NOSSA VISÃO - 04/11/2019
Retrospectiva
Mais uma
semana em que o noticiário político e econômico determinou os rumos do mercado,
com o apetite a riscos dos investidores mantendo o ritmo de apreciação dos
preços dos ativos negociados nos mercados financeiros globais.
Destaque para
a reunião do Comitê de Mercado Aberto (FOMC, na sigla em inglês) do Federal
Reserve (FED, na sigla em inglês), que decidiu reduzir a taxa básica de juros
norte-americana em 0,25 pontos base, para o intervalo de 1,50% a 1,75%, a
terceira queda do ano. Mesmo que o corte já estivesse precificado pelo mercado,
o temor era de que houvesse uma mudança de direção depois da divulgação de
indicadores do setor de trabalho e de atividade dos EUA. Após a decisão, o
presidente do FED, Jerome Powell, declarou que novos cortes no juro são
improváveis enquanto as condições de inflação, emprego e atividade permanecerem
nos patamares atuais.
Conforme
divulgado pelo escritório oficial de estatísticas, o PIB norte-americano
cresceu a uma taxa anualizada de 1,9% no terceiro trimestre, uma leve
desaceleração em relação ao trimestre anterior, quando o PIB expandiu 2,0%,
porém acima das previsões levantadas pela agência Reuters, de 1,6%. O número
foi puxado pelos gastos dos consumidores e um aumento nas exportações.
Ainda por lá,
foi divulgado o relatório de empregos não agrícolas (payroll, na sigla em
inglês), que mostrou uma criação de 128 mil postos de trabalho em outubro, bem
acima da mediana das projeções levantadas pela agência Broadcast, de 75 mil
postos. A taxa de desemprego ficou estável em 3,6%.
Na zona do
Euro, foi divulgado que o crescimento do PIB foi de 0,2% no terceiro trimestre,
o mesmo número do trimestre anterior, conforme revelou a agência Eurostat,
número superior as estimativas que apontavam crescimento de 0,1%. Nesse
contexto, o Banco Central Europeu (BCE, na sigla em inglês) deve manter sua
política de juros muito baixa para apoiar a economia, em um ambiente de
inflação abaixo de 2% ao ano.
Na Ásia,
destaque para a reunião do Banco Central do Japão (BoJ, na sigla em inglês) que
decidiu pela manutenção da política monetária expansionista, mantendo a taxa de
juros inalterada, em -0,1% no curto prazo e em zero para o rendimento do título
de 10 anos. Após a reunião, o presidente do BoJ, Haruhiko Koruda, disse que
ainda há espaço para mais redução a fim de evitar que as incertezas globais
prejudiquem a economia local.
Ainda no continente
asiático, foi divulgado que o índice de gerentes de compras (PMI, na sigla em
inglês) do setor industrial da China subiu de 51,4 em setembro para 51,7 em
outubro, maior leitura registrada desde fevereiro de 2017. Conforme revelou a
agência IHS Markit, a melhora substancial da demanda interna e externa
contribuiu para a robustez do número.
Para os
mercados de ações internacionais, a semana foi de movimentos mistos. Enquanto o
Dax, índice da bolsa alemã, subiu 0,52% e o FTSE-100, da bolsa inglesa, recuou
-0,30%, o índice S&P 500, da bolsa norte-americana, valorizou 1,57% e o
Nikkei 225, da bolsa japonesa, cresceu 0,22%.
Do lado
doméstico, destaque para a decisão do Comitê de Política Monetária - COPOM - do
BACEN, que decidiu por nova redução do juro doméstico para 5,0% ante os 5,5%
vigentes. A decisão era amplamente esperada pelo mercado, que já precificava
sua magnitude nas transações com contratos de DI futuros. No comunicado pós-reunião,
o Copom indicou que deverá fazer um novo corte na próxima reunião, marcada para
11 de dezembro, reduzindo a Selic para 4,5% ao ano.
Para a bolsa
brasileira a semana foi de ganhos nos preços das ações, seguindo o movimento
das principais praças. O Ibovespa avançou 0,77% na semana, a quarta consecutiva
de alta, acumulando valorização no ano de 23,11% e 22,37% em doze meses. O
dólar comercial encerrou a sessão de sexta-feira cotado a R$ 3,995 na venda. Na
semana, a moeda norte-americana recuou 0,36%. Já o IMA-B Total encerrou a
semana com valorização de 0,94%, acumulando ganhos no ano de 23,93%.
Relatório Focus
No Relatório
Focus revelado hoje, a média dos economistas que militam no mercado financeiro estimou
que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subirá 3,29% em
2019, mesmo número da pesquisa anterior. Para 2020 a estimativa foi mantida em
3,60%. O resultado continua distante da meta de inflação fixada pelo CMN para
este ano, de 4,25%, e do ano que vem de 4,00%.
Para a taxa
Selic, o mercado financeiro manteve suas apostas em relação à taxa de juros,
informando que ao final de 2019 a taxa estará em 4,50%, mesma taxa da semana anterior.
Para 2020, a previsão foi mantida em 4,50%.
