NOSSA VISÃO - 13/01/2020
Retrospectiva
O destaque da
semana foi o desenrolar do conflito entre EUA e Irã, com ataques de lado a
lado, com o mercado financeiro reagindo às notícias de sanções econômicas pelos
EUA, e com as exigência por parte do Iraque da retirada imediata das tropas
norte americanas instaladas naquele país.
A boa notícia
é que está tudo pronto para que o acordo comercial entre EUA e China possa ser
assinado, após um longo processo de tradução. A cerimônia de assinatura do
acordo está prevista para acontecer em 15 de janeiro, na Casa Branca, momento
em que serão revelados detalhes de seus termos.
Nos EUA, o
Departamento do Trabalho divulgou os dados relativos a emprego e renda. O
relatório informou que foram criados 145 mil postos de trabalho em dezembro,
abaixo da mediana das expectativas levantadas pela agência Broadcast, que era
de 195,5 mil vagas. Apesar da frustração com o número, os dados indicam que o
mercado de trabalho continua a fornecer uma boa base para os gastos com consumo
na região. A taxa de desemprego permaneceu em 3,5%, com o número de pessoas
desempregadas inalterado em 5,8 milhões.
Em relação à
atividade econômica, foi divulgado pela IHS Markit que o setor de serviços
apresentou ligeira recuperação em dezembro. O índice de gerente de compras
(PMI, na sigla em inglês) do setor avançou a 52,8 pontos no mês, ante leitura
de 51,6 pontos de novembro. Números acima de 50 indicam expansão da atividade.
Na zona do
Euro, foram revelados dados relativos a inflação. O índice de preços ao
consumidor (CPI, na sigla em inglês) subiu 1,3% na comparação anual de
dezembro, ganhando força em relação ao aumento de 1% observado em novembro,
segundo dados preliminares divulgados hoje pela agência Eurostat. O resultado
veio em linha com a expectativa de analistas consultados. Apesar do avanço em
dezembro, a inflação anual da zona do euro permanece bem abaixo da meta do
Banco Central Europeu (BCE, na sigla em inglês), que é de uma taxa ligeiramente
inferior a 2% O núcleo do CPI do bloco, que exclui os preços de energia e de
alimentos, também registrou alta anual de 1,3% em dezembro.
No Reino
Unido, o Parlamento britânico aprovou o acordo para a saída da União Europeia,
constituindo-se no passo mais importante para que os britânicos deixem o bloco.
O prazo imposto pelo bloco se expira em 31 de janeiro.
Para os
mercados de ações internacionais, a semana foi de movimentos mistos. Enquanto o
Dax, índice da bolsa alemã, avançou 2,00% e o FTSE-100, da bolsa inglesa, recuou
-0,45%, o índice S&P 500, da bolsa norte-americana, valorizou 0,94% e o
Nikkei 225, da bolsa japonesa, cresceu 0,82%.
Por aqui, destaque
para a divulgação do IPCA, que avançou 1,15% em dezembro, ante 0,51% em
novembro. Com isso, o índice acumulou variação de 4,31% no fechamento do ano,
ligeiramente acima do centro da meta estabelecida pelo Conselho Monetário
Nacional (CMN), de 4,25%. Em 2018, o IPCA registrou avanço de 3,75%. O maior
impacto veio do grupo de alimentação e bebidas (0,83%) seguido pelo grupo de
transportes (0,28%). O preço das carnes teve o maior impacto individual sobre o
índice (0,52%), que tiveram alta de 18,06% na base mensal.
Para a bolsa
brasileira, a semana foi de realização de lucros após as altas recentes. O
Ibovespa recuou -1,87% na semana, aos 115.503 pontos, acumulando desvalorização
no ano de -0,12%. O dólar comercial encerrou a sessão de sexta-feira cotado a R$
4,094. Na semana, a moeda norte-americana avançou 0,95%. Já o IMA-B Total encerrou
a semana com valorização de 0,16%, acumulando desvalorização de -0,15% no ano e
valorização 19,87% em 12 meses.
Relatório Focus
No Relatório
Focus revelado hoje, os economistas que militam no mercado financeiro reduziram
a estimativa para o IPCA deste ano para 3,58%, ante os 3,60% da pesquisa
anterior. O resultado continua abaixo da meta de inflação fixada pelo CMN para
este ano, de 4,00%. Para 2021, o mercado financeiro manteve a estimativa de
inflação em 3,75%. No ano que vem, a meta central de inflação é de 3,75% e será
oficialmente cumprida se o índice oscilar de 2,25% a 5,25%.
Para a Selic,
o mercado financeiro manteve pela sétima semana consecutiva suas apostas em
relação à taxa de juros, informando que ao final de 2020 a taxa estará em 4,50%.
Para 2021, a previsão é de que a Selic encerre o ano em 6,25%, ante 6,50% da
pesquisa anterior. Em dezembro, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Bacen
cortou a Selic em 0,50 ponto porcentual, de 5,00% para 4,50% ao ano. Foi o
quarto corte consecutivo da taxa básica. No comunicado sobre a decisão, o Bacen
não se comprometeu com novos cortes no início deste ano.
