NOSSA VISÃO - 18/11/2019
Retrospectiva
Nos EUA, foi
divulgado que o índice de produção industrial do FED, o banco central
norte-americano, desacelerou em outubro, em grande parte devido à queda de 7,1%
na fabricação de automóveis em razão da grave de funcionários da General
Motors. A queda do índice foi de 0,8%, a maior desde maio de 2018.
Ainda por lá,
o Departamento do Trabalho dos EUA divulgou que o índice de preços ao
consumidor ficou em 0,4% em outubro, após leitura estável em setembro, com as
famílias pagando mais por alimentos, saúde e energia. Na comparação com o mesmo
período do ano anterior, o índice subiu 1,8%, ficando acima da expectativa do
mercado, de 1,7%.
As vendas do
varejo norte-americano cresceram 0,3% em outubro, após uma queda de 0,3% no mês
anterior, e acima das expectativas do mercado, conforme divulgou o Departamento
de Comércio.
Na China, a
produção industrial teve alta de 4,7% em outubro, conforme divulgou o Instituto
Nacional de Estatística, ante previsão de 5,4%. Em setembro, o índice havia
crescido 5,8%. Já as vendas no varejo, que refletem o consumo da população,
aumentaram 7,2%, embora seja o ritmo mais lento em seis meses. Já o crescimento
do investimento em capital fixo foi de 5,2% em outubro.
No Japão, foi
divulgado que a economia expandiu a um ritmo de 0,2% anualizado no terceiro
trimestre, registrando o quarto trimestre consecutivo de crescimento. Em base
trimestral, o PIB aumentou 0,1%, menos que a taxa de 0,2% prevista. O consumo
privado, que representa cerca de 60% da economia, cresceu 0,4%, e os gastos de
capital aumentaram 0,9%, enquanto as exportações caíram 0,7%.
Na zona do
euro, foi divulgado que o PIB expandiu 0,2% no terceiro trimestre, ante o segundo,
conforme informou a agência Eurostat. Na comparação anual, o crescimento foi de
1,2%. O crescimento foi puxado pelo PIB da Alemanha que avançou 0,1% no
trimestre, ante expectativa de contração.
Para os
mercados de ações internacionais, a semana foi de movimentos mistos. Enquanto o
Dax, índice da bolsa alemã, subiu 0,10% e o FTSE-100, da bolsa inglesa, recuou
-0,77%, o índice S&P 500, da bolsa norte-americana, valorizou 0,88% e o
Nikkei 225, da bolsa japonesa, caiu -0,38%.
Do lado
doméstico, foi divulgado pelo IBGE que as vendas do comércio varejista nacional
cresceram 0,7% em setembro na comparação com agosto, acumulando crescimento de
2,4% no ano. As maiores altas em setembro ocorreram nos segmentos de Móveis e
eletrodomésticos (5,2%), Tecidos, vestuário e calçados (3,3%), Outros artigos
de uso pessoal e doméstico (1,8%) e Combustíveis e lubrificantes (1,2%).
O índice de
confiança do consumidor recuou 0,3% em outubro, conforme divulgou a Fundação
Getúlio Vargas - FGV, após alta nos últimos dois meses. Por outro lado, há
sinais de aumento moderado na confiança. Comparativamente, de janeiro a junho o
índice de confiança recuou, em média, 0,75% ao mês, enquanto de julho a outubro
o índice registrou alta média de 0,23% ao mês, considerando a série
dessazonalizada.
Já o índice
de atividade do banco central - IBC-Br, considerado a prévia do PIB, avançou
0,44% em setembro, acima do esperado pelo mercado. No terceiro trimestre o
avanço foi de 0,91%, na comparação com o trimestre anterior.
Para a bolsa
brasileira a semana foi de baixa. O Ibovespa recuou -0,99% na semana, acumulando
valorização no ano de 21,24% e 23,94% em doze meses. O dólar comercial encerrou
a sessão de sexta-feira cotado a R$ 4,193 na venda. Na semana, a moeda
norte-americana avançou 0,64%. Já o IMA-B Total encerrou a semana com desvalorização
de -0,36%, acumulando ganhos no ano de 21,95%.
Relatório Focus
No Relatório
Focus revelado hoje, os economistas que militam no mercado financeiro alteraram
a mediana para o IPCA deste ano para 3,33%, registrando uma alta em relação às
previsões da semana passada, que estava em 3,31%. Para 2020 a estimativa foi mantida
em 3,60%. O resultado continua distante da meta de inflação fixada pelo CMN
para este ano, de 4,25%, e do ano que vem de 4,00%.
Para a taxa
Selic, o mercado financeiro manteve suas apostas em relação à taxa de juros,
informando que ao final de 2019 a taxa estará em 4,50%, mesma taxa da semana
anterior. Para 2020, a previsão foi ajustada para 4,25%, ante 4,50% da semana
anterior.
