NOSSA VISÃO - 19/04/2021

RETROSPECTIVA

Semana marcada por muito otimismo nos mercados, colocando a semana entre umas das mais positivas desde o início da pandemia. Embora muitos pontos ainda não tenham sido solucionados, o avanço da vacinação em diversos países, principalmente nos EUA ditaram o ritmo da semana. 

Em relação a pandemia, o Brasil voltou para o 3º lugar no ranking pela plataforma do Johns Hopkins. São 13,9 milhões de casos confirmados, sendo que o número de mortes está em 373 mil. São 12,3 milhões pessoas recuperadas, dados do fechamento de 18/04.

Em dados divulgados na semana, O IPC-S (Índice de Preços ao Consumidor Semanal) de 15 de abril de 2021 variou 0,74% e acumula alta de 7,09% nos últimos 12 meses, reforçando as discussões em relação a inflação em âmbito nacional. 

O Ibovespa rompeu os 120 mil pontos durante a semana, em uma alta acumulada de 2,92%, fechando a semana em 121.113 pontos, na sexta feira (16). No plano de fundo, o orçamento de 2021, os desgastes políticos, agenda da vacinação e a CPI da Covid-19 seguiram no radar. 

Porém os resultados advindos da China, um dos principais parceiros comerciais do Brasil, principalmente no setor de commodities, contribuíram para a euforia da semana. 

Por lá, o Governo da China, divulgou alguns resultados referente ao primeiro trimestre, o mais impactante foi em relação ao PIB, que subiu 18,3% em relação ao mesmo período do ano anterior.

Tivemos também, a queda da taxa de desemprego a 5,3% e o avanço das vendas no varejo, que subiram 34,2%. Mesmo que aquém do projetado, os dados são extremamente positivos e contribuíram para uma semana de muito otimismo. 

Nos Estados Unidos, a pandemia ainda segue atingindo algumas regiões, porém, com os indicadores de vendas no varejo subindo e os de pedidos de auxílio-desemprego caindo, revela que os efeitos da vacinação acelerada já apresentam resultado positivo. 

Com isso, os principais índices norte-americanos renovaram alta na semana, o Dow Jones subiu 1,2%, o S&P 500 subiu 1,4% e o Nasdaq avançou 1,1%.

Houve um ponto de preocupação durante a semana com a pausa na vacinação com doses da Johnson&Johnson, devido a algumas reações adversas, a vacina da Janssen é administrada em dose única e até que o processo instaurado seja concluído, haverá uma pausa na agenda prevista.

Na Europa, semana de otimismo puxado pelo processo de vacinação e indicadores de desempenho das empresas. Durante a semana o Euro ganhou força frente ao Dólar, as principais bolsas da região alcançaram a máxima histórica. 

Ainda por lá, os números expressivos na semana estão relacionados aos números da economia chinesa surpreendendo no primeiro trimestre, aliado a temporada de resultados financeiros, que se mostraram positivos. 


RELATÓRIO FOCUS

Para o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), a projeção subiu de 4,85% para 4,92%. Para 2022, a previsão para o IPCA também subiu de 3,53% para 3,60%. Para 2023 e 2024, as estimativas permaneceram em 3,25%.

A projeção para o PIB (Produto Interno Bruto) novamente caiu, desta vez de 3,08% para a 3,04% em 2021. Para 2022, a estimativa saiu de 2,33% para 2,34%. Para 2023 e 2024, as projeções ficaram em 2,50%.

A taxa de câmbio saiu de R$5,37 para R$5,40 para 2021. Para 2022, o valor saiu de R$5,25 para R$5,26. Para 2023, a projeção ficou em R$5,00. No ano seguinte, o valor também ficou em R$5,00.

Para a taxa Selic, os analistas elevaram de 5,00% para 5,25% em 2021, mantiveram os 6,00% em 2022. Para o ano seguinte, a projeção foi mantida para 6,50% e ficou em 6,25% em 2024.



