 0,9%.
O relatório
mostrou manutenção no cenário para o dólar em 2019. A mediana das expectativas
para o câmbio no fim deste ano seguiu em R$ 4,00, mesma cotação de quatro
semanas antes. Para o próximo ano, a projeção para o câmbio também foi mantida
em R$ 4,00.
Para o
Investimento Estrangeiro Direto, caracterizado pelo interesse duradouro do
investimento na economia, a mediana das previsões para 2019 foi de US$ 80,00
bilhões da semana passada para US$ 80,35 bilhões. Há um mês, estava em US$
83,40 bilhões. Para 2020, a expectativa foi mantida em US$ 80,00 bilhões, ante
US$ 83,20 bilhões de um mês antes.
Perspectiva
Em agenda
carregada de indicadores econômicos, os destaques semanais são as decisões de
política monetária do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) e
do Banco Central do Brasil - BACEN, na quarta-feira dia 30/10.
Para a
reunião desta semana do Comitê de Política Monetária (Copom) do BACEN, se
espera um corte de meio ponto percentual, com a Selic caindo dos atuais 5,50%
para 5,00% ao ano. Qualquer movimento diferente será considerado surpresa pelo
mercado.
Para a
reunião do Comitê de Política Monetária (FOMC) do Federal Reserve, a
expectativa do mercado é de um corte na taxa em 25 pontos bases, o que levaria
as taxas de juros da economia americana ao patamar entre 1,50% e 1,75%.
Também
ocorrerão reuniões dos bancos centrais do Japão (BoJ, na sigla em inglês) e
Canadá (BoC, na sigla em inglês), nas quais se esperam manutenções das
políticas monetárias.
Além da
política monetária, dados de emprego nos EUA deve ter impacto nos preços dos
ativos financeiros. Na sexta-feira será revelado o relatório do mercado de
trabalho, conhecido como "payroll", além da leitura do PIB local dois dias
antes.
Também é
aguardada a divulgação do PIB do terceiro trimestre na zona do Euro, além de
dados de emprego e inflação por lá.
Em relação às
aplicações dos RPPS aconselhamos o investimento de 25% dos recursos em fundos
de investimento em títulos públicos que possuem a gestão do duration, produto a
ser acompanhado com a devida atenção por conta das posições assumidas pelo
gestor.
Para os
vértices de longo prazo (especificamente o IMA-B Total) recomendamos uma
exposição de 10%.
Para os vértices médios (IMA-B 5, IDkA 2A e IRF-M Total), a recomendação
é para uma exposição de 25% e para os vértices de curto prazo, representados
pelos fundos DI, pelos referenciados no IRFM-1 e pelos CDBs a alocação sugerida
é de 10%.
Permanece a
recomendação de que, com a devida cautela e respeitados os limites das
políticas de investimento e as exigências da resolução CMN nº 3.922/2010
conforme alterada, é oportuna a avaliação de aplicações em produtos que
envolvam a exposição ao risco de crédito (FIDC e FI Crédito Privado, por
exemplo).
Quanto à
renda variável, recomendamos uma exposição máxima de 30%, por conta da melhora
do ambiente econômico neste ano, que já se refle em um melhor comportamento dos
lucros das empresas e, portanto, da Bolsa de Valores e também pelo fato da
importância do produto como fator de diversificação de portfolio, em um momento
em que as taxas de juros dos títulos públicos não mais superam a meta atuarial.
Para a
alocação em fundos multimercado a nossa sugestão é de 10% dos recursos e de
2,5% a alocação em FII e FIP, respectivamente, dada a pouca disponibilidade de
produtos no mercado enquadrados para os RPPS. Para o investimento em ações, a
nossa recomendação é de 15% dos recursos, tendo-se em vista o potencial de
crescimento das empresas neste e nos próximos anos em uma conjuntura de baixa
inflação e taxas de juros nas mínimas históricas. Muito embora ainda esteja no
campo das expectativas, a implementação das reformas estruturais demandadas
pelo mercado em muito também poderão influenciar o comportamento positivo das
ações, no futuro.
Para aqueles
clientes que já contam com investimento de 5% tanto em FII, quanto em FIP,
recomendamos que o teto de investimento em ações se mantenha em 10%.
Por fim, cabe
lembrarmos que as aplicações em renda fixa, por ensejarem o rendimento do
capital investido, devem contemplar o curto, o médio e o longo prazo, conforme
as possibilidades ou necessidades dos investidores. Já as realizadas em renda
variável, que ensejam o ganho de capital, as expectativas de retorno devem ser
direcionadas efetivamente para o longo prazo.
* Aos clientes que investem em FIDC / Crédito Privado / Fundo
Debênture, utilizar como limite máximo o percentual destinado ao Médio Prazo.
** Aos clientes que investem
em Fundos de Participações e Fundos Imobiliários em percentual superior a 2,5%
em cada, reduzir a exposição de 15% aos Fundos de Ações na proporção desse
excesso.
Indicadores Diários -28/10/19
Índices de Referência -Setembro/2019