A expectativa
de crescimento da economia medido pelo PIB em 2019 manteve-se em 0,92% pela
segunda semana consecutiva, revelou o documento. Há quatro semanas, a
estimativa de alta era de 0,88%. Para 2020, o mercado financeiro revisou a
previsão de expansão do PIB para 2,17%, ante 2,08% da semana anterior. Quatro
semanas atrás, a expectativa estava em 2,00%. Em setembro, o Bacen atualizou,
por meio do Relatório Trimestral de Inflação (RTI), sua projeção para o PIB em
2019, de alta de 0,8% para elevação de 0,9%.
O relatório
mostrou manutenção no cenário para o dólar em 2019. A mediana das expectativas
para o câmbio no fim deste ano seguiu em R$ 4,00, mesma cotação de quatro
semanas antes. Para o próximo ano, a projeção para o câmbio foi mantida em R$
4,00.
Para o Investimento
Estrangeiro Direto, caracterizado pelo interesse duradouro do investimento na
economia, a mediana das previsões para 2019 foi mantida em US$ 80,00 bilhões.
Há um mês, estava em US$ 80,00 bilhões. Para 2020, a expectativa também foi
mantida em US$ 80,00 bilhões, ante US$ 80,00 bilhões de um mês antes.
Perspectiva
Após uma
semana mais curta devido ao feriado da Proclamação da República, a agenda
reserva uma série eventos que deverão ser acompanhados de perto.
O noticiário
político ganha destaque, com os riscos geopolíticos na região da América do Sul
seguindo na pauta e afetando o humor dos investidores. Enquanto no Chile, que
enfrenta uma onda de protestos, o banco central local anunciou intervenção no
câmbio, na Bolívia a senadora Jeanine Añez, presidente interina do país,
apressou-se em anunciar que serão convocadas eleições presidenciais.
Nos EUA,
destaque para a divulgação da ata da última reunião do FOMC, o comitê de
política monetária do FED, que deverá indicar os próximos movimentos do juro
americano, além da divulgação do
índice de gerentes de compras (PMI, na
sigla em inglês).
Na zona do
euro, serão revelados dados preliminares do PMI de novembro da Alemanha e também
do bloco.
Na agenda
doméstica, destaque para a divulgação do IPCA-15 de novembro, com pressão da
energia elétrica sobre o indicador. Também serão revelados os dados do CAGED de
outubro, com previsão de criação de 65 mil vagas de trabalho.
Em relação às
aplicações dos RPPS aconselhamos o investimento de 25% dos recursos em fundos
de investimento em títulos públicos que possuem a gestão do duration, produto a
ser acompanhado com a devida atenção por conta das posições assumidas pelo
gestor.
Para os
vértices de longo prazo (especificamente o IMA-B Total) recomendamos uma
exposição de 10%.
Para os vértices médios (IMA-B 5, IDkA 2A e IRF-M Total), a recomendação
é para uma exposição de 25% e para os vértices de curto prazo, representados
pelos fundos DI, pelos referenciados no IRFM-1 e pelos CDBs a alocação sugerida
é de 10%.
Permanece a
recomendação de que, com a devida cautela e respeitados os limites das
políticas de investimento e as exigências da resolução CMN nº 3.922/2010
conforme alterada, é oportuna a avaliação de aplicações em produtos que envolvam
a exposição ao risco de crédito (FIDC e FI Crédito Privado, por exemplo).
Quanto à
renda variável, recomendamos uma exposição máxima de 30%, por conta da melhora
do ambiente econômico neste ano, que já se refle em um melhor comportamento dos
lucros das empresas e, portanto, da Bolsa de Valores e também pelo fato da
importância do produto como fator de diversificação de portfolio, em um momento
em que as taxas de juros dos títulos públicos não mais superam a meta atuarial.
Para a
alocação em fundos multimercado a nossa sugestão é de 10% dos recursos e de
2,5% a alocação em FII e FIP, respectivamente, dada a pouca disponibilidade de
produtos no mercado enquadrados para os RPPS. Para o investimento em ações, a
nossa recomendação é de 15% dos recursos, tendo-se em vista o potencial de
crescimento das empresas neste e nos próximos anos em uma conjuntura de baixa
inflação e taxas de juros nas mínimas históricas. Muito embora ainda esteja no
campo das expectativas, a implementação das reformas estruturais demandadas
pelo mercado em muito também poderão influenciar o comportamento positivo das
ações, no futuro.
Para aqueles
clientes que já contam com investimento de 5% tanto em FII, quanto em FIP,
recomendamos que o teto de investimento em ações se mantenha em 10%.
Por fim, cabe
lembrarmos que as aplicações em renda fixa, por ensejarem o rendimento do
capital investido, devem contemplar o curto, o médio e o longo prazo, conforme
as possibilidades ou necessidades dos investidores. Já as realizadas em renda
variável, que ensejam o ganho de capital, as expectativas de retorno devem ser
direcionadas efetivamente para o longo prazo.
* Aos clientes que investem em FIDC / Crédito Privado / Fundo
Debênture, utilizar como limite máximo o percentual destinado ao Médio Prazo.
** Aos clientes que investem
em Fundos de Participações e Fundos Imobiliários em percentual superior a 2,5%
em cada, reduzir a exposição de 15% aos Fundos de Ações na proporção desse
excesso.
Indicadores Diários -14/11/19
Índices de Referência -Outubro/2019