NOSSA VISÃO - 30/12/2019
Retrospectiva
O rali de
final de ano deu as caras, e os ganhos nos mercados de riscos se intensificaram
nos principais mercados mundo afora. A falta de notícias e uma agenda fraca de
indicadores devido aos feriados mantiveram os mercados no rumo da valorização.
Nos EUA,
destaque para a divulgação do número de pedidos de bens duráveis feitos à indústria,
que registrou uma queda de 2,0% em novembro, abaixo das estimativas que
apontavam ganhos de 1,0% com o fim da greve na General Motors que durou quase
dois meses. O resultado foi frustrado pela queda nas encomendas de equipamentos
de transportes, especialmente em aeronaves de defesa, combinada com uma queda
nas encomendas da Boeing.
Na pauta das
boas notícias, a China anunciou que cortará tarifas de importação para todos os
parceiros comerciais sobre mais de 859 tipos de produtos, num momento em que os
chineses buscam ampliar seus estoques de carne de porco, produtos farmacêuticos
e componentes de tecnologia.
Para os
mercados de ações internacionais, a semana manteve o viés positivo. Enquanto o
Dax, índice da bolsa alemã, subiu 0,14% e o FTSE-100, da bolsa inglesa, avançou
0,82%, o índice S&P 500, da bolsa norte-americana, valorizou 0,58% e o
Nikkei 225, da bolsa japonesa, cresceu 0,09%.
Por aqui, destaque
para a divulgação do Índice de confiança da Indústria (ICI), divulgado pela
FGV. O índice avançou 3,2 pontos em dezembro para 99,5 pontos. No acumulado do
quarto trimestre, o índice acumula alta de 3,9 pontos. O aumento é reflexo da
melhora da percepção dos empresários em relação à situação atual e do aumento
do otimismo em relação aos próximos meses.
A FGV
divulgou que o IGP-M, também conhecido como a inflação do aluguel, avançou
2,09% em dezembro, frente aos 0,30% de alta verificada em novembro. No ano, o
índice acumulou alta de 7,30%. Entre os três componentes do IGP-M, a maior alta
no ano foi registrada no Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA), de 9,08%.
Considerando a origem, os produtos agropecuários subiram 16,8%, puxado pelo
aumento no preço da carne bovina, enquanto os industriais tiveram alta de
6,57%.
Em relação ao
emprego, conforme divulgou o IBGE através da Pesquisa Nacional por Amostra de
Domicílios Contínua (Pnad Contínua), a taxa de desocupação o país fechou o
trimestre encerrado em novembro em 11,2%, com a população desocupada atingindo
11,9 milhões de pessoas. A taxa caiu tanto na comparação com o trimestra
anterior (11,8%), quanto em relação ao mesmo trimestre de 2018 (11,6%). As
vagas temporárias abertas no comércio relacionadas às datas comemorativas do final
do ano contribuíram para a queda do índice. A ocupação no setor cresceu 1,8%, o
que corresponde a 338 mil postos de trabalho gerados.
Para a bolsa
brasileira, novos recordes foram superados e assim a semana fechou com ganhos. O
Ibovespa avançou 1,23% na semana, aos 116.533 pontos, acumulando valorização no
ano de 32,60%, mesmo número em doze meses. O dólar comercial encerrou a sessão
de sexta-feira cotado a R$ 4,050. Na semana, a moeda norte-americana recuou 1,1%.
Já o IMA-B Total encerrou a semana com valorização de 0,95%, acumulando ganhos
no mês de 1,37% e de 22,18% no ano.
Relatório Focus
No Relatório
Focus revelado hoje, os economistas que militam no mercado financeiro aumentaram
mais uma vez a estimativa para o IPCA deste ano para 4,04%, registrando uma nova
alta em relação às previsões da semana passada, que estava em 3,98%. A projeção
reflete uma maior preocupação sobre a pressão do aumento de custos sobre os
preços de produtos e serviços. Para 2020 a estimativa passou de 3,60% para
3,61%. O resultado continua abaixo da meta de inflação fixada pelo CMN para
este ano, de 4,25%, e do ano que vem de 4,00%.
Com a Selic
definida em 4,50% para este ano, o mercado financeiro manteve suas apostas em
relação à taxa de juros, informando que ao final de 2020 a taxa estará em
4,50%, mesma taxa da semana anterior. Para 2021, a previsão é de que a Selic
encerre o ano em 6,38%, ante 6,25% da pesquisa anterior.
A projeção do
mercado para o PIB de 2019 subiu novamente, pela quarta semana consecutiva. A
expectativa de crescimento da economia este ano passou a ser de 1,17%, ante 1,16%
da semana anterior. Há quatro semanas, a estimativa de alta era de 0,99%. Para
2020, o mercado financeiro revisou a previsão de expansão do PIB para 2,30%
ante 2,28% da semana anterior. Quatro semanas atrás, a expectativa estava em 2,22%.