A expectativa
de crescimento da economia medido pelo PIB em 2019 passou de 0,91% para 0,92%, a
terceira alta consecutiva conforme o documento revelado hoje. Há quatro
semanas, a estimativa de alta era de 0,87%. Para 2020, o mercado financeiro
manteve a previsão de expansão do PIB em 2,00%. Quatro semanas atrás, estava no
mesmo patamar. Em setembro, o Bacen atualizou, por meio do Relatório Trimestral
de Inflação (RTI), sua projeção para o PIB em 2019, de alta de 0,8% para
elevação de 0,9%.
O relatório
mostrou manutenção no cenário para o dólar em 2019. A mediana das expectativas
para o câmbio no fim deste ano seguiu em R$ 4,00, mesma cotação de quatro
semanas antes. Para o próximo ano, a projeção para o câmbio também foi mantida
em R$ 4,00.
Para o
Investimento Estrangeiro Direto, caracterizado pelo interesse duradouro do
investimento na economia, a mediana das previsões para 2019 foi de US$ 80,35
bilhões da semana passada para US$ 80,00 bilhões. Há um mês, estava em US$ 83,00
bilhões. Para 2020, a expectativa foi mantida em US$ 80,00 bilhões, ante US$ 84,00
bilhões de um mês antes.
Perspectiva
Na agenda da
divulgação de dados da economia, destaque para a revelação da ata da última
reunião do Copom, prevista para ocorrer amanhã. O documento poderá dar indícios
da trajetória esperada para o juro no próximo ano.
No campo da
inflação, o IBGE prevê divulgar os dados da inflação oficial do país, medido
pelo IPCA na próxima quinta-feira. Conforme as previsões do mercado financeiro,
o indicador deverá ser de alta de 0,08%. A prévia da inflação, medida pelo
IPCA-15, teve alta de 0,09% em outubro. Na sexta-feira o IBGE divulga os dados
da Pesquisa Industrial Mensal - PIM, referente a setembro.
No cenário
externo, as atenções devem se voltar para os dados da indústria e serviços, com
os PMIs de países desenvolvidos a serem divulgados ao longo da semana, além da
decisão sobre juros do banco central inglês (BoE, na sigla em inglês).
Em relação às
aplicações dos RPPS aconselhamos o investimento de 25% dos recursos em fundos
de investimento em títulos públicos que possuem a gestão do duration, produto a
ser acompanhado com a devida atenção por conta das posições assumidas pelo
gestor.
Para os
vértices de longo prazo (especificamente o IMA-B Total) recomendamos uma
exposição de 10%.
Para os vértices médios (IMA-B 5, IDkA 2A e IRF-M Total), a recomendação
é para uma exposição de 25% e para os vértices de curto prazo, representados
pelos fundos DI, pelos referenciados no IRFM-1 e pelos CDBs a alocação sugerida
é de 10%.
Permanece a
recomendação de que, com a devida cautela e respeitados os limites das
políticas de investimento e as exigências da resolução CMN nº 3.922/2010
conforme alterada, é oportuna a avaliação de aplicações em produtos que
envolvam a exposição ao risco de crédito (FIDC e FI Crédito Privado, por
exemplo).
Quanto à
renda variável, recomendamos uma exposição máxima de 30%, por conta da melhora
do ambiente econômico neste ano, que já se refle em um melhor comportamento dos
lucros das empresas e, portanto, da Bolsa de Valores e também pelo fato da
importância do produto como fator de diversificação de portfolio, em um momento
em que as taxas de juros dos títulos públicos não mais superam a meta atuarial.
Para a
alocação em fundos multimercado a nossa sugestão é de 10% dos recursos e de
2,5% a alocação em FII e FIP, respectivamente, dada a pouca disponibilidade de
produtos no mercado enquadrados para os RPPS. Para o investimento em ações, a
nossa recomendação é de 15% dos recursos, tendo-se em vista o potencial de
crescimento das empresas neste e nos próximos anos em uma conjuntura de baixa
inflação e taxas de juros nas mínimas históricas. Muito embora ainda esteja no
campo das expectativas, a implementação das reformas estruturais demandadas
pelo mercado em muito também poderão influenciar o comportamento positivo das
ações, no futuro.
Para aqueles
clientes que já contam com investimento de 5% tanto em FII, quanto em FIP,
recomendamos que o teto de investimento em ações se mantenha em 10%.
Por fim, cabe
lembrarmos que as aplicações em renda fixa, por ensejarem o rendimento do
capital investido, devem contemplar o curto, o médio e o longo prazo, conforme
as possibilidades ou necessidades dos investidores. Já as realizadas em renda
variável, que ensejam o ganho de capital, as expectativas de retorno devem ser
direcionadas efetivamente para o longo prazo.
* Aos clientes que investem em FIDC / Crédito Privado / Fundo
Debênture, utilizar como limite máximo o percentual destinado ao Médio Prazo.
** Aos clientes que investem
em Fundos de Participações e Fundos Imobiliários em percentual superior a 2,5%
em cada, reduzir a exposição de 15% aos Fundos de Ações na proporção desse
excesso.
Indicadores Diários -04/11/19