A expectativa
de crescimento da economia em 2020 seguiu em 2,30%, medido pelo PIB. Há um mês,
a estimativa estava fixada em 2,25%. Para 2021, o mercado financeiro também
manteve a previsão de expansão do PIB em 2,50%. Quatro semanas atrás, a
expectativa estava nos mesmos 2,50%. Em dezembro o BACEN atualizou, por meio do
Relatório Trimestral de Inflação (RTI), sua projeção para o PIB em 2020, de
alta de 1,80% para elevação de 2,2%.
A projeção
para o dólar no fim de 2020 recuou de R$ 4,09 para R$ 4,04. Um mês atrás a
estimativa era de R$ 4,10. Para o ano de 2021, a projeção para o câmbio se
manteve em R$ 4,00 pela oitava semana consecutiva.
Para o
Investimento Estrangeiro Direto, caracterizado pelo interesse duradouro do
investimento na economia, a mediana das previsões para 2020 foi mantida em US$
80,00 bilhões, os mesmos US$ 80,00 bilhões de um mês antes. Para 2021, a expectativa
foi elevada para US$ 84,75 bilhões, ante US$ 84,40 bilhões de uma semana antes.
Perspectiva
Em meio às
tensões no Oriente Médio, que de alguma forma causam impactos nos mercados de
risco, a agenda da semana reserva uma série de eventos que devem ser
monitorados de perto.
Destaque para
a divulgação do PIB da China, a ser revelado na quinta-feira. As previsões são
de que a segunda maior economia do mundo mostre crescimento de 6% anualizado.
Ainda por lá saem os números da produção industrial e vendas no varejo.
Nos EUA,
estão previstas as divulgações da inflação ao consumidor e o Livro Bege,
documento que contém informações sobre a situação da economia norte americana e
que de certa forma norteia os membros do Federal Reserve (FED, na sigla em
inglês) em suas decisões de política monetária.
Destaque
também para o acordo comercial entre EUA e China, na pauta para ser assinado
ainda esta semana, na Casa Branca.
Por aqui,
serão revelados dados sobre vendas no varejo, além da divulgação do IBC-Br,
considerado a prévia do PIB nacional. Do lado da inflação, o mercado ficará
atento aos números prévios que deverão indicar se as pressões inflacionárias
decorrentes do aumento da carne e combustíveis se dissiparam.
Em relação às
aplicações dos RPPS aconselhamos o investimento de 25% dos recursos em fundos
de investimento em títulos públicos que possuem a gestão do duration, produto a
ser acompanhado com a devida atenção por conta das posições assumidas pelo
gestor.
Para os
vértices de longo prazo (especificamente o IMA-B Total) recomendamos um aumento
da exposição para 15%, em razão do prêmio que ainda poderá ser capturado devido
à taxa básica de juros na mínima histórica, além da pauta de reformas que
deverão refletir na melhora do quadro fiscal do país.
Para os vértices médios (IMA-B 5, IDkA 2A e IRF-M Total), a recomendação
é para uma redução na exposição para 20%, e para os vértices de curto prazo,
representados pelos fundos DI, pelos referenciados no IRFM-1 e pelos CDBs, a
alocação sugerida passa a ser de 5%. Ambas as reduções estão relacionadas à
taxa de juros doméstica na mínima histórica, com objetivo de redirecionar os
recursos para os mercados com maiores possibilidades de ganhos.
Quanto à
renda variável, recomendamos uma exposição máxima de 30%, por conta da melhora
do ambiente econômico neste ano, que já se refle em um melhor comportamento dos
lucros das empresas e, portanto, da Bolsa de Valores e também pelo fato da
importância do produto como fator de diversificação de portfólio, em um momento
em que as taxas de juros dos títulos públicos não mais superam a meta atuarial.
Para a
alocação em fundos multimercado a nossa sugestão é uma redução para 5% dos
recursos e de 2,5% a alocação em FII e FIP, respectivamente, dada a pouca
disponibilidade de produtos no mercado enquadrados para os RPPS. Para o
investimento em ações, a nossa recomendação é de aumento da exposição para 20%
dos recursos, tendo-se em vista o potencial de crescimento das empresas neste e
nos próximos anos em uma conjuntura de baixa inflação e taxas de juros nas
mínimas históricas.
Para aqueles
clientes que já contam com investimento de 5% tanto em FII, quanto em FIP, o
ajuste das recomendações se dará através da redução no teto dos investimentos
em ações.
Adicionamos
na estratégia a recomendação de investimentos no segmento de investimentos no
exterior, com um percentual máximo de 5%, devido à necessária diversificação da
carteira na busca por investimentos descorrelacionados da taxa de juros
doméstica, além do recente surgimento de produtos direcionados a este segmento.
* Aos clientes que investem
em Fundos de Participações e Fundos Imobiliários em percentual superior a 2,5%
em cada, reduzir a exposição aos Fundos de Ações na proporção desse excesso.
Indicadores Diários -10/01/20
Índices de Referência -Dezembro/2019