PERSPECTIVA

As perspectivas se mantem as mesmas da semana anterior, os temas seguem proporcionalmente os mesmos, no pano de fundo, aguardamos os próximos passos do Supremo Tribunal Federal - STF sobre os processos do ex-presidente, Luiz Inácio Lula da Silva, no âmbito da Operação Lava Jato.

E na semana o foco fica na decisão que deve ser tomada por Jair Bolsonaro referente ao Projeto de Lei Orçamentária Anual aprovado a duas semanas.

As expectativas positivas em relação ao Brasil, passam por um processo de imunização mais eficiente, e ao que parece, podemos estar próximos dessa aceleração.

Teremos agora que acompanhar as decisões do Bancos Centrais em relação a política monetária, que indica seguir com medidas contracionistas, tendo em vista o plano de vacinação em prática, a aceleração da inflação e os estímulos que seguem sendo despejados na economia. 

Podendo se esperar mais mudanças na taxa de juros no futuro próximo, como já é adiantado no relatório semanal do Banco central. 

Devemos observar também, o desenrolar da PEC emergencial, que já em vigência aumenta o poder de compra dos consumidores e pode impactar a inflação de curto prazo. 

A partir disso, teremos que avaliar o andamento de reformas e em qual intensidade será elaborada, agora com a Câmara e Senado definido. 

Devemos observar também o processo de imunização da população brasileira com novas vacinas podendo entrar no plano inicial e agora com possível produção nacional com a ButantanVac.

A preocupação com o quadro fiscal, o grave endividamento e teto de gastos, restando apenas esperar que o acordado seja respeitado, caso o desajuste fiscal aconteça, além de gerar desconfiança dos investidores estrangeiros, geraria um aumento inesperado e brusco na taxa de juros, por esse motivo, e do risco Brasil, fato que seria prejudicial para a o momento atual da economia.

Situação que o Brasil vem tentando evitar ao longo dos últimos anos, reconquistar os investidores estrangeiros, a partir de um quadro fiscal mais bem elaborado, uma agenda de reformas estruturais, que ocasionalmente levaria o Brasil a um controle maior sobre as receitas e gastos governamentais.

Segue no radar, o aumento dos índices de preço da economia, uma inflação acelerada e que tem impactos significativos já no curto prazo, podendo já ser vista no IPCA. Agora com a sinalização do Relatório Focus indicando uma aceleração do índice para os próximos períodos.

Apesar de todas as oscilações de mercado, as expectativas seguem sendo o plano de vacinação contra a Covid-19 e toda a pauta de reforma que segue sem definição pelo governo.

Os dados indicam uma pressão no curto prazo nos preços ao consumidor amplo e isto pode levar o Banco Central a intensificar as discussões sobre o ritmo das reformas. 

O mais recomendado para o atual momento é a cautela ao assumir posições mais arriscadas no curto prazo, a volatilidade nos mercados deve se manter sem ainda a desenhar um horizonte claro, em razão principalmente pelo nosso cenário político.

Mantemos nossa recomendação de adotar cautela nos investimentos e acompanhamento diário dos mercados e estratégias. Mantemos a sugestão para que os recursos necessários para fazer frente às despesas correntes sejam resgatados dos investimentos menos voláteis (CDI, IRF-M1, IDkA IPCA 2A). Para o IMA-B que é formado por títulos públicos indexados à inflação medida pelo IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), que são as NTN-Bs (Notas do Tesouro Nacional - Série B ou Tesouro IPCA+ com Juros Semestrais), não estamos recomendando o aporte no segmento, com a estratégia de alocação em 5%, sendo indicado para os RPPS que possuem porcentagem igual ou maior, aos que possuírem porcentagem inferior a 5%, recomendamos a não movimentação no segmento. Para aqueles que enxergam uma oportunidade de investir recursos a preços mais baratos, municie-se das informações necessárias para subsidiar a tomada da decisão.

      

* Aos clientes que investem em Fundos de Participações e Fundos Imobiliários em percentual superior a 2,5% em cada, reduzir a exposição aos Fundos de Ações na proporção desse excesso.


Indicadores Diário - 16/04/2021



Índices de Referência - Março/2021