NOSSA VISÃO - 11/11/2019

Retrospectiva

Na semana foram divulgados indicadores que medem o nível de atividade da indústria de diversos países.

Nos EUA, foi divulgado que o índice de atividade de serviços da IHS Markit registrou 50,6 pontos em outubro, uma leve queda diante dos 50,9 registrados em setembro. A queda foi influenciada pela demanda fraca de clientes, diante da hesitação em fazer novos pedidos de compras.

Ainda por lá, a atividade econômica do setor não manufatureiro registrou crescimento em outubro pelo 117º mês consecutivo. O índice registrou 54,7 pontos em outubro, acima da leitura de 52,6 pontos em setembro. Conforme informou a agência NMI, treze indústrias não manufatureiras registraram crescimento, a despeito das preocupações com tarifas e o clima geopolítico.

Na China, o índice do setor de serviços caiu a 51,1 pontos em outubro, ante 51,3 pontos em setembro, conforme divulgou a agência Caixin/Markit. O número igualou a mínima registrada em fevereiro, entretanto permanece acima dos 50 pontos, que separa crescimento e contração, desde o final de 2005.

Na zona do euro, o índice de gerentes de compras industrial subiu de 45,7 em setembro para 45,9 em outubro, conforme divulgou a IHS Markit. Na Alemanha, o PMI industrial, na mesma passagem, subiu de 41,7 para 42,1.

No Reino Unido, o Banco da Inglaterra (BoE, na sigla em inglês) decidiu manter sua taxa de juros de referência em 0,75% ao ano. Entretanto, a decisão não foi unânime, com dois membros defendendo corte de 0,25 ponto percentual. A autoridade monetária também cortou suas previsões para crescimento da economia local, ao afirmar que o crescimento será limitado por um ambiente global mais fraco e pelas novas barreiras comerciais que entrarão em vigor imediatamente após o Brexit.

Para os mercados de ações internacionais, a semana foi de alta diante dos indicadores divulgados, dos avanços nas negociações tarifárias entre EUA e China, além da divulgação de resultados das empresas listadas nas bolsas. Enquanto o Dax, índice da bolsa alemã, subiu 2,06% e o FTSE-100, da bolsa inglesa, avançou 0,78%, o índice S&P 500, da bolsa norte-americana, valorizou 0,85% e o Nikkei 225, da bolsa japonesa, cresceu 2,37%.

Do lado doméstico, foi divulgada a ata da última reunião do COPOM, que reduziu a Selic a 5,0% ao ano. O documento ratificou novo corte de meio por cento na próxima reunião, porém não deu pistas para os movimentos futuros do colegiado.

O IBGE divulgou que o IPCA de outubro apresentou variação de 0,10%, ante deflação de -0,04% em setembro. Ainda assim, este foi o menor resultado para o mês de outubro desde 1998. Contribuiu para a manutenção do índice em patamar baixo o grupo de Habitação, que registrou deflação de -0,61%, enquanto os vilões foram os grupos de Vestuário (0,63%), Saúde (0,40%) e Transportes (0,45%). Já o INPC, também divulgado pelo IBGE, apresentou alta de 0,04% em outubro, ante -0,05% registrado em setembro.

Para a bolsa brasileira a semana foi de baixa. Além do movimento de realização de lucros, a sessão de sexta-feira da B3 repercutiu a decisão do STF sobre a prisão em segunda instância.  O Ibovespa recuou -0,52%na semana, acumulando valorização no ano de 22,46% e 25,67% em doze meses. O dólar comercial encerrou a sessão de sexta-feira cotado a R$ 4,168 na venda. Na semana, a moeda norte-americana avançou 4,33%, a maior alta semanal em mais de um ano. Já o IMA-B Total encerrou a semana com desvalorização de -1,24%, acumulando ganhos no ano de 22,40%.

 

Relatório Focus

No Relatório Focus revelado hoje, os economistas que militam no mercado financeiro alteraram a mediana para o IPCA deste ano para 3,31%, registrando uma alta em relação às previsões da semana passada, que estava em 3,29%. Para 2020 a estimativa foi mantida em 3,60%. O resultado continua distante da meta de inflação fixada pelo CMN para este ano, de 4,25%, e do ano que vem de 4,00%.

Para a taxa Selic, o mercado financeiro manteve suas apostas em relação à taxa de juros, informando que ao final de 2019 a taxa estará em 4,50%, mesma taxa da semana anterior. Para 2020, a previsão foi mantida em 4,50%.

