NOSSA VISÃO - 25/11/2019
Retrospectiva
No início da
semana, foi divulgado que o Banco Popular da China (PBoC, na sigla em inglês)
cortou inesperadamente uma importante taxa de financiamento do mercado
monetário, evidenciando a preocupação das autoridades chinesas com o
crescimento da economia local, à medida que o crescimento oscila perto da
mínima de três décadas. Historicamente, as autoridades chinesas prescrevem
maiores gastos em infraestrutura, cortes de impostos e injeções de liquidez, em
detrimento da redução de custos financeiros, para atenuar a desaceleração da
economia.
No Japão, o
índice de gerente de compras (PMI, na sigla em inglês) composto avançou para
49,9 pontos na leitura preliminar de novembro, conforme divulgou a agência IHS
Markit. O PMI da indústria teve alta de 48,4 em outubro para 48,6 na prévia de
novembro. Já o PMI de serviços subiu de 49,7 no mês passado para 50,4 na
preliminar deste mês, o que indica expansão da atividade nesse setor da
economia japonesa.
Na zona do
Euro, destaque para a divulgação do PMI da vários países e também do bloco. O
PMI composto do bloco, que inclui indústria e serviços, caiu de 50,6 em outubro
para 50,3 na prévia de novembro, conforme divulgou a agência IHS Markit,
revelando estagnação da economia da região. Na Alemanha, o PMI composto avançou
para 49,2 na prévia de novembro, após ter registrado 48,9 em outubro.
Nos EUA, a
leitura preliminar do PMI veio melhor do que o esperado. O índice de gerente de
compras da indústria americana subiu para 52,2 neste mês, ante 51,3 em outubro.
No setor de serviços, o indicador subiu para 51,6, de 50,6, batendo o consenso
de 51,0. O índice composto, que reúne indústria e serviços, veio dentro do
esperado, a 51,9, acima dos 50,9 de outubro. Leituras acima de 50,0 indicam
expansão da atividade.
Para os
mercados de ações internacionais, a semana foi queda na maioria das praças.
Enquanto o Dax, índice da bolsa alemã, caiu -0,59 e o FTSE-100, da bolsa
inglesa, subiu 0,33%, o índice S&P 500, da bolsa norte-americana, recuou
-0,33% e o Nikkei 225, da bolsa japonesa, perdeu -0,82%.
Do lado
doméstico, foi divulgado pela Secretaria do Trabalho do Ministério da Fazenda
os números do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados - CAGED de outubro.
A geração de empregos formais no país subiu pelo sétimo mês consecutivo, com o
saldo positivo de 70.852 novas vagas, ante previsão de 65 mil, resultado de
1.365.054 admissões e 1.294.202 desligamentos no período. A pesquisa apresentou
um estoque total de empregos em 39,2 milhões, superior aos 38,7 milhões
registrados em outubro de 2018.
O IPCA-15,
prévia do indicador oficial de inflação, registrou alta de 0,14% em novembro,
após ter avançado 0,09% em outubro, conforme informou o IBGE. Esse é o menor
resultado para um mês de novembro desde 1998, quando a taxa foi de -0,11%. Os
grupos Vestuário (0,68%) e Despesas Pessoais (0,40%) foram os que apresentaram
as maiores altas do índice. Já o principal impacto positivo partiu do segmento
de Habitação, que teve variação de -0,22% e influência de -0,04 ponto
porcentual no índice.
Para a bolsa
brasileira a semana foi de alta. O Ibovespa recuou 2,00% na semana, acumulando
valorização no ano de 23,67% e 26,05% em doze meses. O dólar comercial encerrou
a sessão de sexta-feira cotado a R$ 4,1929 na venda. Na semana, a moeda
norte-americana recuou 0,01%. Já o IMA-B Total encerrou a semana com desvalorização
de -0,25%, acumulando ganhos no ano de 21,64%.
Relatório Focus
No Relatório
Focus revelado hoje, os economistas que militam no mercado financeiro aumentaram
a mediana para o IPCA deste ano para 3,46%, registrando uma alta em relação às
previsões da semana passada, que estava em 3,33%. Para 2020 a estimativa foi mantida
em 3,60%. O resultado continua distante da meta de inflação fixada pelo CMN
para este ano, de 4,25%, e do ano que vem de 4,00%.
Para a taxa
Selic, o mercado financeiro manteve suas apostas em relação à taxa de juros,
informando que ao final de 2019 a taxa estará em 4,50%, mesma taxa da semana
anterior. Para 2020, a previsão foi ajustada para 4,50%, ante 4,25% da semana
anterior. Para 2020, o Top 5, grupo formado pelas instituições financeiras que
mais acertam as previsões, projeta a Selic em 4,00% ao ano.
A projeção do
mercado para o PIB voltou a crescer nesta semana. A expectativa de crescimento
da economia em 2019 subiu de 0,92% para 0,99%, após estabilidade nas duas
pesquisas anteriores. Há quatro semanas, a estimativa de alta era de 0,91%.
Para 2020, o mercado financeiro revisou a previsão de expansão do PIB para 2,20
ante 2,17% da semana anterior. Quatro semanas atrás, a expectativa estava em
2,00%. Em setembro, o Bacen atualizou, por meio do Relatório Trimestral de
Inflação (RTI), sua projeção para o PIB em 2019, de alta de 0,8% para elevação
de 0,9%.
