NOSSA VISÃO - 19/07/2021

RETROSPECTIVA

Semana marcada novamente pela volatilidade trazida pela Reforma Tributária e pelas declarações do presidente do Federal Reserve, resultando desta vez, na valorização do principal índice acionário Brasileiro. 

Na semana, o Ibovespa fechou em alta de 0,42%, acumulando alta de 5,83% no ano, entretanto no mês de junho, o recuo é de 0,66%, podendo ser explicado principalmente por temas relacionados a política.

Em relação a Reforma Tributária, que tramita no Congresso Nacional, uma mudança no texto que favorece os fundos imobiliários, animou os investidores, devido a isenção dos fundos na reforma proposta, com isso, o IFIX (Índice Fundos de Investimentos Imobiliários) registrou valorização de 2,9% na semana. 

Além da parte positiva já presente no texto, a alteração sinaliza um avanço nas negociações sobre o tema, que foi durante criticado no mês passado e refletiu negativamente nos mercados, sendo pauta e apresentando muita sensibilidade para os investidores durante todo o mês. 

Outro ponto positivo na semana, é em relação à média móvel de óbitos, que segue em tendência de queda, ao ponto que a agenda de vacinação avança. De acordo com o Our World In Data, o Brasil já aplicou 124 milhões de doses, onde 34 milhões pessoas já estão totalmente vacinadas. 

Ainda na semana, o Congresso Nacional aprovou a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) para 2022, que segue agora para sanção presidencial, onde o ponto que gerou mais polêmica no texto, foi em relação ao fundo eleitoral, que teve sua verba aumentada de R$ 2 bilhões para mais de R$ 5,7 bilhões.

Em relação ao câmbio, em meio a todos os atritos político, o real conseguiu se valorizar em relação ao dólar, em 2,48%, sendo cotado ao final da semana em R$ 5,11, sendo reflexo principalmente pela retomada da economia e o spread de juros em relação ao demais economias desenvolvidas. 

Por fim, a inflação segue em atenção, tanto em âmbito nacional, com o IPCA acelerando e vazando o teto da meta estipulada para o ano, quanto em âmbito mundial, principalmente com os Estados Unidos, que discute o tema e analisa os próximos passos da política monetária. 

Em relação ao mercado internacional, o principal ponto de atenção é em relação a pandemia do Covid-19, especificamente sobre a variante Delta, que pode atrasar a reabertura dos mercados ou até mesmo para essa reabertura. 

Nos Estados Unidos, os temas relacionados a normalização da política monetária por lá tem se intensificado após a divulgação de indicadores de inflação piores que o previsto, na semana passada, e da fala do presidente do Federal Reserve, Jerome Powell.

Em resumo, na semana, o Dow jones recuou (0,65%) e o S&P 500 (0,97%), tendo em vista a possível antecipação da retirada de estímulos tapering (que é a reversão teórica das políticas de flexibilização quantitativa (QE), implementadas por um banco central e destinadas a estimular o crescimento econômico.) 


RELATÓRIO FOCUS

Para o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), a projeção subiu mais uma semana, de 6,11% para 6,31% em 2021. Para 2022, a previsão para o IPCA permaneceu em 3,75%. Para 2023, as estimativas ficaram em 3,25%. Para 2024, as projeções caíram de 3,16% para 3,06%.

A projeção para o PIB (Produto Interno Bruto) saiu de 5,26% para a 5,27% em 2021. Para 2022, a estimativa saiu de 2,09% para 2,10%. Para 2023 e 2024, as projeções ficaram em 2,50%.

Para a taxa de câmbio, a estimativa ficou em R$5,05 em 2021. Para 2022, o valor ficou em R$ 5,20. Para 2023 e 2024, a projeção ficou em R$5,00.

Para a taxa Selic, os analistas elevaram as estimativas subiram de 6,63% para 6,75% em 2021. A estimativa ficou em 7,00% em 2022. No ano seguinte, a projeção foi mantida em 6,50% e também ficou em 6,50% para 2024.



PERSPECTIVA 

Observaremos durante a semana, a divulgação de indicadores e decisões de bancos centrais dos grandes centros sobre política monetária.

Além dos pontos relacionados a CPI da Covid, que após algumas sessões polêmicas, tem se mostrado mais uma vez digna de atenção redobrada pelos mercados. 

Um ponto de atenção é em relação a crise hídrica que passamos, principalmente devido a sua contribuição para a aceleração da inflação, devido a sazonalidade do período. 

As expectativas positivas em relação ao Brasil, passam por um processo de imunização mais eficiente.

Teremos agora que acompanhar as decisões do Bancos Centrais em relação a política monetária, que indica seguir com medidas contracionistas, tendo em vista o plano de vacinação em prática, a aceleração da inflação e os estímulos que seguem sendo despejados na economia. 

Os dados indicam uma pressão no curto prazo nos preços ao consumidor amplo e isto pode levar o Banco Central a intensificar as discussões sobre o ritmo das reformas. 

Podendo se esperar mais mudanças na taxa de juros no futuro próximo, como já é adiantado no relatório semanal do Banco central. 

A partir disso, teremos que avaliar o andamento de reformas e em qual intensidade será elaborada, agora com a Câmara e Senado definido. 

Devemos observar também o processo de imunização da população brasileira com novas vacinas podendo entrar no plano inicial e agora com possível produção nacional com a ButantanVac.

A preocupação com o quadro fiscal, o grave endividamento e teto de gastos, restando apenas esperar que o acordado seja respeitado, caso o desajuste fiscal aconteça, além de gerar desconfiança dos investidores estrangeiros, geraria um aumento inesperado e brusco na taxa de juros, por esse motivo, e do risco Brasil, fato que seria prejudicial para a o momento atual da economia.

Situação que o Brasil vem tentando evitar ao longo dos últimos anos, reconquistar os investidores estrangeiros, a partir de um quadro fiscal mais bem elaborado, uma agenda de reformas estruturais, que ocasionalmente levaria o Brasil a um controle maior sobre as receitas e gastos governamentais.

Apesar de todas as oscilações de mercado, as expectativas seguem sendo o plano de vacinação contra a Covid-19 e toda a pauta de reforma que segue sem definição pelo governo.

Mantemos nossa recomendação de adotar cautela nos investimentos e acompanhamento diário dos mercados e estratégias. Mantemos a sugestão para que os recursos necessários para fazer frente às despesas correntes sejam resgatados dos investimentos menos voláteis (CDI, IRF-M1, IDkA IPCA 2A). Para o IMA-B que é formado por títulos públicos indexados à inflação medida pelo IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), que são as NTN-Bs (Notas do Tesouro Nacional - Série B ou Tesouro IPCA+ com Juros Semestrais), não estamos recomendando o aporte no segmento, com a estratégia de alocação em 5%, sendo indicado para os RPPS que possuem porcentagem igual ou maior, aos que possuírem porcentagem inferior a 5%, recomendamos a não movimentação no segmento. Para aqueles que enxergam uma oportunidade de investir recursos a preços mais baratos, municie-se das informações necessárias para subsidiar a tomada da decisão.

      

* Aos clientes que investem em Fundos de Participações e Fundos Imobiliários em percentual superior a 2,5% em cada, reduzir a exposição aos Fundos de Ações na proporção desse excesso.


Indicadores Diário - 16/07/2021



Índices de Referência - Junho/2021