NOSSA VISÃO - 29/03/2021

RETROSPECTIVA

Semana de altos e baixos no mercado nacional, por um lado, temos o ponto chave para a retomada econômica, em ascensão, finalmente o Brasil começa a promover uma agenda de vacinação mais eficiente, seja com a importação de vacinas e agora com a possibilidade de produção nacional, com a ButantaVac. 

Pelo lado negativo, temos ainda a volatilidade causada na renda fixa nacional, com o prêmio de risco não atendendo a demanda, seguindo uma tendencia equiparável as treasures norte-americanas, e sofrendo de maneira indireta por turbulências em outros países emergentes, como Mexico e Turquia.

Além da dinâmica do endividamento governamental que segue gerando desconfiança, aliado ao momento sanitário nacional, na contramão do restante do mundo, com a curva de casos de Covid19 no seu auge. 

Ainda por aqui, os investidores observaram com alguma desconfiança a aprovação no Congresso da Lei Orçamentária Anual (LOA) de 2021.

No conjunto geral, o novo programa de transferência de renda, causado principalmente pelas novas medidas de "lockdowns" no país, impedem que o Brasil aproveite as oportunidades advindas do exterior. 

Ainda pela semana, tivemos a divulgação da ata do copom, que se for concretizada nas próximas medidas tomadas pelo Banco Central, podemos ter um acomodamento das taxas na renda fixa e combate na magnitude necessária para conter a processo inflacionário que indica uma persistência no curto prazo. 

Nos Estados Unidos, a rentabilidade dos títulos de 10 anos recuou, o que acabou contribuindo para aumentar a atratividade do mercado acionário. Em relação a pandemia, os Estados Unidos estão com mais de 70% da população vacinada. 

A procura por risco se concretizou ao final da semana, com o processo de vacinação acelerado por lá, as expectativas das medidas expansionistas indicadas por Biden e a agenda global enfraquecida, diminuindo a volatilidade e promovendo as compras. 

Na Europa, tivemos uma semana de bastante contraste, os investidores mantiveram as atenções para o novo avanço de casos de coronavírus e também na decisão da chanceler alemã Angela Merkel, que recuou referente aos bloqueios para o feriado de Páscoa. 

Merkel tinha solicitado aos cidadãos para que permanecessem em casa ao longo do feriado de Páscoa e prorrogado as medidas ainda mais restritivas até 18 de abril, que agora foram revisadas para 12 de abril.

Por outro lado, ainda na zona do euro, o investidor ficou atento aos demais mercados e embalados pelas ações das montadoras, conseguiram registrar alta. 

Na Ásia, a agenda sem movimentação, leva os olhares para o exterior, onde os assuntos mais pertinentes são em relação ao avanço da pandemia no mundo e os temores para com as decisões dos bancos centrais

Em resumo, O Ibovespa recuou (1,23%) na semana, o Dow Jones avançou 1,36% e a Nasdaq registrou perda de (0,27%). O Dólar por sua vez valorizou 5,03% frente ao real. 


RELATÓRIO FOCUS

Para o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), as projeções subiram de 4,71% para 4,81%. Para 2022, a projeção para o índice ficou em 3,51%. Para 2023 e 2024, as estimativas permaneceram em 3,25%.

A projeção para o PIB (Produto Interno Bruto) caiu mais uma vez, de 3,22% para a 3,18% em 2021. Para 2022, a estimativa saiu de 2,39% para 2,34%. Para 2023 e 2024, as projeções ficaram em 2,50%.

A taxa de câmbio saiu de R$5,30 para R$5,33 para 2021. Para 2022, a taxa subiu de R$5,25 para R$5,26. Para 2023 e 2024, a projeção ficou em R$5,00. 

Para a taxa Selic, os analistas mantiveram em 5,00% em 2021, mantiveram os 6,00% em 2022. Para o ano seguinte, saiu de 6% para 6,50% e também saiu de 6% para 6,38% em 2024.



PERSPECTIVA

As perspectivas se mantem as mesmas da semana anterior, os temas seguem proporcionalmente os mesmos, agora com o foco nos efeitos nas decisões tomadas pelo BC e a discussão sobre a magnitude dos próximos movimentos em relação a Selic.  