A projeção
para o dólar no fim de 2019 passou de R$ 4,00 para R$ 4,01. Para o próximo ano,
a projeção para o câmbio foi mantida em R$ 4,00 pela quinta semana consecutiva.
Para o
Investimento Estrangeiro Direto, caracterizado pelo interesse duradouro do
investimento na economia, a mediana das previsões para 2019 foi alterada para
US$ 77,00 bilhões, ante US$ 80,00 da semana anterior. Há um mês, estava em US$
80,35 bilhões. Para 2020, a expectativa foi mantida em US$ 80,00 bilhões, ante
US$ 80,00 bilhões de um mês antes.
Perspectiva
Em semana que
será encurtada devido ao feriado de Ação de Graças nos EUA, ainda assim os
negócios serão movimentados por uma agenda que deverá adicionar volatilidade
aos mercados.
As lideranças
das duas maiores potências econômicas do planeta manifestaram o desejo de
fechar um acordo comercial preliminar, interrompendo uma batalha tarifária que
já dura 16 meses, com reflexos na economia global. Houve uma convergência maior
no final da semana, com o governo chinês divulgando compromisso para
estabelecer penas maiores em casos de violações de direitos de propriedade
intelectual, buscando atender um dos principais pontos da discórdia entre os
países. Os próximos dias serão decisivos, e deverão trazer sinais mais fortes
sobre o desfecho.
Nos EUA,
serão conhecidos os dados dos PMIs industriais regionais, que trará
perspectivas sobre o ritmo do setor fabril, bem como dados de confiança do
consumidor americano, que junto da Black Friday darão importantes sinais sobre
o consumo por lá. Destaque para a divulgação do PIB americano a ser conhecido
na quarta-feira, que certamente balizará a decisão sobre juros que o FED, o
banco central, vai tomar na última reunião do ano em dezembro.
Na zona do
Euro, serão revelados dados sobre a inflação da região, em meio ao início do
mandato da nova chefe do BCE, Christine Lagarde, bem como a taxa de desemprego
de outubro.
Na agenda
doméstica, destaque para a publicação da Pesquisa Nacional por Amostra de
Domicílios - PNAD Contínua de outubro, que irá revelar a evolução do mercado de
trabalho brasileiro, além de dados da confiança do consumidor.
Em relação às
aplicações dos RPPS aconselhamos o investimento de 25% dos recursos em fundos
de investimento em títulos públicos que possuem a gestão do duration, produto a
ser acompanhado com a devida atenção por conta das posições assumidas pelo
gestor.
Para os
vértices de longo prazo (especificamente o IMA-B Total) recomendamos uma
exposição de 10%.
Para os vértices médios (IMA-B 5, IDkA 2A e IRF-M Total), a recomendação
é para uma exposição de 25% e para os vértices de curto prazo, representados
pelos fundos DI, pelos referenciados no IRFM-1 e pelos CDBs a alocação sugerida
é de 10%.
Permanece a
recomendação de que, com a devida cautela e respeitados os limites das
políticas de investimento e as exigências da resolução CMN nº 3.922/2010
conforme alterada, é oportuna a avaliação de aplicações em produtos que
envolvam a exposição ao risco de crédito (FIDC e FI Crédito Privado, por
exemplo).
Quanto à
renda variável, recomendamos uma exposição máxima de 30%, por conta da melhora
do ambiente econômico neste ano, que já se refle em um melhor comportamento dos
lucros das empresas e, portanto, da Bolsa de Valores e também pelo fato da
importância do produto como fator de diversificação de portfólio, em um momento
em que as taxas de juros dos títulos públicos não mais superam a meta atuarial.
Para a
alocação em fundos multimercado a nossa sugestão é de 10% dos recursos e de
2,5% a alocação em FII e FIP, respectivamente, dada a pouca disponibilidade de
produtos no mercado enquadrados para os RPPS. Para o investimento em ações, a
nossa recomendação é de 15% dos recursos, tendo-se em vista o potencial de
crescimento das empresas neste e nos próximos anos em uma conjuntura de baixa
inflação e taxas de juros nas mínimas históricas. Muito embora ainda esteja no
campo das expectativas, a implementação das reformas estruturais demandadas
pelo mercado em muito também poderão influenciar o comportamento positivo das
ações, no futuro.
Para aqueles
clientes que já contam com investimento de 5% tanto em FII, quanto em FIP,
recomendamos que o teto de investimento em ações se mantenha em 10%.
Por fim, cabe
lembrarmos que as aplicações em renda fixa, por ensejarem o rendimento do
capital investido, devem contemplar o curto, o médio e o longo prazo, conforme
as possibilidades ou necessidades dos investidores. Já as realizadas em renda
variável, que ensejam o ganho de capital, as expectativas de retorno devem ser
direcionadas efetivamente para o longo prazo.
* Aos clientes que investem em FIDC / Crédito Privado / Fundo
Debênture, utilizar como limite máximo o percentual destinado ao Médio Prazo.
** Aos clientes que investem
em Fundos de Participações e Fundos Imobiliários em percentual superior a 2,5%
em cada, reduzir a exposição de 15% aos Fundos de Ações na proporção desse
excesso.
Indicadores Diários -22/11/19
Índices de Referência -Outubro/2019