Em dezembro o BACEN atualizou, por meio do Relatório Trimestral de Inflação
(RTI), sua projeção para o PIB em 2019, de alta de 0,9% para elevação de 1,2%. No
caso de 2020, a projeção do BACEN passou de 1,8% para 2,2%.
A projeção
para o dólar no fim de 2019 foi mantida em R$ 4,10. Um mês atrás a estimativa também
era de R$ 4,10. Para o próximo ano, a projeção para o câmbio foi reduzida para
R$ 4,08, ante R$ 4,10 da projeção anterior.
Para o
Investimento Estrangeiro Direto, caracterizado pelo interesse duradouro do
investimento na economia, a mediana das previsões para 2019 foi alterada para
US$ 76,12 bilhões. Há um mês, estava em US$ 75,00 bilhões. Para 2020, a
expectativa foi mantida em US$ 80,00 bilhões, os mesmos US$ 80,00 bilhões de um
mês antes.
Perspectiva
Em mais uma semana
esvaziada devido aos feriados, destaque para a divulgação de indicadores de
atividade nos EUA, China e na região do Euro, além da inflação na Alemanha.
Por aqui não
haverá divulgação de indicadores importantes na semana. Assim, nossos mercados
ficarão sensíveis às questões políticas e ao mercado externo.
Os mercados
de ações serão ajustados pelo noticiário do final de semana, em que a China
divulgou importante decisão de política monetária. O Banco Popular da China
(BPoC, na sigla em inglês), utilizará a taxa básica de empréstimo como nova
referência para precificar os contratos de empréstimos a taxas flutuantes existentes,
o que ajudará a reduzir o custo de crédito, especialmente as empresas de
pequeno/médio porte, em mais uma medida de estímulo a economia local.
Em relação às
aplicações dos RPPS aconselhamos o investimento de 25% dos recursos em fundos
de investimento em títulos públicos que possuem a gestão do duration, produto a
ser acompanhado com a devida atenção por conta das posições assumidas pelo
gestor.
Para os
vértices de longo prazo (especificamente o IMA-B Total) recomendamos um aumento
da exposição para 15%, em razão do prêmio que ainda poderá ser capturado devido
à taxa básica de juros na mínima histórica, além da pauta de reformas que
deverão refletir na melhora do quadro fiscal do país.
Para os vértices médios (IMA-B 5, IDkA 2A e IRF-M Total), a recomendação
é para uma redução na exposição para 20%, e para os vértices de curto prazo,
representados pelos fundos DI, pelos referenciados no IRFM-1 e pelos CDBs, a
alocação sugerida passa a ser de 5%. Ambas as reduções estão relacionadas à
taxa de juros doméstica na mínima histórica, com objetivo de redirecionar os
recursos para os mercados com maiores possibilidades de ganhos.
Quanto à
renda variável, recomendamos uma exposição máxima de 30%, por conta da melhora
do ambiente econômico neste ano, que já se refle em um melhor comportamento dos
lucros das empresas e, portanto, da Bolsa de Valores e também pelo fato da
importância do produto como fator de diversificação de portfólio, em um momento
em que as taxas de juros dos títulos públicos não mais superam a meta atuarial.
Para a
alocação em fundos multimercado a nossa sugestão é uma redução para 5% dos
recursos e de 2,5% a alocação em FII e FIP, respectivamente, dada a pouca
disponibilidade de produtos no mercado enquadrados para os RPPS. Para o
investimento em ações, a nossa recomendação é de aumento da exposição para 20%
dos recursos, tendo-se em vista o potencial de crescimento das empresas neste e
nos próximos anos em uma conjuntura de baixa inflação e taxas de juros nas
mínimas históricas.
Para aqueles
clientes que já contam com investimento de 5% tanto em FII, quanto em FIP, o
ajuste das recomendações se dará através da redução no teto dos investimentos
em ações.
Adicionamos
na estratégia a recomendação de investimentos no segmento de investimentos no
exterior, com um percentual máximo de 5%, devido à necessária diversificação da
carteira na busca por investimentos descorrelacionados da taxa de juros
doméstica, além do recente surgimento de produtos direcionados a este segmento.
* Aos clientes que investem em FIDC / Crédito Privado / Fundo
Debênture, utilizar como limite máximo o percentual destinado ao Médio Prazo.
** Aos clientes que investem
em Fundos de Participações e Fundos Imobiliários em percentual superior a 2,5%
em cada, reduzir a exposição aos Fundos de Ações na proporção desse excesso.
Indicadores Diários -27/12/19
Índices de Referência -Novembro/2019