A expectativa de crescimento da economia medido pelo PIB em 2019 manteve-se em 0,92%, encerrando um ciclo de três altas consecutivas, revelou o documento. Há quatro semanas, a estimativa de alta era de 0,87%. Para 2020, o mercado financeiro revisou a previsão de expansão do PIB para 2,08%. Quatro semanas atrás, a expectativa estava em 2,00%. Em setembro, o Bacen atualizou, por meio do Relatório Trimestral de Inflação (RTI), sua projeção para o PIB em 2019, de alta de 0,8% para elevação de 0,9%.

O relatório mostrou manutenção no cenário para o dólar em 2019. A mediana das expectativas para o câmbio no fim deste ano seguiu em R$ 4,00, mesma cotação de quatro semanas antes. Para o próximo ano, a projeção para o câmbio foi mantida em R$ 4,00.

Para o Investimento Estrangeiro Direto, caracterizado pelo interesse duradouro do investimento na economia, a mediana das previsões para 2019 foi mantida em US$ 80,00 bilhões. Há um mês, estava em US$ 81,85 bilhões. Para 2020, a expectativa também foi mantida em US$ 80,00 bilhões, ante US$ 83,20 bilhões de um mês antes.

 

Perspectiva

Na agenda da semana, destaque para as falas do presidente norte-americano Donald Trump e do presidente do Federal Reserve (FED, na sigla em inglês), Jerome Powell, em meio a uma incerteza renovada sobre as perspectivas de um acordo tarifário em primeira fase entre EUA e China.

Também serão revelados dados sobre o crescimento trimestral de vários países, além de dados da inflação, vendas no varejo e produção industrial nos EUA.

Por aqui, serão revelados os dados das vendas no varejo referentes ao mês de setembro, além do índice de confiança do consumidor medido pela FGV.

Também deverá ser digerido pelo mercado os impactos da reforma econômica proposta pelo Planalto, o chamado "Plano Mais Brasil", que propõe uma série de medidas que visam reduzir o custo do Estado.

Em relação às aplicações dos RPPS aconselhamos o investimento de 25% dos recursos em fundos de investimento em títulos públicos que possuem a gestão do duration, produto a ser acompanhado com a devida atenção por conta das posições assumidas pelo gestor.

Para os vértices de longo prazo (especificamente o IMA-B Total) recomendamos uma exposição de 10%.

Para os vértices médios (IMA-B 5, IDkA 2A e IRF-M Total), a recomendação é para uma exposição de 25% e para os vértices de curto prazo, representados pelos fundos DI, pelos referenciados no IRFM-1 e pelos CDBs a alocação sugerida é de 10%.

Permanece a recomendação de que, com a devida cautela e respeitados os limites das políticas de investimento e as exigências da resolução CMN nº 3.922/2010 conforme alterada, é oportuna a avaliação de aplicações em produtos que envolvam a exposição ao risco de crédito (FIDC e FI Crédito Privado, por exemplo).

Quanto à renda variável, recomendamos uma exposição máxima de 30%, por conta da melhora do ambiente econômico neste ano, que já se refle em um melhor comportamento dos lucros das empresas e, portanto, da Bolsa de Valores e também pelo fato da importância do produto como fator de diversificação de portfolio, em um momento em que as taxas de juros dos títulos públicos não mais superam a meta atuarial.

Para a alocação em fundos multimercado a nossa sugestão é de 10% dos recursos e de 2,5% a alocação em FII e FIP, respectivamente, dada a pouca disponibilidade de produtos no mercado enquadrados para os RPPS. Para o investimento em ações, a nossa recomendação é de 15% dos recursos, tendo-se em vista o potencial de crescimento das empresas neste e nos próximos anos em uma conjuntura de baixa inflação e taxas de juros nas mínimas históricas. Muito embora ainda esteja no campo das expectativas, a implementação das reformas estruturais demandadas pelo mercado em muito também poderão influenciar o comportamento positivo das ações, no futuro.

Para aqueles clientes que já contam com investimento de 5% tanto em FII, quanto em FIP, recomendamos que o teto de investimento em ações se mantenha em 10%.

Por fim, cabe lembrarmos que as aplicações em renda fixa, por ensejarem o rendimento do capital investido, devem contemplar o curto, o médio e o longo prazo, conforme as possibilidades ou necessidades dos investidores. Já as realizadas em renda variável, que ensejam o ganho de capital, as expectativas de retorno devem ser direcionadas efetivamente para o longo prazo.


* Aos clientes que investem em FIDC / Crédito Privado / Fundo Debênture, utilizar como limite máximo o percentual destinado ao Médio Prazo.

** Aos clientes que investem em Fundos de Participações e Fundos Imobiliários em percentual superior a 2,5% em cada, reduzir a exposição de 15% aos Fundos de Ações na proporção desse excesso.

Indicadores Diários -08/11/19


Índices de Referência -Outubro/2019