As expectativas positivas em relação ao Brasil, passam por um processo de imunização mais eficiente, e ao que parece, podemos estar próximos dessa aceleração.

Teremos agora que acompanhar as decisões do Bancos Centrais em relação a política monetária, que indica seguir com medidas contracionistas, tendo em vista o plano de vacinação em prática, a aceleração da inflação e os estímulos que seguem sendo despejados na economia. 

Podendo se esperar mais mudanças na taxa de juros no futuro próximo, como já é adiantado no relatório semanal do Banco central. 

Devemos observar também, o desenrolar da PEC emergencial, que já em vigência aumenta o poder de compra dos consumidores e pode impactar a inflação de curto prazo. 

A partir disso, teremos que avaliar o andamento de reformas e em qual intensidade será elaborada, agora com a Câmara e Senado definido. 

Devemos observar também o processo de imunização da população brasileira com novas vacinas podendo entrar no plano inicial e agora com possível produção nacional com a ButantanVac.

A preocupação com o quadro fiscal, o grave endividamento e teto de gastos, restando apenas esperar que o acordado seja respeitado, caso o desajuste fiscal aconteça, além de gerar desconfiança dos investidores estrangeiros, geraria um aumento inesperado e brusco na taxa de juros, por esse motivo, e do risco Brasil, fato que seria prejudicial para a o momento atual da economia.

Situação que o Brasil vem tentando evitar ao longo dos últimos anos, reconquistar os investidores estrangeiros, a partir de um quadro fiscal mais bem elaborado, uma agenda de reformas estruturais, que ocasionalmente levaria o Brasil a um controle maior sobre as receitas e gastos governamentais.

Segue no radar, o aumento dos índices de preço da economia, uma inflação acelerada e que tem impactos significativos já no curto prazo, podendo já ser vista no IPCA. Agora com a sinalização do Relatório Focus indicando uma aceleração do índice para os próximos períodos.

Apesar de todas as oscilações de mercado, as expectativas seguem sendo o plano de vacinação contra a Covid-19 e toda a pauta de reforma que segue sem definição pelo governo.

Os dados indicam uma pressão no curto prazo nos preços ao consumidor amplo e isto pode levar o Banco Central a intensificar as discussões sobre o ritmo das reformas. 

Os sinais de abertura na curva de juros, demonstrada pelo aumento da taxa de juros e a alta volatilidade nos títulos federais de longo prazo, aliada ao fato que não acontecia desde 2002 e que aconteceu em setembro e outubro de 2020, com as LFTs (Tesouro Selic) sendo negociada a taxas negativas, indica a pressão sobre a Selic.

O mais recomendado para o atual momento é a cautela ao assumir posições mais arriscadas no curto prazo, a volatilidade nos mercados deve se manter sem ainda a desenhar um horizonte claro, em razão principalmente pelo nosso cenário político.

Mantemos nossa recomendação de adotar cautela nos investimentos e acompanhamento diário dos mercados e estratégias. Mantemos a sugestão para que os recursos necessários para fazer frente às despesas correntes sejam resgatados dos investimentos menos voláteis (CDI, IRF-M1, IDkA IPCA 2A). Para o IMA-B que é formado por títulos públicos indexados à inflação medida pelo IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), que são as NTN-Bs (Notas do Tesouro Nacional - Série B ou Tesouro IPCA+ com Juros Semestrais), não estamos recomendando o aporte no segmento, com a estratégia de alocação em 5%, sendo indicado para os RPPS que possuem porcentagem igual ou maior, aos que possuírem porcentagem inferior a 5%, recomendamos a não movimentação no segmento. Para aqueles que enxergam uma oportunidade de investir recursos a preços mais baratos, municie-se das informações necessárias para subsidiar a tomada da decisão.

      

* Aos clientes que investem em Fundos de Participações e Fundos Imobiliários em percentual superior a 2,5% em cada, reduzir a exposição aos Fundos de Ações na proporção desse excesso.


Indicadores Diário - 26/03/2021



Índices de Referência - Fevereiro/2021